sexta-feira, 25 de julho de 2008

NIDIFICAÇÃO (parte V)

(Conclusão)


Num breve estudo sobre as características ecológicas da diversidade de biótopos presentes no litoral do Concelho de Esposende, podemos facilmente concluir que estes assumem, antes de mais, um interesse significativo para as aves migradoras de passagem e invernantes (p. ex. o Estuário do Cávado apresenta-se como uma área importante para o descanso e alimentação durante o Inverno e o período migratório) e não propriamente como local de nidificação. Ainda assim, algumas espécies consideradas de conservação prioritária, ou com valor ecológico relevante, fazem uso dos ecossistemas que aqui (ainda) se desenvolvem para se reproduzirem, sendo de destacar, entre outras aves, o Borrelho-de-coleira-interrompida.


A este nível, devemos atribuir especial atenção à preservação de habitats como os Juncais do Estuário do Cávado; o Caniçal em Agra da Apúlia; a Mata Dunar de Pinheiro e Folhosas entre Fão e Apúlia; os Sistemas Dunares e as suas Depressões Húmidas; ou ainda as Comunidades de Vegetação Ripícola nas margens do Cávado, do Neiva e de algumas das ribeiras costeiras, onde evoluem condições muitos favoráveis para a procriação de muitas espécies de aves (e não só). Mas também cada um dos indivíduos da fauna que ali habita merece especial respeito ao longo de todos os seus ciclos de vida, particularmente durante o período reprodutor em que estão mais vulneráveis a actos predatórios.

Nesse sentido, importa apelar ao bom senso de todos aqueles que ficaram rendidos aos encantos e aspectos mais lúdicos da Natureza, como é o caso do crescente número de Fotógrafos da Natureza, para que tenham em consideração que essa actividade representa sempre uma interferência no meio ambiente e nas comunidades que o integram.

Com o intuito de regular aquela acção, no nosso País apenas conheço o Código de Conduta para o Fotógrafo da Natureza apresentado pela LPN – Liga para a Protecção da Natureza em Novembro de 2007 pelo que, considerando-o adequado a todos nós, tomo a liberdade de aqui o reproduzir ( Fonte:
www.lpn.pt/ ).


«A Fotografia de Natureza é uma actividade que, como o nome indica, implica uma relação próxima com elementos naturais, sejam espécies, habitats ou paisagens.

Por esse motivo, o exercício dessa actividade deve obedecer a um conjunto de princípios básicos.

No decurso das actividades de fotografia de natureza, a principal preocupação do fotógrafo deve ser a salvaguarda da vida ou modo de vida de qualquer que seja a espécie a fotografar. O princípio básico que deve reger esta actividade deve ser: a vida, bem como o bem-estar do sujeito e/ou do ambiente a fotografar são mais importantes do que qualquer fotografia.


O referido conhecimento simplificará a observância do seguinte conjunto de recomendações ou regras de conduta:
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- Todas as fotografias deverão ser tiradas com os seres vivos a fotografar no seu habitat natural, pelo que a recolha de plantas ou a captura de animais para fins fotográficos é inadmissível;

- A actividade fotográfica deve implicar o mínimo de impactos no ambiente circundante aos seres vivos a fotografar, sendo necessário tomar precauções para que a sua protecção natural não seja danificada;

- A fotografia de aves no ninho encontra-se excluída do âmbito da Fotografia de Natureza, procurando assim evitar-se a indução de perturbações em ninhos de aves mais sensíveis;

- A fotografia de cavidades de nidificação ou na proximidade de locais de nidificação deve ser dissuadida, se existir a mínima possibilidade de perturbação;

- Deve ser evitada a perturbação de animais à procura de alimento ou a transportar alimento para as áreas de procriação;

- Os locais de abrigo dos animais não devem ser objecto de perturbação em quaisquer circunstâncias;

- Devem ser evitados quaisquer comportamentos que possam prejudicar os animais;

- Bom senso

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Além destas regras, devo ainda de fazer referência ao “Manual de Buenas Prácticas del Fotógrafo de Naturaleza” editado pela AEFONA – Asociación Española de Fotógrafos de Naturaleza (
http://aefona.org/ ) que inclui, além do respectivo Código de Ética que abaixo se apresenta *, alguns conselhos práticos, reflexões e advertências sobre a actividade, informações interessantes (dicas), lista de espécies protegidas, enfim, uma série de conceitos que nos conduzem ao encontro da filosofia daquela instituição: “Antes deixar de obter uma imagem, que prejudicar minimamente o ser vivo que nela devia aparecer”.
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«Código Ético do Fotógrafo da Natureza (AEFONA)

1 – A segurança do sujeito e a conservação do meio são sempre mais importantes que a obtenção da sua fotografia.

2 – Temos o dever de obter amplamente conhecimentos sobre a biologia e o comportamento das espécies a fotografar com o fim de prevenir actuações improcedentes ou causar danos. Da mesma forma, deve adquirir também os conhecimentos técnicos necessários para abordar com segurança a fotografia dos seres vivos em cada situação apresentada.

3 – Sempre que a Lei o exija para algumas espécies, devemos solicitar as licenças necessárias às autoridades competentes para as fotografar e, se o terreno for privado, também aos seus proprietários. Devemos respeitar o modo de vida das pessoas que vivem e trabalham no meio natural.

4 – Para fotografar a fauna, devemos trabalhar preferencialmente com exemplares livres e selvagens no seu meio natural, sem alterar o seu normal comportamento. Devemos evitar as situações delicadas como os animais que estão a incubar ou com crias recém-nascidas, especialmente em condições meteorológicas desfavoráveis (frio, chuva, sol directo…). Se as condições permitirem o trabalho fotográfico, teremos de tomar as máximas precauções, desistindo se as crias correrem algum perigo.

5 – Devemos evitar tanto quanto possível o transporte de espécies para fotografia em estúdio. Caso aquelas espécies sejam, excepcionalmente, retiradas do seu habitat, as mesmas devem ser colocadas novamente no local de origem, sem qualquer dano e no mais breve prazo possível. As espécies protegidas legalmente ficarão excluídas se não se dispuser da devida licença das autoridades.

6 – Para fotografar a flora, deveremos trabalhar preferencialmente no campo, evitando arrancar total ou parcialmente as espécies.

7 – Não devemos alegar que uma fotografia foi realizada em condições controladas – as fotos em zoológicos e similares podem fazer supor uma maior tranquilidade para as espécies mais escassas e vulneráveis.

8 – Evite o corte de ramos ou vegetação para disfarçar os esconderijos usados para fotografar a fauna selvagem, utilizando preferencialmente redes ou tecidos camuflados ou, na sua falta, ramos mortos e vegetação seca.

9 – A camuflagem natural de um ninho manipulado para uma sessão fotográfica deve ser restaurada no final. Os ramos devem ser atados e não cortados e nunca se deixará exposto o ninho a predadores, outras pessoas ou às adversidades climáticas.

10 – Devemos evitar manipular qualquer elemento mineral ou arqueológico de forma a poder alterar-se irremediavelmente a integridade de uma formação geológica ou paleontológica.

11 – Passar sempre despercebidos durante o trabalho de campo, não atraindo a atenção do público ou de um predador. Não revelar a localização de espécies raras, salvo a investigadores acreditados e pessoas competentes que contribuam para a sua protecção.

12 – Devemos manter sempre limpo o local do nosso trabalho de campo, eliminando também qualquer sinal da nossa actividade.

13 – O fotógrafo da natureza que trabalhe fora do seu País deve actuar com o mesmo cuidado e responsabilidade como se estivesse no seu próprio.

14 – Informar as autoridades de qualquer infracção que observemos contra a Natureza, incluindo as actuações à margem da Lei realizadas por outros fotógrafos.

15 – Colaborar com outros companheiros para melhorar as condições de trabalho na Natureza, divulgando ao mesmo tempo o presente código ético a todos aqueles que o desconhecem

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Por fim, gostaria de concluir este tema com algumas reflexões mais pessoais.

Tenho plena consciência de que para quem se dedica ao registo fotográfico dos valores naturais, actividade também conhecida no meio por “Caça Fotográfica”, a “fronteira” que divide a correcção do excesso se apresenta muito ténue e, mesmo para os melhor intencionados, é difícil não perturbar a fauna ou evitar pequenos danos na flora. Ainda assim, não sendo adepto de fundamentalismos, considero que, exercido com a devida moderação, este modo de recreio pode ser extremamente didáctico obrigando-nos a um estudo constante e proveitoso e, consequentemente, contribuir para uma melhor sensibilização ambiental.

Agora tomemos o exemplo de determinadas aves que, tolerantes à presença humana, “constroem” o ninho nos beirais de janelas, alpendres, garagens, armazéns ou mesmo num arbusto do nosso jardim e que não manifestam qualquer sintoma de perturbação quando lhes apontamos uma teleobjectiva. Ou então aquelas que, embora sensíveis à nossa aproximação, não se aperceberam de um esconderijo que tão bem erguemos quase em cima do ninho. Em ambos as situações conseguem-se obter excelentes fotografias, mas questiono:


1º. – Será assim tão fácil perceber se uma ave está a sentir incómodo com a nossa presença por perto? Os sinais transmitidos pelo comportamento das aves serão de interpretação óbvia?

2º. – O facto do progenitor que cobre os ovos ou as crias se manter imóvel quando nos aproximamos, significará que não nos receia? Conheceremos todos os factores que podem influenciar negativamente os esforços de procriação ou mesmo resultar no abandono do ninho?

3º. – O que transmitimos aos predadores quando nos intrometemos durante algum tempo nas imediações de um ninho com crias que, obviamente sem medo, libertam os habituais apelos bem sonoros?

4º. – Quando afastamos alguns ramos para conseguir focar um ninho ou os seus ocupantes, mesmo sem os cortar, será que depois os conseguiremos recolocar na mesma posição? O que é que ficará evidenciado com uns meros centímetros de desvio em relação ao inicial?

5º. – A foto de um ninho bem conseguida em termos cénicos, alcançada a longa distância ou com todas as cautelas e sem causar qualquer perturbação, acompanhada de todas as advertências sobre os cuidados tidos na sua obtenção, não irá despertar noutros (pseudo)fotógrafos a vontade de “conquistar um troféu” semelhante, mesmo que para isso se “atropelem” as mais elementares normas do bom senso numa procura desenfreada de ninhos? Será que a NÃO PUBLICAÇÃO de uma imagem com aquelas características, não EVITARIA aquele tipo de predação?

...
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Em muitos casos, as nossas fotos expõem, denunciam ou evidenciam a nossa sensibilidade ambiental. Ao divulgar uma fotografia da nossa autoria estamos, de alguma forma, a revelar um pouco de nós.

Como viram, nas imagens que acompanharam os textos que compõem este trabalho, NUNCA FORAM EXPOSTAS FOTOGRAFIAS DE NINHOS OCUPADOS PELAS AVES ADULTAS, SIMPLESMENTE POR OVOS OU MESMO PELOS JUVENIS e isso, julgo, não significou que o trabalho tivesse sido desenvolvido com menor profundidade ou com uma ilustração ineficiente.





* A tradução do texto original em Castelhano para a língua Portuguesa é da minha autoria pelo que, a existir qualquer lapso, assumo a inteira responsabilidade e lamento-o desde já.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

NIDIFICAÇÃO (parte IV)

(Continuação)


Quando um determinado “estudo” é realizado por apenas uma pessoa, como foi o caso do que resultou nas relações/listas que apresentei, é provável que nele ocorram algumas lacunas de informação. Se esse mesmo trabalho é executado por alguém sem preparação académica e desenvolvido para além da sua actividade profissional, as omissões tornam-se uma inevitabilidade. É precisamente aqui que me situo, ou seja, tudo aquilo que expus carece de validação da comunidade científica, até porque a recolha/análise dos dados não foi exaustiva e sistemática, mas estou certo do interesse que aqueles conteúdos possam representar para uma futura pesquisa que se queira dotada de maior rigor. Então, aqui adianto o meu modesto contributo.

Efectivamente, na minha procura incessante por literatura sobre a ecologia da minha região, constatei que não abunda informação sobre as espécies nidificantes no litoral norte do País ou, se existe, não está disponível fora dos herméticos circuitos académicos ou universitários. Ainda assim, nas Fichas de Caracterização Física e Biológica do Parque Natural Litoral Norte que acompanham a proposta do respectivo Plano de Ordenamento, podemos ter acesso a alguma informação relevante sobre esta matéria. Além disso, através das publicações dedicadas à divulgação científica, tanto de âmbito nacional como europeu, podemos perceber que a lista que apresentei poderá ser um pouco mais extensa.

Face ao exposto, não queria concluir a minha exposição sobre o tema da Nidificação no Litoral de Esposende, resultado da minha experiência particular, sem a completar com outros dados que obtive a partir do estudo daquelas obras divulgadas ou editadas e publicadas *.

Assim:

ORDEM CICONIIFORMES

Família Ciconiidae
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Cegonha-branca (Ciconia ciconia) – esta espécie que vulgarmente procria no nosso País desde o extremo sul até à região da Ria de Aveiro, não consta nos compêndios sobre a avifauna que ocorra regularmente no Minho, contudo, desde o Verão de 2001, altura em que observei vários indivíduos (até catorze em bando) a sobrevoarem o Estuário do Cávado, todos os anos tenho avistado em voo alguns espécimes no início da época de reprodução na parte sudeste do estuário, de onde se dirigem sempre para sul e ligeiramente para montante; julgo que se tratam dos indivíduos que nos últimos anos têm construído ninho nos limites do concelho de Barcelos com Esposende, relativamente próximo do curso do Cávado (no mês em que publico este texto, ainda se podem encontram no local em referência três adultos, estando o ninho constantemente ocupado por um deles, sendo frequentemente visitado pelo par e o outro permanece nas imediações).
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ORDEM ACCIPITRIFORMES

Família Accipitridae
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Tartaranhão-dos-pauis (Circus aeruginosus) – tenho avistado um ou talvez mais indivíduos desta espécie a sobrevoar o Estuário do Cávado e os campos agrícolas de Gandra durante a época estival desde o ano de 2000; no ano seguinte, a primeira ocorrência (fêmea) foi por mim notada no decorrer do mês de Março ainda antes época de nidificação, não sendo raro desde então acontecer este tipo de registos; esta espécie de Tartaranhão, também conhecida pelo nome vernáculo de Águia-sapeira, está definida como de conservação prioritária para a área do PNLN – Parque Natural Litoral Norte, sendo também considerado que a sua reprodução será possível no importante biótopo do Caniçal em Agra da Apúlia onde a espécie encontra condições favoráveis.
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Açor (Accipiter gentilis) – aqui confesso que para identificar convenientemente algumas aves de rapina ao vivo, enquanto voam, me deparo quase sempre com algumas dificuldades e esta espécie em particular é um desses casos; de facto, é muito provável que já tenha avistado espécimes destes a capturar outras aves e pequenos mamíferos pelo Estuário do Cávado, isto é, repetem-se os episódios em que de repente, naquele meio ou nas clareiras e campos agrícolas que pontuam pela zona florestal entre Fão e Apúlia, surge um predador alado num voo rápido investindo um ataque na direcção do nível do solo onde “desaparece” entre os juncos ou outra vegetação, demora-se alguns instantes e volta a surgir com uma presa nas garras, ausentando-se rapidamente sobre o Pinhal de Ofir ou no sentido dos Montes de Faro ou S. Lourenço, no entanto, tudo isto se passa em alguns instantes que, para os menos preparados, impede a distinção desta espécie com outras rapinas como, por exemplo, o Gavião (Accipiter nisus) que, embora mais pequeno, pode perfeitamente ser confundido; concretizando, ainda que nos meus registos não tenha confirmado a ocorrência do Açor nos limites do PNLN, com base na literatura consultada, é crível que isso aconteça, estando definida como uma ave de conservação prioritária para esta área protegida, onde a sua reprodução será provável no importante biótopo da Mata Dunar de Pinheiro e Folhosas situada na referida zona florestal.
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ORDEM GALLIFORMES

Família Phasianidae
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Codorniz (Coturnix coturnix) – espécie cinegética cujos exemplares são dificilmente localizados sem o auxílio de algumas técnicas venatórias; mesmo assim, são já vários os registos de ocorrência destas aves que tenho efectuado ao longo de todo o perímetro do Estuário do Cávado na parte final dos períodos estivais (nunca na época das duas possíveis posturas por volta de Maio ou Junho), levando a crer que se tratam de indivíduos migradores que regressam de norte com destino aos climas mediterrânicos com Invernos mais amenos, no entanto, por abundarem nestas paragens habitats favoráveis para a sua reprodução (por exemplo, campos abertos de milho), não excluo a probabilidade ser mais uma das aves nidificantes desta região (toda a literatura consultada a indica com tal para o nosso País).
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ORDEM CHARADRIIFORMES

Família Scolopacidae
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Maçarico-das-rochas
(Actitis hypoleucos) – ave muito fácil de localizar nas margens do Rio Cávado e que aqui pode ser observada durante todo o ano, mesmo na época da nidificação, contudo, não é fácil determinar a existência de indícios que confirmem a sua reprodução (há alguma literatura que faz referência à possibilidade desta ser um espécie nidificante no nosso País).
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ORDEM STRIGIFORMES

Família Strigidae
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Mocho-d’orelhas (Otus scops) – as aves desta família têm hábitos principalmente crepusculares e nocturnos, com excepção do Mocho-galego (Athene noctua) que também desenvolve alguma actividade diurna; por tal, a presença, tanto destes dois mochos, como do Bufo-pequeno (Asio otus), todos “aparentados”, mas este último de tamanho maior, não é fácil de detectar até porque os seus cantos ou chamamentos não são como as características vocalizações da Coruja-do-mato que praticamente todos conhecemos dos contos infantis; embora pessoalmente apenas seja testemunha da ocorrência do Mocho-galego nesta zona do País, ainda que fora dos limites do Parque Natural em áreas urbanizadas, a bibliografia que consultei refere-se a estas três espécies com nidificantes no nosso território; além disso, nas já referidas Fichas de Caracterização Física e Biológica, está indicado que no PNLN se desenvolvem condições favoráveis para a possível nidificação do Bufo-pequeno.
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ORDEM CAPRIMULGIFORMES

Família Caprimulgidae
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Noitibó (Caprimulgus europaeus) – pelos mesmos motivos que apresentei para a anterior família de aves, não posso garantir que já tenha observado esta espécie nesta área protegida, apesar dos seus chamamentos serem bem distintivos ou característicos; no entanto, tenho conhecimento que em campanhas de anilhagem efectuadas por técnicos do ICNB no Caniçal da Apúlia se comprovou a sua ocorrência naquele biótopo e que na já mencionada Mata Dunar de Pinheiro e Folhosas está confirmada a reprodução desta espécie de conservação prioritária.
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ORDEM PASSERIFORMES

Família Alaudidae
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Cotovia-de-poupa (Galerida cristata) – desta família apenas tenho atestada a ocorrência da Laverca (Alauda arvensis) nos limites do PNLN, porém, como esta apresenta várias semelhanças com as Cotovias, suas congéneres, foram múltiplas as ocasiões em não pude confirmar a presença da Cotovia-de-poupa ou da Cotovia-pequena (Lullula arbórea) por existir a possibilidade de confusão na identificação da espécie; portanto, além da Laverca, ainda é provável que as outras duas espécies aqui em destaque também se reproduzam nesta região, conforme o que está exposto em vários dos livros que consultei e na lista anexa à Ficha de Caracterização Biológica do PNLN.
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Família Turdidae
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Pisco-de-peito-azul (Luscinia svecica) – é relativamente frequente observar alguns indivíduos desta espécie no Juncal do Estuário do Cávado durante os meses de Setembro e Outubro ou ainda de Fevereiro e Março, mas parecem-me sempre indivíduos que estão de passagem na sua rota migratória, pois nunca demonstram evidências ou indícios de nidificação; de salientar contudo que, com base nas mesmas fichas de caracterização do PNLN, esta espécie de conservação prioritária encontrará boas condições para possível reprodução no Caniçal em Agra da Apúlia.
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Família Sylviidae
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Rouxinol-pequeno-dos-caniços (Acrocephalus scirpaceus) – toda a bibliografia que conferi refere-se a esta espécie com o estatuto de Comum para todo o território nacional e, efectivamente, como já comprovei, se fizermos uma visita de campo ao Baixo Vouga Lagunar na região de Aveiro, apercebemo-nos dessa abundância; no entanto, o mesmo já não posso citar quando me quero referir ao PNLN, aliás, nem sequer tenho confirmado nos meus registos que esta espécie aqui ocorra, mas isso deve-se principalmente ao facto desta ave se prestar a ser facilmente confundida por outras Felosas (Acrocephalus sp.), porquanto nos finais da época estival não é raro observar espécimes em tudo iguais a este Rouxinol (querendo ser rigoroso, nunca o atestei, mas estou quase seguro que ocorra no Estuário do Cávado e Caniçal da Apúlia, bem como num pequeno charco não natural situado nas imediações na zona florestal); além disso, as Fichas de Caracterização do PNLN indicam que esta espécie de conservação prioritária para a área poderá encontrar condições favoráveis para provável nidificação no Caniçal em Agra da Apúlia.
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Família Emberizinae
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Escrevedeira-dos-caniços (Emberiza schoeniclus) – na terceira parte deste texto referi que já presenciei episódios com indivíduos desta espécie a frequentar local no Estuário do Cávado onde provavelmente existia ninho, o que por si só não atesta a sua reprodução, contudo, as citadas Fichas de Caracterização do PNLN confirmam que esta espécie de conservação prioritária nidifica no Caniçal em Agra da Apúlia.
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Finalmente, ainda antes de seguir para o texto com que vou concluir esta série e que publicarei nos próximos dias, devo dizer que reconheço que o tema da nidificação é muito vasto, com matéria suficiente para ocupar este blog durante largos meses. Aspectos como a configuração do ninho (em forma de taça, cavidades no solo, buracos em troncos…); os materiais utilizados (ervas, musgos, penas, paus, teias, pedras…); a quantidade e descrição dos ovos e o número de posturas anuais; o período de incubação; o aspecto geral das crias e a sua alimentação; o número de dias que decorrem desde o nascimento até ao primeiro voo; os meses determinados para a procriação (em geral entre Abril e Junho, talvez Julho no máximo); entre outros inúmeros motivos, poderiam também aqui ser desenvolvidos, mas tudo aquilo são informações que permanecem praticamente imutáveis dentro da mesma espécie quer ela se reproduza aqui ou, por exemplo, no Algarve, e um dos meus objectivos com este trabalho limitava-se simplesmente à exposição de algumas das particularidades regionais (litoral do concelho de Esposende) relacionadas com o assunto. Portanto, para obter aquele tipo de informações poderá socorrer-se a bibliografia que está abaixo indicada, contactar-me através da minha morada electrónica, ou então, já que está no meio, visite o excelente blog
http://www.fao-natural.blogspot.com/.

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* Além do livro referido na primeira parte deste trabalho, ainda dispus para consulta:

- Guia de Campo das Aves de Portugal e da Europa – textos de John Gooders e ilustrações de Alan Harris – Temas e Debates (Edição de Junho de 1996);

- Guia Fapas das Aves de Portugal e da Europa – textos de Bertel Bruun, Hakan Delin e Lars Svensson e ilustrações de Arthur Singer e Dan Zetterstrom – editado por Fapas – Fundo para a Protecção dos Animais Selvagens e publicado pelo Pelouro do Ambiente da Câmara Municipal do Porto (2ª. Edição revista em 1995);

- Aves do Mundo (Colecção Segredos da Natureza) – de Colin Harrison e Alan Greensmith – Bertrand Editora (Venda Nova 1996);

- Aves Canoras (Colecção Mundo Verde) – de Jurgen Nicolai (colaboração Einhard Bezzel) – Everest Editora;

- Photographic Guide to the Birds of Britain & Europe – by Hakan Delin and Lars Svensson – Chancellor Press (London 1996);

- Onde Observar Aves no Sul de Portugal – de Helder Costa – Assírio e Alvim (edição Lisboa em Março de 2003);

- e ainda inúmeras pesquisas em revistas e sites da especialidade com destaque para a informação disponibilizada pelo ICNB – Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade e pela SPEA – Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves.
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(Continua)

quarta-feira, 9 de julho de 2008

NIDIFICAÇÃO (parte III)


(Continuação)


ORDEM PASSERIFORMES


Família Alaudidae
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Laverca (Alauda arvensis) – restinga do Cávado (episódios 1 – 2 – 3 – 4 – 5 – 6 – 7 – 8 – 9 – 12).
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Família Hirundinidae
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Andorinha-das-chaminés (Hirundo rustica) – particularmente as áreas edificadas de influência agrícola (episódios 1 – 3 – 4 – 8 – 11 – 13 – 14 – 15 – 16 – 18).
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(Juvenis que abandonaram recentemente o conforto do ninho.)


















(Adulto e juvenil)










































(Juvenis a aguardarem pela próxima refeição.)
























(Adulto a alimentar-se em voo.)














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Andorinha-dos-beirais (Delichon urbica) – praticamente por todas as áreas edificadas em especial as de maior influência agrícola (episódios 1 – 3 – 4 – 8 – 11 – 13 – 14 – 15 – 16 – 18).
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Família Motacillidae
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Alvéola-amarela (Motacilla flava iberiae) – estuário do Neiva (episódios 1 – 2 – 4 – 5 – 8) e estuário do Cávado (episódios 1 – 2 – 3 – 4 – 5 – 6 – 7 – 8 – 9 – 11 – 12 – 13 – 14 – 15 – 16 – 17 – 18).
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Alvéola-branca (Motacilla alba alba) – ambas as margens do Cávado (episódios 1 – 4 – 6 – 7 – 8 – 9 – 12 – 14) e também zonas urbanas com edifícios em construção ou em estado de ruína (também episódio 16).
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(Parada nupcial)



















(Adulto a alimentar a cria recentemente saída do ninho localizado em plena zona urbana.)





























Família Troglodytidae

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Carriça (Troglodytes troglodytes) – zonas com vegetação arbustiva abundante nas margens do Cávado (episódios 1 – 2 – 4 – 6 – 8 – 9 – 13), por todos os pinhais e mesmo áreas ajardinadas do núcleo turístico de Ofir (episódios 1 – 2 – 3 – 4 – 6 – 8 – 9 – 11 – 12 – 13 – 14 – 15 – 16 – 17 – 18).
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Família Prunellidae

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Ferreirinha (Prunella modularis) – zonas com vegetação arbustiva abundante nas margens do Cávado, pinhais e em jardins de maiores dimensões ou menor presença humana (episódios 1 – 2 – 4 – 6 – 8).
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(Na sua pose habitual a emitir um sonoro e melodioso canto a partir do alto de uma árvore.)




























Família Turdidae

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Pisco-de-peito-ruivo (Erithacus rubecula) – por toda a área, principalmente zonas com vegetação arbustiva nas margens do Cávado, pinhais e jardins (episódios 1 – 2 – 4 – 5 – 6 – 8 – 9 – 12 – 14).
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Rabirruivo-preto (Phoenicurus ochruros) – nas zonas urbanas com edifícios em construção ou então arruinados (episódios 1 – 2 – 4 – 6 – 8 – 14 – 16) e no núcleo turístico de Ofir (ainda episódios 7 – 9 – 11 – 12 – 13 – 14 – 15 – 18).
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(Cria que se ausentou definitivamente do ninho após os insistentes estímulos do progenitores.)









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Cartaxo-comum (Saxicola torquata) – por todo o estuário do Cávado (episódios 1 – 2 – 3 – 4 – 5 – 6 – 7 – 8 – 9 – 11 – 12 – 13 – 14 – 15 – 16 – 17 – 18) e nos sistemas dunares interrompidos por linhas de água ou depressões húmidas (episódios 1 – 2 – 4 – 6 – 8 – 9).
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(Macho adulto expondo-se para desviar a atenção de quem se aproxima dos locais de nidificação.)
























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Chasco-cinzento (Oenanthe oenanthe) – margem esquerda do Cávado desde a orla dos campos agrícolas das Pedreiras em Fão, passando pelas imediações do Hotel do Pinhal até próximo da restinga (episódio 1).
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Melro-preto (Turdus merula) – por praticamente toda a área (todos os episódios).
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Tordeia (Turdus viscivorus) – dúvidas por possível confusão com o Tordo-músico (Turdus philomelos) – principalmente nos pinhais situados na orla das dunas, mas também nos seus limites com áreas agrícolas (episódios 1 – 2 – 6).
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(Tordo-músico a fazer jus ao nome.)










Família Sylviidae
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Fuinha-dos-juncos (Cisticola juncidis) – estuário do Neiva (episódios 1 – 2 – 4 – 8) e do Cávado (todos os episódios com excepção do nº. 10).
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(Fuinha nos juncos.)





















(Uma boa camuflagem.)









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Felosa-poliglota (Hippolais polyglotta) – margem esquerda do Cávado densamente ocupada por vegetação arbustiva (episódios 1 – 2 – 4 – 6 – 8 – 9 – 12 – 16 – 18).
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Felosa-do-mato (Sylvia undata) – dunas e zona do estuário do Cávado com tojos ou vegetação arbustiva mais rasteira (episódios 1 – 8 – 9 – 12).
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Toutinegra-de-cabeça-preta (Sylvia melanocephala) – ao longo de ambas as margens do Cávado até à restinga (episódios 1 – 2 – 4 – 6 – 8 – 9 – 12 – 14) e zona agrícola e florestal entre Fão e Apúlia onde surgem silvas em abundância (episódios 1 – 8 – 12).
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(A habitual precaução antes de se dirigir para as crias, evitando denunciar a localização do ninho.)








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Toutinegra-de-barrete-preto (Sylvia atricapilla) – margens do Cávado (episódios 1 – 2 – 4 – 6 – 8 – 9 – 12) e zonas agrícolas, florestais e jardins pouco frequentados (episódios 1 – 8 – 12).
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Felosa-comum (Phylloscopus collybita) – nas zonas de pinhal, arbustivas ou urbanizadas com jardins cercados por sebes espessas e em pequenas galerias ripícolas ao longo dos rios Neiva e Cávado (episódios 1 – 8).
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Estrelinha-real (Regulus ignicapillus) – no pinhal do núcleo turístico de Ofir que contorna o estuário do Cávado (episódios 1 – 8 – 14 – 16).
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Família Muscicapidae

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Papa-moscas-cinzento (Muscicapa striata) – pela orla do estuário do Cávado (episódio 1).
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(Sempre atento aos insectos que passam e que captura em voos acrobáticos.)











Família Paridae
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Chapim-de-poupa (Parus cristatus) – por todos os pinhais ou pequenos bosques (episódio 1).
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Chapim-preto (Parus ater) – por todos os pinhais ou pequenos bosques (episódios 1 – 8 – 14).
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Chapim-real (Parus major) – por todos os pinhais, pequenos bosques ou galerias ripícolas, zonas arbustivas em torno das margens do Cávado e mesmo em zonas edificadas (episódio 1).
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Família Certhiidae

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Trepadeira-comum (Certhia brachydactyla) – por todos os pinhais ou pequenos bosques (episódio 1 – 8).
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(Em plena correria pelo pinheiro acima à cata do seu alimento - insectos.)
















Família Aegithalidae
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Chapim-rabilongo (Aegithalos caudatus) – por todos os pinhais ou pequenos bosques (episódio 1 – 8).
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Família Corvidae

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Gaio (Garrulus glandarius) – no pinhal entre Fão e Apúlia (episódios 1 – 3 – 4 – 8 – 9 – 11 – 13 – 14 – 15 – 16 – 17 – 18).
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Pega (Pica pica) – no pinhal em pleno núcleo turístico de Ofir (episódios 1 – 3 – 4 – 8 – 9 – 11 – 13 – 14 – 15 – 16 – 17 – 18).
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Família Sturnidae

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Estorninho-preto (Sturnus unicolor) – no pinhal intercalado por campos agrícolas entre Fão e Apúlia (episódios 1 – 2 – 4 – 5 – 8) e orla do estuário no núcleo turístico de Ofir (ainda episódios 11 – 16).
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Família Passeridae

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Pardal-montês (Passer montanus) – na zona edificada de predominância agrícola em torno da denominada “Lagoa da Apúlia”, nas zonas do Ramalhão, Lírios, pinhal da Bonança até à restinga onde se desenvolvem áreas com urbanização mais ligeira em Fão (episódio 1).
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Pardal-comum (Passer domesticus) – por toda a área (todos os episódios).
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(Fêmea)











Família Fringillidae

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Tentilhão (Fringilla coelebs) – nas matas pouco densas, onde o pinheiro está ausente ou a sua presença é diminuta, em torno de terras de cultivo, principalmente na “Lagoa da Apúlia”, sistemas dunares e em ambas as margens dos rios Cávado e Neiva (episódios 1 – 2 – 4 – 5 – 8).
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Chamariz (Serinus serinus) – por toda a área em redor das zonas edificadas, pelos pinhais, sistemas dunares, zonas de influência agrícola, jardins (todos os episódios).
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Verdilhão (Carduelis chloris) – por toda a área, mesmo nas zonas densamente urbanizadas, pelos pinhais, sistemas dunares, quintas, jardins (todos os episódios).
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Pintassilgo (Carduelis carduelis) – na “Lagoa da Apúlia” e imediações desde a área agrícola até aos sistemas dunares (episódios 1 – 2).
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Pintarroxo (Carduelis cannabina) – por todos os locais onde se desenvolve vegetação arbustiva densa como tojos ou silvas, sebes de jardins e de campos agrícolas, por todo o pinhal de Ofir até à extremidade sul de Apúlia e pelos sistemas dunares limitados por campos agrícolas desde a foz do Neiva até ao estuário do Cávado (todos os episódios).
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Família Emberizinae
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Escrevedeira-de-garganta-preta (Emberiza cirlus) – em torno do estuário do Cávado (episódios 1 – 4 – 8).
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Escrevedeira-dos-caniços (Emberiza schoeniclus) – em pleno estuário do Cávado (episódios 1 – 4 – 8).
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Além das espécies constantes na lista que acabei de apresentar, ainda ocorrem nesta região outras potencialmente nidificantes. É precisamente sobre algumas das particularidades destas que vou dedicar algumas linhas do próximo "post".

(Continua)

sexta-feira, 4 de julho de 2008

NIDIFICAÇÃO (parte II)

Com base no método(1) registo de ocorrência de determinada ave durante o período de reprodução – (2) anotação das evidências constantes na tabela de critérios abaixo apresentada, em relação a cada uma das espécies avistadas – (3) pesquisa e consulta em literatura pré-existente sobre a matéria para o território Português ou Europeu – (4) comparação dos dados obtidos com a existência das condições ou biótopos mencionados no “post” anterior: apresento o resultado do “estudo” que concluí em Junho de 2002 e que, através daquela mesma metodologia, tem sido revisto e actualizado conforme a evolução das minhas anotações.


NIDIFICAÇÃO
Parque Natural Litoral Norte


Critérios

Nidificação possível
1
– Ave observada em possível habitat de nidificação.
2 – Macho a cantar (ou chamamento de nidificação durante a respectiva época).
3 – Evidências indirectas (regurgitações recentes, buracos escavados recentemente, ave morta recentemente, etc.).

Nidificação provável
4
– Casal observado em habitat adequado à nidificação.
5 – Mais de três machos a cantar em simultâneo, em habitat adequado à nidificação. Critério válido apenas depois de 1 de Abril.
6 – Macho em atitude de defesa de território (canto, etc.) observado em dois dias diferentes, com pelo menos uma semana de intervalo e no mesmo local.
7 – Corte ou parada nupcial.
8 – Ave frequentando um local onde provavelmente existe um ninho.
9 – Comportamento agitado ou apelo ansioso de ave adulta.
10 – Placa térmica (ou pelada de incubação, só observável com a ave na mão).

Nidificação confirmada
11
– Ave construindo o ninho.
12 – Ave desviando a atenção do observador.
13 – Ninho usado recentemente ou cascas de ovos do ano em que está a ser feita a observação.
14 – Juvenil que deixou o ninho recentemente (com plumagem incompleta ou só com penugem).
15 – Ave adulta a sair de local onde existe um ninho (ninhos em sítios altos ou em buracos de conteúdo de difícil observação, ou a incubar).
16 – Ave adulta transportando alimentos ou saco fecal.
17 – Ninho com ovos.
18 – Ninho com juvenis (vistos ou ouvidos).


Lista de Aves Nidificantes
(possíveis, prováveis ou confirmadas)

NOTA PRÉVIA
No trabalho original, faço corresponder a cada espécie de ave as coordenadas da carta topográfica correspondentes ao local de nidificação possível, provável ou confirmada. Para tornar a interpretação mais fácil “e correr menos riscos”, aqui vou apenas fazer uma indicação muito genérica dos respectivos locais, habitats ou nichos ecológicos. Quanto aos critérios, esses sim, serão indicados por número conforme os que acima antecedem cada um dos episódios verificados.


ORDEM PODICIPEDIFORMES

Família Podicipedidae
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Mergulhão-pequeno (Tacchybaptus ruficollis) – estuário do Cávado em zona com um pequeno núcleo de vegetação ripícola e paludosa (episódios 1 – 4 – 8 – 9); ainda num pequeno charco temporário não natural, entretanto muito diminuído, no seio da mancha florestal entre Fão e Apúlia (episódios 1 – 4 – 8 – 14).
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ORDEM ANSERIFORMES

Família Anatidae
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Pato-real (Anas platyrhynchos) – pontualmente por todo o estuário do Rio Cávado e também num pequeno charco temporário não natural, entretanto muito diminuído, no seio da mancha florestal entre Fão e Apúlia (episódios 1 – 3 – 4 – 6 – 7 – 8 – 9 – 12 – 14 – 15 – 16 – 17 – 18).
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(Macho com juvenis)


















(Fêmea com juvenis)













ORDEM ACCIPITRIFORMES

Família Accipitridae
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Águia-de-asa-redonda (Buteo buteo) – em zonas florestais de dimensão mais considerável na proximidade de áreas de predominância agrícola (episódios 1 – 7 – 8); nas encostas do Monte de Faro e S. Lourenço (episódios 1 – 4 – 6 – 7 – 8 – 9).
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ORDEM FALCONIFORMES

Família Falconidae
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Peneireiro-vulgar (Falco tinnunculus) – em edificação muito alta na zona de expansão urbana na orla do pinhal entre Fão e Apúlia (episódios 1 – 4 – 6 – 8 – 9).
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ORDEM GALLIFORMES

Família Phasianidae
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Perdiz-comum (Alectoris rufa) – após período de reintrodução recente, na zona de caça associativa a sul do Cávado, próximo da denominada “Lagoa da Apúlia” até aos sistemas dunares e áreas agrícolas adjacentes (episódios 1 – 4 – 8).
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Família Rallidae
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Galinha-d’água (Gallinulla chloropus) – foz do Rio Neiva em vegetação paludosa (episódios 1 – 2 – 4 – 8); pequeno charco temporário não natural, agora de dimensões reduzidas, no seio da mancha florestal entre Fão e Apúlia (episódios 1 – 4 – 6 – 8 – 9 – 14); ainda em ribeira no extremo sul da praia da Apúlia (episódios 1 – 8).
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Galeirão (Fulica atra) – ambas as margens do Rio Cávado, em particular na parte mais alta do estuário onde surge vegetação aquática (episódio 1).
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ORDEM CHARADRIIFORMES

Família Charadriidae
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Borrelho-de-coleira-interrompida (Charadrius alexandrinus) – praticamente por todas as praias e dunas menos acedidas ou pouco frequentadas (episódios 1 – 3 – 4 – 6 – 7 – 8 – 9 – 12 – 13 – 14 – 15 – 17 – 18).
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(No topo da duna.)


















(Em plena praia - ilusão de óptica causada quando se abrigam nas pequenas depressões na areia - parecem parcialmente enterrados.)

















(No topo de rochas a desviar a atenção do ninho que se encontra ali próximo mas na duna.)










ORDEM COLUMBIFORMES

Família Columbidae
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Pombo-da-rocha (Columba livia) (e/ou P.-doméstico) – praticamente por toda a área em estudo (episódios 1 – 2 – 4 – 5 – 7 – 8) e em zonas urbanizadas onde o tipo de edificação se adapta às suas exigências (ainda episódios 13 – 14 – 15 – 17 – 18).
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Pombo-torcaz (Columba palumbus) – pinhais ou eucaliptais com área rural adjacente ou na proximidade de aglomerados urbanos de baixa densidade, particularmente na veiga agrícola de Gandra e núcleo turístico de Ofir (episódios 1 – 2 – 4 – 7 – 8).
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Rola-turca (Streptopelia decaoto) – populações em óbvio crescimento e expansão, desde áreas florestais e agrícolas até à orla do estuário do Cávado e zonas urbanizadas com presença de alguma vegetação de porte arbóreo (episódios 1 – 2 – 4 – 5 – 7 – 8 – 9 – 11 – 14 – 15 – 18).
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Rola (Streptopelia turtur) – áreas arborizadas na orla dos estuários do Cávado e Neiva e nas zonas florestais intercaladas por terrenos agrícolas (1 – 2 – 4 – 5 – 8).
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ORDEM CUCULIFORMES

Família Cuculidae
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Cuco (Cuculus canorus) – parte das áreas florestais mais afastadas dos aglomerados urbanos; por parasitar ninhos de outras espécies mais pequenas, habitualmente frequenta locais com vegetação típica de caniçais ou depressões húmidas interdunares (episódios 1 – 2 – 5 – 7).
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ORDEM STRIGIFORMES

Família Tytonidae
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Coruja-das-torres (Tyto alba) – em pleno núcleo turístico de Ofir (episódios 1 – 2 – 4 – 8 – 14 – 15 – 18) e ainda em edificação muito alta na zona de expansão urbana na orla do pinhal entre Fão e Apúlia (episódio 14).
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Família Strigidae
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Coruja-do-mato (Strix aluco) – dificilmente observada mas audível a partir das zonas urbanizadas do concelho situadas nas imediações dos pinhais (episódio 2).
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ORDEM APODIFORMES

Família Apodidae
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Andorinhão-preto (Apus apus) – por praticamente todos os habitats, principalmente áreas densamente edificadas (episódios 1 – 4 – 8 – 11 – 14 – 15 – 16).
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ORDEM CORACIIFORMES

Família Alcedinidae
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Guarda-rios (Alcedo atthis) – margens relativamente elevadas do Rio Cávado onde ainda existem taludes entre árvores como amieiros e salgueiros (episódios 1 – 3 – 4 – 8 – 9 – 13 – 14 – 15 – 16 – 18).
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(Apesar das suas cores vistosas, é frequente passar despercebido pousado num junco sobre a água.)


















(Sempre muito atento ao plano de água)














Família Upupidae

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Poupa (Upupa epops) – áreas ajardinadas do núcleo turístico de Ofir, clareiras que fragmentam o pinhal entre Fão e Apúlia ou entre Antas e Belinho, tanto na zona mais litoral com mais para interior em áreas de predominância agrícola (episódios 1 – 8).
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ORDEM PICIFORMES

Família Picidae
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Peto-verde (Picus viridis) – pinhais desde o extremo sul de Apúlia (episódios 1 – 3 – 4 – 8 – 14) até à zona ainda arborizada da Restinga do Cávado (mais os episódios 13 – 15) onde se pode ver um número crescente de árvores mortas ou apodrecidas.
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(Na habitual posição vertical.)













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Pica-pau-malhado-grande (Dendrocopus major) – pinhais desde o extremo sul de Apúlia (episódios 1 – 3 – 4 – 8 – 14) até à zona ainda arborizada da Restinga do Cávado (mais os episódios 13 – 15) onde se pode ver um número crescente de árvores mortas ou apodrecidas.
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(Sempre esquivo e tímido, "denunciado" pela mancha vermelho vivo das infracaudais.)















Segue-se a extensa Ordem dos Passeriformes representada por mais de um terço das espécies que ocorrem em Portugal Continental e que, por tal, será apenas apresentada no próximo “post”.

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(Continua)