segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Actualização anual da lista das espécies de aves por mim identificadas no Estuário do Rio Cávado, nos habitats terrestres envolventes e ao largo no meio marinho (dentro dos limites do Parque Natural do Litoral Norte)

No final de Outubro de 2009, por altura da conclusão da apresentação do meu inventário/estudo sobre a avifauna do estuário do rio Cávado, que iniciei em 1997, apresentei (aqui) um quadro com os números totais das espécies que identifiquei nesta área geográfica até então. Ainda naquela ocasião, de acordo com o que tenho realizado todos os meses, referi que todos os registos de novas espécies de aves entretanto identificadas seriam aqui anunciados.


Cumpre-me, então, agora que decorreu mais de um ano, actualizar aquele quadro com os números totais (168 + 18) de espécies registadas, distribuídas de acordo com as diversas categorias adoptadas na Lista Sistemática das Aves de Portugal Continental (Anuário Ornitológico da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves) e conforme o calendário de ocorrência:






ESPÉCIES REGISTADAS EM ESTADO SELVAGEM: 164


Predominantemente Residentes: 23

Accipiter nisus (Gavião)
Falco tinnunculus (Peneireiro-vulgar)
Gallinula chloropus (Galinha-d’água)
Streptopelia decaocto (Rola-turca)
Tyto alba (Coruja-das-torres)
Asio otus (Bufo-pequeno)
Picus viridis (Peto-verde)
Dendrocopus major (Pica-pau-malhado-grande)
Troglodytes troglodytes (Carriça)
Saxicola torquata (Cartaxo-comum)
Turdus merula (Melro-preto)
Cisticola juncidis (Fuinha-dos-juncos)
Sylvia melanocephala (Toutinegra-de-cabeça-preta ou T.-dos-valados)
Aegithalos caudatus (Chapim-rabilongo)
Parus cristatus (Chapim-de-poupa)
Parus ater (Chapim-preto ou C.-carvoeiro)
Parus major (Chapim-real)
Certhia brachydactyla (Trepadeira-comum)
Garrulus glandarius (Gaio)
Pica pica (Pega ou P.-rabuda)
Sturnus unicolor (Estorninho-preto)
Passer domesticus (Pardal-comum ou P.-dos-telhados)
Carduelis chloris (Verdilhão)


Predominantemente Residentes e Invernantes: 14

Tachybaptus ruficollis (Mergulhão-pequeno)
Buteo buteo (Águia-de-asa-redonda)
Actitis hypoleucos (Maçarico-das-rochas)
Larus michahellis (Gaivota-de-patas-amarelas)
Alcedo atthis (Guarda-rios)
Alauda arvensis (Laverca)
Motacilla alba (Alvéola-branca ou Lavandisca)
Prunella modularis (Ferreirinha)
Erithacus rubecula (Pisco-de-peito-ruivo)
Phoenicurus ochruros (Rabirruivo-preto)
Turdus philomelos (Tordo-músico ou T-comum ou T.-pinto)
Sylvia atricapilla (Toutinegra-de-barrete-preto)
Regulus ignicapillus (Estrelinha-real)
Emberiza cirlus (Escrevedeira-de-garganta-preta)


Predominantemente Residentes e Estivais: 2

Columba palumbus (Pombo-torcaz)
Serinus serinus (Chamariz ou Milheirinha ou Cerezino)


Predominantemente Residentes e Migradoras de Passagem: 2

Passer montanus (Pardal-montês)
Carduelis cannabina (Pintarroxo)


Predominantemente Invernantes: 19

Anas penelope (Piadeira)
Anas strepera (Frisada)
Anas crecca (Marrequinho)
Anas clypeata (Pato-trombeteiro)
Podiceps nigricolis (Mergulhão-de-pescoço-preto ou Cagarraz)
Phalacrocorax carbo (Corvo-marinho-de-faces-brancas)
Bubulcus ibis (Garça-boieira ou Carraceiro)
Egretta garzetta (Garça-branca-pequena)
Ardea cinerea (Garça-real ou G-cinzenta)
Circus aeruginosus (Tartaranhão-dos-pauis ou Águia-sapeira)
Fulica atra (Galeirão)
Vanellus vanellus (Abibe)
Tringa nebularia (Perna-verde)
Anthus pratensis (Petinha-dos-prados)
Motacilla cinerea (Alvéola-cinzenta)
Sylvia undata (Felosa-do-mato ou Toutinegra-do-mato)
Phylloscopus collybita (Felosa-comum ou Felosinha)
Fringilla coelebs (Tentilhão)
Emberiza schoeniclus (Escrevedeira-dos-caniços)


Predominantemente Invernantes e Migradoras de Passagem: 16

Morus bassanus (Ganso-patola ou Alcatraz-comum)
Pandion haliaetus (Águia-pesqueira)
Charadrius hiaticula (Borrelho-grande-de-coleira)
Pluvialis apricaria (Tarambola-dourada)
Pluvialis squatarola (Tarambola-cinzenta)
Calidris alba (Pilrito-d’areia ou P.-das-praias ou P.-sanderlingo)
Calidris alpina (Pilrito-comum)
Gallinago gallinago (Narceja)
Limosa lapponica (Fuselo)
Numenius arquata (Maçarico-real)
Arenaria interpres (Rola-do-mar)
Larus ridibundus (Guincho)
Larus fuscus (Gaivota-de-asa-escura)
Sterna sandvicensis (Garajau-comum)
Luscinia svecica (Pisco-de-peito-azul)
Sturnus vulgaris (Estorninho-malhado)


Predominantemente Estivais: 6

Charadrius alexandrinus (Borrelho-de-coleira-interrompida)
Caprimulgus europaeus (Noitibó)
Apus apus (Andorinhão-preto)
Riparia riparia (Andorinha-das-barreiras)
Hirundo rustica (Andorinha-das-chaminés)
Delichon urbicum (Andorinha-dos-beirais)


Predominantemente Estivais e Migradoras de Passagem: 7

Coturnix coturnix (Codorniz)
Ciconia ciconia (Cegonha-branca)
Streptopelia turtur (Rola ou Rola-brava)
Cuculus canorus (Cuco)
Upupa epops (Poupa)
Motacilla flava (Alvéola-amarela)
Hippolais polyglotta (Felosa-poliglota)


Predominantemente Migradoras de Passagem: 17

Platalea leucorodia (Colhereiro)
Charadrius dubius (Borrelho-pequeno-de-coleira)
Calidris canutus (Seixoeira)
Philomachus pugnax (Combatente)
Limosa limosa (Maçarico-de-bico-direito ou Milherango)
Numenius phaeopus (Maçarico-galego)
Tringa totanus (Perna-vermelha)
Sterna hirundo (Andorinha-do-mar-comum ou Gaivina-comum)
Sterna albifrons (Andorinha-do-mar-anã ou Chilreta)
Saxicola rubetra (Cartaxo-do-norte)
Oenanthe oenanthe (Chasco-cinzento)
Sylvia communis (Papa-amoras)
Phylloscopus trochilus (Felosa-musical)
Muscicapa striata (Papa-moscas-cinzento ou Taralhão-cinzento)
Ficedula hypoleuca (Papa-moscas-preto)
Carduelis carduelis (Pintassilgo)
Carduelis spinus (Lugre)


Muito raras, acidentais ou de difícil detecção: 58

Anser albifrons (Ganso-grande-de-testa-branca)
Anser anser (Ganso-bravo)
Tadorna tadorna (Pato-branco ou Tadorna)
Anas acuta (Arrábio)
Anas querquedula (Marreco)
Netta rufina (Pato-de-bico-vermelho)
Aythya ferina (Zarro-comum)
Aythya nyroca (Zarro-castanho)
Aythya fuligula (Negrinha ou Zarro-negrinha)
Aythya marila (Zarro-bastardo)
Melanitta nigra (Pato-negro)
Melanitta fusca (Pato-fusco)
Mergus serrator (Merganso-de-poupa)
Mergus merganser (Merganso-grande)
Gavia immer (Mobelha-grande)
Podiceps cristatus (Mergulhão-de-crista)
Calonectris diomedea (Pardela-de-bico-amarelo ou Cagarra)
Oceanodroma leucorhoa (Painho-de-cauda-bifurcada)
Ixobrychus minutus (Garça-pequena ou Garçote)
Ardeola ralloides (Papa-ratos)
Ardea purpurea (Garça-imperial ou G-vermelha)
Plegadis falcinellus (Íbis-preto ou Maçarico-preto)
Milvus migrans (Milhafre-preto)
Circus cyaneus (Tartaranhão-azulado)
Hieraaetus pennatus (Águia-calçada)
Falco subbuteo (Ógea)
Falco peregrinus (Falcão-peregrino)
Rallus aquaticus (Frango-d’água)
Haematopus ostralegus (Ostraceiro)
Himantopus himantopus (Perna-longa ou Pernilongo)
Recurvirostra avosetta (Alfaiate)
Calidris ferruginea (Pilrito-de-bico-comprido)
Tringa erythropus (Perna-vermelha-escuro)
Stercorarius skua (Moleiro-grande)
Larus melanocephalus (Gaivota-do-mediterrâneo ou G.-de-cabeça-preta)
Larus canus (Gaivota-parda)
Larus marinus (Gaivota-grande ou Gaivotão-real)
Chlidonias niger (Gaivina-preta)
Uria aalge (Airo ou Arau-comum)
Alca torda (Torda-mergulheira)
Fratercula arctica (Papagaio-do-mar)
Athene noctua (Mocho-galego)
Strix aluco (Coruja-do-mato)
Asio flammeus (Coruja-do-nabal)
Jynx torquilla (Torcicolo)
Galerida cristata (Cotovia-de-poupa)
Anthus spinoletta (Petinha-ribeirinha)
Turdus iliacus (Tordo-ruivo)
Turdus viscivorus (Tordeia ou Tordoveia)
Cettia cetti (Rouxinol-bravo)
Acrocephalus scirpaceus (Rouxinol-pequeno-dos-caniços)
Sylvia borin (Felosa-das-figueiras ou Toutinegra-das-figueiras)
Parus caeruleus (Chapim-azul)
Lanius senator (Picanço-barreteiro)
Corvus corone (Gralha-preta)
Pyrrhula pyrrhula (Dom-fafe)
Coccothraustes coccothraustes (Bico-grossudo)
Emberiza calandra (Trigueirão)



ESPÉCIES NATURALIZADAS COM POPULAÇÕES ESTABELECIDAS RESULTANTES DE INTRODUÇÕES, MAS QUE TAMBÉM OCORREM EM ESTADO SELVAGEM: 2

Anas platyrhynchos (Pato-real)
Alectoris rufa (Perdiz-comum)



ESPÉCIES DOMESTICADAS COM POPULAÇÕES ESTABELECIDAS EM ESTADO SELVAGEM: 1

Columba livia (Pombo-da-rocha e Pombo-doméstico)



ESPÉCIES NATURALIZADAS: 1

Estrilda astrild (Bico-de-lacre)



ESPÉCIES NATURALIZADAS QUE OCORREM OU OCORRERAM APENAS COMO RESULTADO DE UMA INTRODUÇÃO, FUGA AO CATIVEIRO OU POSSIVELMENTE PROVENIENTES DE POPULAÇÕES SELVAGENS MAS COM A SITUAÇÃO NÃO AVALIADA PELO COMITÉ PORTUGUÊS DE RARIDADES: 18

Cygnus olor (Cisne-mudo)
Cygnus atratus (Cisne-negro)
Branta leucopsis (Ganso-de-faces-brancas)
Branta bernicla (Ganso-de-faces-negras)
Tadorna ferruginea (Pato-ferrugíneo)
Cairina moschata (Pato-mudo)
Alopochen aegyptiacus (Ganso-do-egipto)
Aix sponsa (Pato-carolino)
Anas sibilatrix (Piadeira-do-chile)
Callonetta leucophrys (Marrequinha-de-coleira)
Anas bahamensis (Pato-das-bahamas)
Lophodytes cucullatus (Merganso-capuchinho)
Grus virgo = Antropoides virgo (Grou-pequeno)
Psittacula krameri (Periquito-de-colar)
Lamprotornis sp. (Melros ou Estorninhos-metálicos)
Acridotheres tristis (Mainá-indiano ou Mainato-de-mascarilha-amarela)
Euplectes afer (Arcebispo ou Bispo-de-coroa-amarela)
Lonchura malacca (Bico-de-chumbo ou Capuchinho-de-cabeça-preta)






NOTAS

(estão destacadas a vermelho as novas espécies entretanto identificadas)

(ter presente que o calendário de ocorrência aqui indicado se refere em particular ao estuário de Cávado o que, nalguns casos, difere da realidade ao nível nacional)

(ilustração: Mergulhão-de-pescoço-preto – autoria: Sofia Cardoso)



terça-feira, 25 de janeiro de 2011

OBSERVAÇÃO DE AVES (DEZEMBRO 2010) (Anexos)

Julgo que quem consultou a lista das aves por mim observadas em Dezembro de 2010, percebeu que este anexo se iria alargar um pouco mais do que os anteriores. Apesar de neste meio (blogosfera) não serem aconselháveis os textos muito desenvolvidos, a inscrição de 5 (cinco!!!) novas espécies na minha lista de registos no estuário do Cávado, incluindo três cuja homologação foi requerida ao Comité Português de Raridades e ainda uma nova Ordem, obrigou-me a estender esta apresentação para lá do que é recomendável. Junto algumas imagens para tentar tornar isto mais agradável.


Confirmação da ocorrência de duas novas espécies de ANSERIFORMES

No estudo sobre a avifauna do estuário do Cávado que aqui apresentei no decorrer do ano de 2009, referia-me assim à espécie Anser anser (Ganso-bravo): «No final de Outubro de 2000 surgiu no estuário do Cávado um par de indivíduos que se manteve na área durante aquele Inverno até ao mês de Fevereiro, entretanto, em Janeiro e depois em Dezembro de 2003, foi avistado outro espécime e, em Fevereiro de 2006, o mesmo habitat foi frequentado por um bando constituído por 6 (seis) aves». Creio que através destas palavras se percebe facilmente a escassez de ocorrências daquela espécie nesta zona húmida e até no território nacional mas que, apesar de tudo, ainda consta no Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal (LVVP).

De facto, há quase cinco anos que não registava a passagem de gansos selvagens nesta região, até que no último mês avistei uma ave que me levou a preencher a Ficha de Registo de Observação do Comité Português de Raridades (CPR), onde escrevi: «Obviamente um Ganso “cinzento” com indícios de branco na base do bico. Menor que o Anser anser e com patas cor-de-laranja. A ave surgiu isolada vinda do mar no dia 10 de Dezembro de 2010 e abrigou-se entre um grande bando de Patos-reais. Ao tentar aproximar-me, logo se pôs em fuga quando me detectou ainda a mais de 100 metros de distância. No dia 16, a partir do interior do meu automóvel, ainda a consegui fotografar a cerca de 50 metros de distância, mas rapidamente se afastou para a margem oposta». Aqui ficam duas dessas (desastrosas) imagens:


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Referia-me à identificação de um Anser albifrons (Ganso-grande-de-testa-branca), espécie tão pouco esperada entre nós que aquele registo requer, efectivamente, a homologação por parte do CPR. Desde aquele primeiro registo, a ave foi aqui diversas vezes observada até ao dia 24 de Janeiro de 2011, mas sempre a longas distâncias.

O entusiasmo sentido com a presença desta ave encontrava justificação no modo como é apresentada na diversa literatura consultada, entre a qual se destaca o novo livro de referência dos ornitólogos nacionais (Catry P., Costa H., Elias G. & Matias R. 2010. AVES DE PORTUGAL – ORNITOLOGIA DO TERRITÓRIO CONTINENTAL. Assírio & Alvim, Lisboa), onde apenas são indicados meia dúzia de registos conhecidos e está classificada como uma espécie acidental. Por tal, este ganso não consta no LVVP, mas a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) atribuiu-lhe o estatuto de conservação global de «Pouco Preocupante». O Noticiário da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) nº. 372 refere-se ao registo de um indivíduo desta espécie no estuário do Cávado em Dezembro de 2008, no entanto, esta não consta na Lista de Aves Referenciadas para o Parque Natural do Litoral Norte (PNLN). A título de curiosidade também pode ser referido que no Anexo A – I da Directiva Aves a subespécie Anser albifrons flavirostris é prioritária.



Posteriormente voltei a dirigir-me ao CPR deste modo: «Desde 14.12.2010. Três aves extremamente cautelosas que muito dificilmente permitem grandes aproximações, apesar de serem conspícuas. Quase nunca se separam e, quando não descansam, percorrem águas quase rasas, principalmente as margens, em actividade conjunta de caça: formam uma linha e, com o dorso emerso, mergulham a cabeça para capturarem pequenos peixes (fazem-no a velocidades muito rápidas). Foram observadas desde a foz propriamente dita até cerca de três quilómetros desta (junto à ponte da A28 em Fão). Frequentam sobretudo o “Sapal” e o “Lodaçal a Descoberto na Maré” junto ao Forte de São João Baptista em Esposende, mas também podem ser encontrados entre os grandes bandos de Pato-real e Marrequinhos abrigados nos canais do “Juncal”». Embora não tenha sido feita a descrição das aves com detalhe, enviei para aquele comité as seguintes imagens:






 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Embora num primeiro momento tenha confundido estes três espécimes com os três(!) Mergus serrator (Mergansos-de-poupa) que tinham começado a chegar desde 16 de Novembro e que apenas se deixavam observar e fotografar ao longe (próxima imagem),

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

numa análise mais atenta das fotos que entretanto ía obtendo, pude confirmar que estávamos perante a espécie Mergus merganser (Merganso-grande), cuja confirmação também necessita de homologação pelo CPR.

No mencionado livro AVES DE PORTUGAL apenas estão indicadas duas ocorrências desta espécie [um indivíduo em Caminha em 1997 e outro no estuário do Cávado em Janeiro de 2000 (dados também apresentados no Anuário nº. 1 da SPEA)], pelo que está classificada de acidental no nosso território. Do mesmo modo, esta ave não surge mencionada no LVVP e a UICN considera o seu estatuto de conservação a nível global «Pouco Preocupante». Também não consta na Lista de Aves Referenciadas para o PNLN.

Em 24 de Janeiro de 2011 os três indivíduos ainda podiam ser encontrados no estuário do Cávado.



Confirmação da ocorrência de uma nova espécie pertencente a uma nova Ordem: GAVIIFORMES

Até aqui já me referi várias vezes a espécies que não encontramos no LVVP. De seguida irei abordar a família Gaviidae que não consta por inteiro nas tabelas daquele livro de referência.

Conhecidas genericamente por Mobelhas, são três as espécies desta família que poderão ocorrer nas águas territoriais nacionais como Invernantes Raras: - a Gavia stellata (Mobelha-pequena), a Gavia arctica (Mobelha-árctica ou M.-de-garganta-preta) e a Gavia immer (Mobelha-grande). Não abundam os registos de ocorrências próximo da costa de qualquer uma destas aves de proveniência setentrional, no entanto, durante ou após períodos em que as condições climatéricas se apresentam adversas é possível que se refugiem em águas abrigadas durante alguns dias. Terá sido nessas circunstâncias que em Dezembro de 2004 surgiu na foz do Cávado uma Gavia stellata (Noticiário 165) e em Janeiro de 2007 uma Gavia immer (Noticiário 264).

No dia 24 de Dezembro de 2010, quando me encontrava próximo do Centro Marítimo de Esposende, deparei-me com esta ave:



 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

que, mais uma vez, me levou a dirigir-me ao CPR, expondo «Obviamente uma Gavia (julgo que juvenil) com um comprimento total ligeiramente superior ao dobro do Guincho-comum. Manteve-se a alimentar-se durante cerca de duas horas a menos de uma milha da foz, muito próximo da doca de recreio (quando não havia movimento de embarcações). Só foi possível vê-la a capturar solhas. Não foi vista em voo». Também não desenvolvi a descrição da ave, mas julgo que bastariam as imagens enviadas para um diagnóstico seguro. Nos dias seguintes mantive-me vigilante a acompanhar os movimentos da ave junto à foz, levando-me, no dia 30, a actualizar a informação perante o CPR «A Gavia immer foi igualmente avistada hoje durante mais de uma hora a debater-se, mais uma vez, com uma pequena solha, na qual não cessava de desferir bicadas e de a “mastigar”, parecendo ter necessidade de a amolecer antes de a poder engolir. Tem sido assim que constantemente a observo. As quatro imagens que agora lhe envio foram registadas no último dia 26 às primeiras horas do dia. Julgo que a ave acabava de despertar e encontrava-se junto aos molhes da foz do Cávado, onde montei abrigo. Quase imóvel, a mobelha deixou-se deslizar ao sabor da corrente e passou por mim (invisível) a cerca de 5 metros entre pedras».






 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Face a estas imagens, não restaram dúvidas de que estava perante uma Gavia immer (Mobelha-grande), espécie classificada pela UICN com o estatuto de conservação «Pouco Preocupante». Não consta na Lista de Aves Referenciadas para o PNLN. Foi por mim observada pela última vez no dia 1 de Janeiro de 2011.



Confirmação da ocorrência de duas novas espécies de PASSERIFORMES

Mais do que a vasta literatura sobre a avifauna nacional ou europeia, os registos divulgados pelos birdwatchers desta região, a par da “Lista de Aves referenciadas para o Parque Natural Litoral Norte”, apresentada na caracterização biológica do respectivo plano de ordenamento, revelam-se como instrumentos muito úteis para quem se propõe a estudar as aves no estuário do Cávado, na medida em que, de certa forma, estes testemunhos também nos orientam na procura das espécies que aqui podemos encontrar.

Assim, quando é oportuno, dirijo especial atenção às espécies mencionadas no referido documento do Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB) que ainda não estão inscritas na minha lista pessoal (actualização anual a publicar aqui ainda este mês). Entre estas, estão algumas aves da Família Alaudidae, constituída por quatro espécies de Calhandras (uma já extinta no território nacional) e outras quatro de Cotovias. Enquanto as primeiras se distribuem sobretudo pelo sul e interior do País, entre as restantes quatro, três estão indicadas pelo ICNB como presentes nesta área protegida: a Alauda arvensis (Laverca), particularmente abundante durante a aproximação ao Inverno; a Lullula arborea (Cotovia-dos-bosques também conhecida por Cotovia-pequena), cuja ocorrência apenas confirmo para nascente da Arriba Fóssil deste concelho; e a Galerida cristata (Cotovia-de-poupa), possivelmente já observada por mim próprio nos campos de cultivo da região, mas ainda não confirmada devido às semelhanças desta com a espécie dominante (Laverca). Mais uma vez, impunha-se o registo fotográfico como meio de concretizar esta identificação sem hesitações.





 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Obtidas no dia 13 de Dezembro de 2010 nos terrenos da margem direita do estuário, estas imagens acabaram por demonstrar inequivocamente que a Galerida cristata (Cotovia-de-poupa) ocorre no litoral norte. De referir que durante todo o final de Outono passaram naqueles habitats semi-naturais muitas centenas de Lavercas em bandos muito compactos, o que, por si só, transformou a localização desta nova espécie numa “procura de agulhas em palheiros”. Assim, permanece por conhecer a abundância com que estas aves surgem entre nós. Para o território continental é considerada «Residente pouco comum a comum» e o seu estatuto de conservação é «Pouco Preocupante» (LVVP).



Na extensa família Turdidae, da qual fazem parte aves tão diferentes como os conhecidos Piscos-de-peito-ruivo e os omnipresentes Melros-pretos, nem sempre o processo de identificação se afigura como uma tarefa fácil, sobretudo quando nos deparamos com uma ave do Género Turdus. No continente português ocorrem regularmente seis espécies de melros e de tordos (nomes vulgares com que são chamadas as aves deste género), contudo, para o Parque Natural Litoral Norte apenas estão indicadas três: - o já referido Turdus merula (Melro-preto), residente muito comum, com alguns indivíduos invernantes; o Turdus philomelos (Tordo-músico), nidificante raro a pouco comum e invernante comum a muito comum; e a Turdus viscivorus (Tordeia), residente pouco comum, com alguns indivíduos invernantes. Entre as restantes três, duas surgem no LVVP na categoria de «Informação Insuficiente», mas no aqui citado livro AVES DE PORTUGAL são referenciadas como escassas, a saber, o Turdus torquatus (Melro-de-colar ou Melro-de-peito-branco), migrador de passagem e invernante raro; e o Turdus pilaris (Tordo-zornal), invernante pouco comum.

Até aqui, a minha lista pessoal coincidia com a das Aves referenciadas para o PNLN, mas nas minhas notas de campo, em particular durante Novembro e Dezembro, já tinha muitas menções a turdídeos, sem excluir a hipótese de se tratarem da ave que ainda me falta aqui referir, o Turdus iliacus (Tordo-ruivo), invernante pouco comum a comum, com o estatuto de conservação de «Pouco Preocupante». Esta espécie cinegética, indicada em vários livros e guias como bem distribuída no norte de Portugal, do litoral ao interior, presta-se a ser confundida com todos os outros tordos. De facto, durante o último mês de Dezembro eram observados na restinga do Cávado inúmeros Tordos-músicos,

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

mas também outros cuja observação levantava algumas dúvidas, até que no dia 22, nos relvados da margem direita, em Esposende, registei estas imagens



 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

que acabariam por confirmar em absoluto a presença do Turdus iliacus (Tordo-ruivo) na orla deste estuário. No dia 28, ainda foi fotografado outro indivíduo na restinga e tanto este como o primeiro alimentavam-se demoradamente de minhocas e caracóis.




domingo, 16 de janeiro de 2011

OBSERVAÇÃO DE AVES (DEZEMBRO 2010)

Lista anotada e ilustrada das aves observadas no Estuário do Cávado e habitats envolventes

Tal como no livro AVES DE PORTUGAL – Ornitologia do território continental, a sequência taxonómica por mim adoptada a partir deste mês (ordem de apresentação das espécies) será alterada conforme o recomendado pela Association of European Records and Rarities Committees:

(as ocorrências mais relevantes serão assinaladas a negrito)
(anotações a azul)
(as ilustrações seguem-se ao nome a que correspondem)
(para ver a foto com um pouco mais de detalhe clique em cima da imagem)
 
ESPÉCIES COM POPULAÇÕES EM ESTADO SELVAGEM

 
Ordem Anseriformes

Família Anatidaena mesma imagem podem ser encontradas as espécies: Piadeira; Pato-real, Marrequinho e Pato-trombeteiro

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Anas penelope (Piadeira) – na foto um indivíduo com plumagem de eclipse

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Anas strepera (Frisada)

Anas crecca (Marrequinho)


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Anas platyrhynchos (Pato-real)

Anas clypeata (Pato-trombeteiro)

Netta rufina (Pato-de-bico-vermelho)após a identificação de um indivíduo em plumagem de eclipse no mês anterior (ver anexo de Novembro), foi detectado outro macho com a plumagem típica (muito colorida) entre os dias 14 e 17

Géneros Anser (Gansos) e Mergus (Mergansos)

Será feita uma abordagem mais desenvolvida em texto anexo que publicarei ainda este mês

 
Ordem Gaviiformes

Família Gaviidae

Acerca desta nova Ordem / Família, será feita uma abordagem mais aprofundada em texto anexo que publicarei ainda este mês

 
Ordem Podicipediformes

Família Podicipedidae

Tachybaptus ruficollis (Mergulhão-pequeno)

Podiceps nigricolis (Mergulhão-de-pescoço-preto)







 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ordem Pelecaniformes

Família Phalacrocoracidae

Phalacrocorax carbo (Corvo-marinho-de-faces-brancas)










 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 




Ordem Ciconiiformes

Família Ardeidae

Bubulcus ibis (Garça-boieira)

Egretta garzetta (Garça-branca-pequena)



 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ardea cinerea (Garça-real ou G-cinzenta)


Ordem Accipitriformes

Família Accipitridae

Circus aeruginosus (Tartaranhão-dos-pauis ou Águia-sapeira)fêmea e macho

Accipiter nisus (Gavião)

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 



Buteo buteo (Águia-de-asa-redonda) – mais uma vez foi perceptível o aumento com a chegada / passagem de indivíduos (supostamente) invernantes; as imagens correspondem a três espécimes diferentes








 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 



Família Pandionidae

Pandion haliaetus (Águia-pesqueira)não foi observada durante precisamente um mês, até que regressou nos dias 16; 17 e 18


Ordem Falconiformes

Família Falconidae

Falco tinnunculus (Peneireiro-vulgar)

Falco peregrinus (Falcão-peregrino)no dia 3 testemunhei, mais uma vez, o ataque de um indivíduo desta espécie aos bandos de limícolas “estacionados” no Sapal do Forte de S. João Baptista; como esta investida saiu frustrada, a rapina acabou por pousar no areal no extremo norte da restinga onde se manteve cerca de uma hora; as fotos obtidas, apesar de reveladoras da espécie, não estão aceitáveis para acompanhar estas palavras (fica aqui a ligação para as imagens do indivíduo que foi observado no mesmo local em Março de 2010)
 

Ordem Gruiformes

Família Rallidae

Rallus aquaticus (Frango-d’água)registado o vulto de um indivíduo que, após uma breve exposição, logo se escondeu no juncal em frente ao novo observatório

Gallinula chloropus (Galinha-d’água)

Fulica atra (Galeirão)


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 





Ordem Charadriiformes

Família Charadriidae

Charadrius hiaticula (Borrelho-grande-de-coleira) – muito numerosos

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 


Pluvialis apricaria (Tarambola-dourada)




 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 


Pluvialis squatarola (Tarambola-cinzenta)

Vanellus vanellus (Abibe)

Família Scolopacidae

Calidris canutus (Seixoeira)no dia 26 foi registada a permanência de um indivíduo ao largo da marginal em Esposende, pela primeira vez fora da época de migrações de passagem

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 


Calidris alba (Pilrito-d’areia)

Calidris alpina (Pilrito-comum) – facilmente observados a “pastarem” nos relvados dos jardins públicos ribeirinhos

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 


Gallinago gallinago (Narceja)

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 


Limosa lapponica (Fuselo)

Numenius arquata (Maçarico-real)manteve-se entre nós durante todo o mês um indivíduo

Tringa nebularia (Perna-verde)

Actitis hypoleucos (Maçarico-das-rochas)

Arenaria interpres (Rola-do-mar) – facilmente observadas a “pastarem” nos relvados dos jardins públicos ribeirinhos

Família Laridae

Larus ridibundus (Guincho)

Larus canus (Gaivota-parda)o espécime das fotos foi encontrado no dia 12 na margem direita junto aos campos de cultivo de Gandra e no dia 23 foi avistado outro (não é impossível que seja o mesmo) junto ao Forte de S. João Baptista


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 



Larus fuscus (Gaivota-de-asa-escura)

Larus michahellis (Gaivota-de-patas-amarelas) – separação taxonómica da L. cachinnans (agora denominada de Gaivota-do-cáspio) muito recentemente

Família Sternidae

Sterna sandvicensis (Garajau-comum)

 
Ordem Columbiformes

Família Columbidae

Columba livia (Pombo-da-rocha e / ou Pombo-doméstico)




 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 



Columba palumbus (Pombo-torcaz) – apenas um indivíduo a sobrevoar o pinhal no núcleo turístico de Ofir

Streptopelia decaocto (Rola-turca)

 
Ordem Strigiformes

Família Tytonidae

Tyto alba (Coruja-das-torres) – na noite do dia 8 foi perceptível um grande alvoroço provocado por, pelo menos, dois indivíduos nas imediações do Hotel do Pinhal onde há vários anos esta espécie nidifica; detectada actividade de caça frequente de um espécime no campo ao lado do Fôjo em Fão e outro em torno da Pousada de Juventude

 
Ordem Coraciiformes

Família Alcedinidae

Alcedo atthis (Guarda-rios)



Ordem Piciformes

Família Picidae

Picus viridis (Peto-verde)

Dendrocopus major (Pica-pau-malhado-grande)


Ordem Passeriformes

Família Alaudidae

Será feita uma abordagem mais desenvolvida em texto anexo que publicarei ainda este mês

Família Motacillidae

Anthus pratensis (Petinha-dos-prados)

Anthus spinoletta (Petinha-ribeirinha)as quatro primeiras imagens foram obtidas no dia 11 no mesmo local das que registei em Novembro (margem direita próximo do antigo cais da draga); as restantes fotografias estão a ser analisadas pelo Comité Português de Raridades (CPR), em virtude daquele indivíduo, observado nos molhes junto à foz entre os dias 3 e 16, desenvolver hábitos mais próprios da Anthus petrosus (Petinha-marítima)










 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 



Motacilla cinerea (Alvéola-cinzenta)

Motacilla alba (Alvéola-branca)

Família Troglodytidae

Troglodytes troglodytes (Carriça)

Família Prunellidae

Prunella modularis (Ferreirinha)

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 



Família Turdidae

Erithacus rubecula (Pisco-de-peito-ruivo)

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 



Luscinia svecica (Pisco-de-peito-azul)apenas foi detectado um indivíduo nas zonas mais inacessíveis do juncal

Phoenicurus ochruros (Rabirruivo-preto)

Saxicola torquata (Cartaxo-comum)

Género Turdus

Será feita uma abordagem mais desenvolvida em texto anexo que publicarei ainda este mês

Família Sylviidae

Cisticola juncidis (Fuinha-dos-juncos)

Sylvia atricapilla (Toutinegra-de-barrete-preto)

Sylvia melanocephala (Toutinegra-de-cabeça-preta)

Phylloscopus collybita (Felosa-comum ou Felosinha)


















Regulus ignicapillus (Estrelinha-real)

Família Paridae

Parus ater (Chapim-preto)

Parus major (Chapim-real)

Família Corvidae

Garrulus glandarius (Gaio)

Pica pica (Pega)

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 



Corvus corone (Gralha-preta)até ao dia 18 foram observadas três (nesta região é muito raro) que, além de se terem “aventurado” algumas vezes no estuário propriamente dito, frequentaram principalmente a zona agrícola do Descampado na margem direita (Gandra) onde mantiveram vários conflitos com a Águia-de-asa-redonda, um Tartaranhão-dos-pauis, o Gavião e até os Peneireiros-vulgares

Família Sturnidae

Sturnus vulgaris (Estorninho-malhado)

Sturnus unicolor (Estorninho-preto)

Família Passeridae

Passer domesticus (Pardal-comum ou Pardal-dos-telhados)

Família Estrildidae

Estrilda astrild (Bico-de-lacre) – na imagem, além desta espécie não autóctone, também surge o chorão-das-praias (Carpobrotus edulis) – espécie vegetal infestante exótica cuja disseminação acelerada urge combater (à semelhança das acácias)

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 



Família Fringillidae

Fringilla coelebs (Tentilhão)

Serinus serinus (Chamariz)


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Carduelis chloris (Verdilhão)

Carduelis cannabina (Pintarroxo)

Família Emberizidae

Emberiza schoeniclus (Escrevedeira-dos-caniços)

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 





ESPÉCIES QUE OCORREM APENAS COMO RESULTADO DE UMA INTRODUÇÃO, FUGA AO CATIVEIRO OU POSSIVELMENTE PROVENIENTES DE POPULAÇÕES SELVAGENS MAS COM A SITUAÇÃO NÃO AVALIADA PELO COMITÉ PORTUGUÊS DE RARIDADES

 
Ordem Anseriformes

Família Anatidae

Cygnus olor (Cisne-mudo)

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Tadorna ferruginea (Pato-ferrugíneo)

Cairina moschata (Pato-mudo)

Anas sibilatrix (Piadeira-do-chile) – supostamente híbrido