OBSERVAÇÃO DE AVES
Estuário do Cávado
Depois dos Gansos, Tadornas e dos Patos do género Anas, também conhecidos por Patos de Superfície, seguimos com outros menos habituados a permanecer por estas paragens, como é o caso dos do género Aythya, também chamados de Zarros ou Patos Mergulhadores, não ficarão esquecidos os Patos Marítimos do género Melanitta com as suas ocorrências muito singulares e, finalmente, ainda antes de passarmos para as espécies exóticas, ficará aqui mencionada a passagem de um Merganso pelo estuário, uma espécie de anatídeo comedora de peixe.
Patos Mergulhadores, Marítimos e Mergansos
Ordem Anseriformes
Família Anatidae
(sete espécies)
Estuário do Cávado
Depois dos Gansos, Tadornas e dos Patos do género Anas, também conhecidos por Patos de Superfície, seguimos com outros menos habituados a permanecer por estas paragens, como é o caso dos do género Aythya, também chamados de Zarros ou Patos Mergulhadores, não ficarão esquecidos os Patos Marítimos do género Melanitta com as suas ocorrências muito singulares e, finalmente, ainda antes de passarmos para as espécies exóticas, ficará aqui mencionada a passagem de um Merganso pelo estuário, uma espécie de anatídeo comedora de peixe.
Patos Mergulhadores, Marítimos e Mergansos
Ordem Anseriformes
Família Anatidae
(sete espécies)
Aythya fuligula (Negrinha ou Zarro-negrinha)
1 – Vulnerável;
2 – Quando uma ave é classificada com invernante, em regra isso significa que frequenta um determinado território entre Outubro e Março; no caso presente e nas espécies congéneres que se seguem (Aythya sp.), considerando apenas uma excepção, as ocorrências na região verificaram-se apenas entre Outubro e nunca depois de Dezembro e demoravam-se sempre poucos dias – por tal, e em virtude dos registos de ocorrência serem muito escassos, não deverão ser classificados além de: - migradores de passagem (?);
3 – Raro;
4 – Apenas o extremamente raro Zarro-bastardo se pode assemelhar, mas este tem o dorso muito mais claro e os reflexos da cabeça tendem mais para o esverdeado, e não para os azulados e arroxeados da Negrinha;
5 – À semelhança do que já referi nas espécies de anatídeos anteriores, ocorrem no plano de água compreendido entre o cais do outrora denominado Clube de Pesca (na restinga) e o outro mais junto à Estalagem Parque do Rio, mas do lado oposto àquele passeio que se estende ao longo das vivendas da margem;
6 – Nada tolerantes;
7 – A ave que aparece nas imagens foi fotografada mesmo em frente ao cais dos bombeiros de Fão (em 03 de Dezembro de 2008), contudo, não deveria ser um espécime selvagem pois permitiu que eu me tivesse aproximado até menos de dez metros de distância (apenas foi visto por cá naquele dia).
Aythya ferina (Zarro-comum)
1 – Vulnerável;
2 – Quando no mesmo número da espécie anterior me referia a uma excepção, estava a considerar a ocorrência de um casal destas aves no Verão de 2001, no entanto, de acordo com o que já foi mencionado, classificá-las-ei como: - migradores de passagem (?);
3 – Raro;
4 – Fácil, se prestar-mos atenção à cor das cabeças na Negrinha e no Z.-bastardo e das laterais no Z.-castanho; quanto às fêmeas, as dificuldades aumentam, tornando-se imprescindível o uso de guias da especialidade para estabelecermos as devidas comparações;
5 – Considerar o mesmo que para a espécie anterior;
6 – Nada tolerantes;
7 – Pelos relatos de outros observadores de aves do estuário do Cávado, este será o Zarro menos raro na região.
Aythya nyroca (Zarro-castanho)
1 – Regionalmente extinto, consta no anexo A-I da Directiva Aves;
2 – Migrador de passagem (?);
3 – Apesar do estatuto indicado no ponto 1, no Outono de 1999 manteve-se durante alguns dias no nosso estuário um bando com 10 indivíduos (nunca os seus congéneres foram vistos por cá em tal quantidade);
4 – É o único Zarro com as penas infracaudais brancas (bem visível);
5 – Considerar o mesmo que para a espécie anterior;
6 – Nada tolerantes;
7 – Nada a referir.
Aythya marila (Zarro-bastardo)
1 – Pouco preocupante (IUCN);
2 – Apenas observei um casal desta espécie em 21 de Outubro de 1998;
3 – Nada a acrescentar;
4 – Atenção ao que ficou mencionado para a Negrinha;
5 – O casal foi visto no extremo norte do sapal;
6 – Nada a acrescentar;
7 – De acordo com toda a literatura consultada, a par do Z.-castanho, será a mais rara das aves deste género.
Melanitta nigra (Pato-negro)
1 – Em perigo;
2 – Apenas observei um indivíduo em 9 de Janeiro de 2003;
3 – Ver o ponto 7;
4 – O Pato-fusco, embora maior, é muito parecido; existem algumas características subtis que os distinguem, mas considero que a longas distâncias a mais evidente será a parte branca das asas do P.-fusco, bem visível em voo e perceptível junto à cauda quando está pousado na água;
5 – Ver o ponto 7;
6 – Nada a referir;
7 – Estas aves, tidas como invernantes em Portugal, têm hábitos quase exclusivamente marítimos e julgo que a sua ocorrência no estuário do Cávado se deveu ao facto de naqueles dias ter ocorrido um forte temporal na nossa região, sobretudo no mar, levando a que a ave tivesse procurado refúgio naquele plano de água que forma uma pequena baía junto ao miradouro da restinga, onde permaneceu a descansar; de salientar que nos dias seguintes foram encontrados pela praia de Ofir inúmeros espécimes mortos (aparentemente vítimas de exaustão); em anos posteriores, ao longo das praias do litoral norte, voltei a testemunhar situação semelhante na sequência de condições atmosféricas similares; com telescópio, durante o Inverno, consegue-se avistar (talvez a menos de uma milha) bandos de aves que em tudo se parecem com esta espécie – mas não o posso confirmar; os nossos pescadores também relatam episódios de capturas acidentais de “patos pretos que mergulham” que ficam presos nas suas redes.
Melanitta fusca (Pato-fusco)
1 – Pouco preocupante (IUCN);
2 – Apenas observei um indivíduo em 22 de Março de 2001 muito próximo da foz mas já no interior do estuário do Cávado;
3 – Ver o ponto 7;
4 – Consultar o que foi referido em igual número no P.-negro;
5 – Ver o ponto 7;
6 – Nada a referir;
7 – Assim como o P.-negro, é uma ave marítima e suponho que as causas da sua ocorrência estará relacionada com as mesmas circunstâncias, aliás, o Inverno desse ano foi extremamente rigoroso – quem não se lembra das cheias de 2001? Julgo que será importante salientar aqui que esta ave apenas é apresentada pela SPEA na sua lista de Raridades, o que explica o facto de eu nunca ter visto espécimes mortos pelas praias após um período de condições meteorológicas adversas.
Mergus serrator (Merganso-de-poupa)
1 – Em perigo;
2 – Apenas registei a ocorrência de uma ave desta espécie que permaneceu no estuário do Cávado entre Dezembro de 2002 e Fevereiro de 2003;
3 – Nada a acrescentar;
4 – De acordo com o que será exposto no post seguinte, em Agosto de 2008 surgiu por cá um Merganso-capuchinho, espécie exótica que embora apresente características diferentes desta, possui uma silhueta muito parecida;
5 – O espécime em causa tendia a permanecer grande parte dos dias entre aquele plano de água que forma uma pequena baía junto ao miradouro da restinga e a língua de areia no extremo norte do sapal, onde desenvolvia um comportamento muito parecido com o Corvos-marinhos ou os Mergulhões, enquanto se alimentava de peixe;
6 – Pouco tolerante à nossa aproximação;
7 – Nada a acrescentar.