domingo, 29 de setembro de 2013

OBSERVAÇÃO DE AVES (AGOSTO 2013) (Anexo)


Confirmação da ocorrência de uma nova espécie de PASSERIFORMES

Família Turdidae

Quando, em agosto de 2011, assinalei pela primeira vez a ocorrência de rouxinóis-comuns (Luscinia megarhynchos) no estuário do Cávado, desenvolvi aqui um texto sobre as dezanove espécies da família Turdidae (tordos e afins) regulares no território continental nacional. Além da enumeração das que, até então, já tinha inventariado na minha área em estudo (quadrícula UTM NF19), indiquei cinco cuja ocorrência considerava improvável nesta região e ainda justifiquei por que motivo admitia a possibilidade, mesmo que remota, de vir a registar mais três nesta zona húmida ou nos habitats naturais e semi-naturais envolventes. Assim, escusando-me a uma repetição exaustiva, deixo aqui a hiperligação aos que estiverem interessados em consultar aquele texto.

Desde então, a minha lista de turdídeos tem-se mantido inalterada. Houve, no entanto, uma ocorrência verificada menos de 6km a norte da foz do Cávado (quadrícula UTM NG 10) que merece ser aqui destacada. Lembro que no texto supracitado me referi à improbabilidade do melro-azul (Monticola solitarius) ocorrer no litoral norte porque, alegadamente, a “sua área de distribuição é mais meridional e/ou interior e sobretudo por estar associado a habitats muito distintos dos que aqui pode encontrar”. Apesar disto, em 8 de fevereiro de 2013, ao percorrer o Monte da Nossa Senhora da Guia em Belinho, Esposende, avistei um macho adulto desta espécie entre os afloramentos rochosos que caraterizam aquele local.


 
















Volvidos cinco dias, ainda ali foi encontrado um indivíduo imaturo com a idade de 1º inverno (por Sérgio Esteves). Embora estas observações se tenham verificado fora da minha área em estudo e, por tal, a espécie continue como não arrolada em “NF19”, aqui fica a nota destes tão interessantes como inesperados registos.

Enquanto neste caso me equivoquei no “jogo das probabilidades”, não podia estar mais certo quando, ao referir-me ao rabirruivo-de-testa-branca, dizia que “… tipicamente frequenta paragens bem distantes, mas como há movimentos no nosso território de aves nidificantes provenientes de outras zonas da Europa Ocidental e até do Norte de Portugal, julgo que, com um pouco mais de esforço de procura, um dia o poderei encontrar…”. Então, vejamos:

 














Apesar do mapa da distribuição global apresentado pela União Internacional para a Conservação da Natureza, coincidente com o da BirdLife International, mostrar que esta espécie apenas surge no nosso país como reprodutora em Montesinho e no Algarve, sustentei aquela minha convicção no ATLAS DAS AVES NIDIFICANTES EM PORTUGAL (2) no qual consta que (esta espécie de rabirruivo) “… É muito discreta, o que contribui também para os valores de abundância relativa muito reduzidos observados na maior parte do território” e, sobretudo, no livro AVES DE PORTUGAL (1) que apresenta a ave como estival nidificante e migradora de passagem pouco comum e esclarece que “durante a migração, os rabirruivos-de-testa-branca podem observar-se em muitos tipos de habitats, arborizados ou não, principalmente perto do litoral…”.

Assim, de entre as várias aves a que dedico habitual atenção durante a época de migração pós-nupcial, que nesta região é mais notada a partir de meados do mês de agosto, não negligenciei a eventualidade da passagem desta espécie em particular. Os rouxinóis-comuns, que já se ouviam desde o dia 15, foram os primeiros a dar sinal da sua presença e na manhã de 23 de agosto de 2013, entre os milheirais a montante da ETAR junto à margem direita do Cávado, avistei um passeriforme que enquanto se manteve no solo me pareceu um comum pisco, porém, quando se afastou para longe, exibiu uma cauda ruiva que me despertou suspeitas. A ave apenas pousou por instantes num muro antes de desaparecer entre as canas do milho, mas ainda me permitiu o registo destas imagens:


 
















Embora muito ampliados e sem nitidez, estes fotogramas apresentam os detalhes necessários (consultar um bom guia) que me permitem atestar em absoluto a presença de um juvenil de Rabirruivo-de-testa-branca (Phoenicurus phoenicurus) na minha área em estudo.

Considerada como não ameaçada no Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal, esta espécie ainda não constava na Lista Distrital de Braga do portal de referência http://avesdeportugal.info/index.html.

Além dos residentes melros-pretos (Turdus merula), cartaxos-comuns (Saxicola rubicola), piscos-de-peito-ruivo (Erithacus rubecula), dos rabirruivos-pretos (Phoenicurus ochruros), e suas crias,


 















durante o último mês de agosto apenas registei no estuário do Cávado a presença do tordo-músico (Turdus philomelos), mas os habituais turdídeos migradores não tardariam.

 

(1) Catry P., Costa H., Elias G. & Matias R. 2010. em Aves de Portugal – Ornitologia do Território Continental. Assírio & Alvim, Lisboa.

(2) Equipa Atlas (2008). Atlas das Aves Nidificantes em Portugal (1999-2005). Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade, Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, Parque Natural da Madeira e Secretaria Regional do Ambiente e do Mar. Assírio & Alvim, Lisboa.


domingo, 22 de setembro de 2013

Lista anotada e ilustrada das aves observadas no Estuário do Cávado e habitats envolventes em agosto de 2013


[a seguir à designação da espécie em português (em maiúsculas) segue-se o nome em inglês e o científico (itálico)]
[seguem-se ao nome as ilustrações e as anotações a azul]
[as ocorrências mais relevantes serão assinaladas a negrito]
[para ver a foto com um pouco mais de detalhe clique em cima da imagem]


ESPÉCIES COM POPULAÇÕES EM ESTADO SELVAGEM

Ordem Anseriformes

Família Anatidae

NEGROLA-COMUM (Pato-negro)
Common Scoter
Melanitta nigra


 
















no dia 22 encontrava-se um macho adulto aparentemente debilitado a descansar na margem do juncal a montante da ponte velha; incomodado pela minha presença afastou-se sempre pela água, sem levantar voo, para a margem direita onde voltou a repousar

Ordem Pelecaniformes

Família Sulidae

ALCATRAZ-COMUM (Ganso-patola)
Northern Gannet
Morus bassanus

embora escassos, ainda se podiam ver alguns indivíduos a caçar ao largo para lá dos recifes

Família Phalacrocoracidae

CORVO-MARINHO(-DE-FACES-BRANCAS)
Great Cormorant
Phalacrocorax carbo

aos dois ou três indivíduos que se restaram por cá durante os dois últimos meses, foram-se juntando outros ao longo do mês; no final o seu número já quase atingia a dezena

Ordem Ciconiiformes

Família Ardeidae

CARRACEIRO (Garça-boieira)
Cattle Egret
Bubulcus ibis


 
















na madrugada do dia 22 foram registados os cinco primeiros indivíduos da época, que descansavam no sapal a montante da ETAR e passavam as primeiras horas do dia a alimentarem-se nos incultos da margem direita a montante do “centro de mergulho”

GARÇA-BRANCA-PEQUENA
Little Egret
Egretta garzetta

GARÇA-REAL
Grey Heron
Ardea cinerea

em número crescente

Ordem Accipitriformes

Família Accipitridae

GAVIÃO
Eurasian Sparrowhawk
Accipiter nisus

no dia 22 foi visto um indivíduo a caçar junto aos freixos da margem direita a montante da ETAR

ÁGUIA-D’ASA-REDONDA
Common Buzzard
Buteo buteo


 
















Ordem Falconiformes

Família Falconidae

PENEIREIRO-DE-DORSO-MALHADO (Peneireiro-vulgar)
Common Kestrel
Falco tinnunculus

Ordem Charadriiformes

Família Charadriidae

BORRELHO-GRANDE-DE-COLEIRA
Common Ringed Plover
Charadrius hiaticula

BORRELHO-DE-COLEIRA-INTERROMPIDA
Kentish Plover
Charadrius alexandrinus

ABIBE-COMUM
Northern Lapwing
Vanellus vanellus

no dia 30, e seguintes, foi visto um indivíduo isolado no canal próximo da pousada de juventude

Família Scolopacidae

PILRITO-DAS-PRAIAS (Pilrito-d’areia)
Sanderling
Calidris alba

PILRITO-DE-PEITO-PRETO (Pilrito-comum)
Dunlin
Calidris alpina

NARCEJA-COMUM
Common Snipe
Gallinago gallinago

no dia 24 foi registada a primeira da época no juncal em frente à marginal de Fão

MILHERANGO (Maçarico-de-bico-direito)
Black-tailed Godwit
Limosa limosa

no dia 13 foi observado um bando de nove indivíduos próximo da ponte velha, por onde permaneceram até ao mês seguinte

FUSELO
Bar-tailed Godwit
Limosa lapponica

ainda escassos

MAÇARICO-GALEGO
Whimbrel
Numenius phaeopus

embora raramente vistos, ouviam-se com frequência em passagem desde o último mês

MAÇARICO-DAS-ROCHAS
Common Sandpiper
Actitis hypoleucos

PERNA-VERDE(-COMUM)
Common Greenshank
Tringa nebularia

regresso assinalado no início do mês por um bando com cerca de uma dezena de indivíduos que esvoaçavam no extremo do juncal em frente à doca de pesca

MAÇARICO-DE-DORSO-MALHADO (Maçarico-bastardo)
Wood Sandpiper
Tringa glareola





 
















nos dias 22 e 23 encontravam-se dois imaturos no sapal e juncais a montante da ponte velha

PERNA-VERMELHA(-COMUM)
Common Redshank
Tringa totanus

um ou outro indivíduo podiam ser observados pela margem direita próximo da ponte velha

ROLA-DO-MAR
Ruddy Turnstone
Arenaria interpres

Família Laridae

GAIVOTA-DE-CABEÇA-PRETA
Mediterranean Gull
Ichthyaetus melanocephalus

 
















no dia 12 foi visto um adulto entre guinchos na margem direita a jusante da ponte velha

GUINCHO-COMUM
Black-headed Gull
Chroicocephalus ridibundus

muito abundantes a partir do dia 10

GAIVOTA-D’ASA-ESCURA
Lesser Black-backed Gull
Larus fuscus

muito abundantes, sobretudo nos bancos de areia desde o dia 10

GAIVOTA-DE-PATAS-AMARELAS
Yellow-legged Gull
Larus michahellis

Família Sternidae

GARAJAU-DE-BICO-PRETO (Garajau-comum)
Sandwich Tern
Sterna sandvicensis

GAIVINA-PRETA
Black Tern
Chlidonias niger


 
















um juvenil subiu o rio pela margem direita até ao ‘molhe do Caldeirão’ no dia 22

Ordem Columbiformes

Família Columbidae

POMBO-TORCAZ
Common Wood Pigeon
Columba palumbus

ROLA-TURCA
Eurasian Collared Dove
Streptopelia decaocto

ROLA-BRAVA
European Turtle Dove
Streptopelia turtur

raras

Ordem Cuculiformes

Família Cuculidae

CUCO-CINZENTO (Cuco-canoro)
Common Cuckoo
Cuculus canorus

no dia 22 foi observado um indivíduo nas imediações da pousada de juventude

Ordem Strigiformes

Família Strigidae

CORUJA-DO-MATO
Tawny Owl
Strix aluco

na noite do dia 5 foi avistado um indivíduo pousado num ramo de pinheiro junto ao ‘caniçal da Apúlia’, mais precisamente no início do ‘caminho do meio’ que segue para Fão

Ordem Caprimulgiformes

Família Caprimulgidae

NOITIBÓ-CINZENTO (Noitibó-da-Europa)
European Nightjar
Caprimulgus europaeus

vocalizações registadas na mata até ao dia 28

Ordem Apodiformes

Família Apodidae

ANDORINHÃO-PRETO
Common Swift
Apus apus

Ordem Coraciiformes

Família Alcedinidae

GUARDA-RIOS
Common Kingfisher
Alcedo atthis

conforme o habitual, com o avançar do mês tornaram-se cada vez mais comuns

Família Upupidae

POUPA
Hoopoe
Upupa epops

Ordem Piciformes

Família Picidae

PETO-REAL (Peto-verde ou Pica-pau-verde)
European Green Woodpecker
Picus viridis

PICA-PAU-MALHADO (Pica-pau-malhado-grande)
Great Spotted Woodpecker
Dendrocopos major

Ordem Passeriformes

Família Hirundinidae

ANDORINHA-DAS-BARREIRAS
Sand Martin
Riparia riparia

ANDORINHA-DAS-CHAMINÉS
Barn Swallow
Hirundo rustica

ANDORINHA-DOS-BEIRAIS
Common House Martin
Delichon urbicum

ANDORINHA-DÁURICA
Red-rumped Swallow
Cecropis daurica

Família Motacillidae

ALVÉOLA-AMARELA
Yellow Wagtail
Motacilla flava

ALVÉOLA-BRANCA
White Wagtail
Motacilla alba

Família Troglodytidae

CARRIÇA
Winter Wren
Troglodytes troglodytes

Família Prunellidae

FERREIRINHA(-COMUM)
Dunnock
Prunella modularis

Família Turdidae

Será feita uma abordagem mais alongada em texto anexo

Família Sylviidae

FUINHA-DOS-JUNCOS
Zitting Cisticola
Cisticola juncidis

 
















FELOSA-POLIGLOTA
Melodious Warbler
Hippolais polyglotta

a partir do dia 15 registou-se um claro aumento de indivíduos em passagem, em particular nos silvados e funchos a montante da marginal de Fão

TOUTINEGRA-DOS-VALADOS (Toutinegra-de-cabeça-preta)
Sardinian Warbler
Sylvia melanocephala

PAPA-AMORAS-COMUM
Common Whitethroat
Sylvia communis

no dia 24 foi assinalada a presença dos primeiros indivíduos nos silvados e funchos a montante da marginal de Fão e logo de seguida tornou-se comum em ambas as margens

TOUTINEGRA-DE-BARRETE(-PRETO)
Eurasian Blackcap
Sylvia atricapilla

FELOSA-MUSICAL
Willow Warbler
Phylloscopus trochilus

no dia 22 registei os primeiros indivíduos nos funchos da margem direita a jusante da ponte velha; desde então encontravam-se em abundância nas duas margens

Família Muscicapidae

PAPA-MOSCAS-PRETO
European Pied Flycatcher
Ficedula hypoleuca

apenas registei os primeiros no dia 31 nos sabugueiros a montante da marginal de Fão

Família Paridae

CHAPIM-CARVOEIRO (Chapim-preto)
Coal Tit
Parus ater

CHAPIM-REAL
Great Tit
Parus major

Família Corvidae

GAIO
Eurasian Jay
Garrulus glandarius

PEGA
Common Magpie
Pica pica

GRALHA-PRETA
Carrion Crow
Corvus corone

habitualmente apenas se viam dois ou três indivíduos na margem direita junto à ponte velha e daqui até um eucaliptal na zona da ‘Pedreiras’ em Fão; no dia 22 juntaram-se quatro indivíduos sobre o rio a montante da ponte velha

Família Sturnidae

ESTORNINHO-PRETO
Spotless Starling
Sturnus unicolor

Família Passeridae

PARDAL-DO-TELHADO (Pardal-comum ou doméstico)
House Sparrow
Passer domesticus

PARDAL-MONTÊS
Eurasian Tree Sparrow
Passer montanus
 
Família Fringillidae

MILHEIRINHA-EUROPEIA (Chamariz ou Cerezino)
European Serin
Serinus serinus

VERDILHÃO
European Greenfinch
Carduelis chloris

PINTARROXO-DE-BICO-ESCURO (Pintarroxo)
Common Linnet
Carduelis cannabina


ESPÉCIES NATURALIZADAS COM POPULAÇÕES ESTABELECIDAS RESULTANTES DE INTRODUÇÕES, MAS QUE TAMBÉM OCORREM EM ESTADO SELVAGEM

Ordem Anseriformes

Família Anatidae

PATO-REAL
Mallard
Anas platyrhynchos


ESPÉCIES DOMESTICADAS COM POPULAÇÕES ESTABELECIDAS EM ESTADO SELVAGEM

Ordem Columbiformes

Família Columbidae

POMBO-DA-ROCHA e POMBO-DOMÉSTICO
Rock Dove
Columba livia


ESPÉCIES NATURALIZADAS

Ordem Passeriformes

Família Estrildidae

BICO-DE-LACRE(-COMUM)
Common Waxbill
Estrilda astrild


ESPÉCIES QUE OCORREM APENAS COMO RESULTADO DE UMA INTRODUÇÃO, FUGA AO CATIVEIRO OU POSSIVELMENTE PROVENIENTES DE POPULAÇÕES SELVAGENS MAS COM A SITUAÇÃO NÃO AVALIADA PELO COMITÉ PORTUGUÊS DE RARIDADES

Ordem Anseriformes

Família Anatidae

GANSO-CHINÊS (Ganso-sinaleiro) Categoria E
Swan Goose
Anser cygnoides

continua na marginal de Fão o indivíduo que chegou ao estuário em dezembro de 2011

GANSO-DO-EGIPTO Categoria E
Egyptian Goose
Alopochen aegyptiaca

continuam no estuário os seis indivíduos chegados em abril de 2013

PATO-DO-MATO (Pato-mudo) Categoria E
Muscovy Duck
Cairina moschata

permanece na marginal de Fão o mesmo indivíduo ali chegado em Junho de 2013

MARRECA-OVEIRA (Piadeira-do-chile) Categoria E
Chiloe Wigeon
Anas sibilatrix

continua na marginal de Fão o suposto híbrido desta espécie com Anas americana ou Anas flavirostris chegado em agosto de 2010

 

REFERÊNCIAS E NOTAS:

Foram adotadas as nomenclaturas científica e inglesa e a sequência taxonómica recomendadas pelo comité taxonómico da Association of European Records and Rarities Committees (AERC TAC 2003; 2010; 2011).

Nome vulgar das espécies em maiúsculas segundo Catry P., Costa H., Elias G. & Matias R. 2010. em AVES DE PORTUGAL – ORNITOLOGIA DO TERRITÓRIO CONTINENTAL. Assírio & Alvim, Lisboa (sinónimos em português surgem entre parênteses)

Categoria C - espécies naturalizadas (aquelas que tendo uma origem exótica, possuem populações reprodutoras, em estado selvagem, auto-suficientes, que se mantêm sem auxílio de novas introduções ou de alimentação artificial).

Categoria E - fugas de cativeiro e espécies introduzidas (não são consideradas como fazendo parte da Lista de Portugal Continental).

CPR – Comité Português de Raridades