terça-feira, 30 de outubro de 2012

OBSERVAÇÃO DE AVES (SETEMBRO 2012) (Anexo)


Confirmação da ocorrência de uma nova espécie de PASSERIFORMES

Em novembro de 2010, por altura da inscrição da Petinha-ribeirinha (Anthus spinoletta) na minha «Lista das aves do estuário do Cávado», na qual ainda constam a muito comum Petinha-dos-prados (Anthus pratensis) e a rara Petinha-marítima (Anthus petrosus), desenvolvi aqui um breve texto sobre a presença das aves do género Anthus sp. nesta região e no qual expressei a grande dificuldade em identificar quase todas as petinhas que ocorrem no território continental nacional. Mas naquela oportunidade, por mero desconhecimento, não enumerei o total de nove espécies até então registadas entre nós. Nas acidentais, para lá da Petinha-de-garganta-ruiva (Anthus cervinus), deveria ter indicado ainda a Petinha-de-blyth (Anthus godlewskii) e a Petinha-silvestre (Anthus hodgsoni). Cumpria-me também ter mencionado a Petinha-de-richard (Anthus richardi) como invernante e migradora de passagem que, apesar de rara, ocorre com alguma regularidade na nossa faixa costeira, à semelhança do que se verifica durante as migrações com as pouco comuns Petinhas-dos-campos (Anthus campestris) e Petinhas-das-árvores (Anthus trivialis).

Numa passagem daquele mesmo texto dizia “Com exceção da observação de uma A. pratensis no final de Agosto de 1998, apenas registei a ocorrência de petinhas no litoral norte entre os meses de setembro e março,…”. Ora, este registo não encaixa, de todo, nos vários estudos fenológicos entretanto publicados. Assumi, então, que a ave por mim observada naquela data seria certamente pertencente a outra espécie, mas as ditas dificuldades em distinguir qualquer petinha das restantes obrigar-me-ia, numa próxima oportunidade, a recorrer ao registo fotográfico através do qual poderia analisar devidamente as caraterísticas necessárias para um correto diagnóstico. Assim, desde 2011 estive particularmente atento às aves deste género que eventualmente ocorressem no estuário do Cávado em finais do mês de agosto e em setembro. Reforcei esta atenção quando, no início do último mês de setembro, Miguel Cardoso, coordenador regional do Minho do projeto Atlas Aves Invernantes e Migradoras, me disse que estava a registar a passagem de Petinhas-das-árvores pelas Lagoas de Bertiandos, não muito longe daqui em Ponte de Lima.

Até que no final de tarde do dia 20 de setembro de 2012 encontrei, finalmente, uma petinha “suspeita” na linha de água que, ao longo da margem esquerda do Cávado, contorna o juncal entre a marginal de Fão e o molhe do Caldeirão. Nada “simpática”, a ave não me permitiu fotos bem definidas de determinados detalhes que eu considerava importantes para uma correta identificação, mas, ainda assim e depois de devidamente avisado, submeti o registo à apreciação no Fórum Aves com as seguintes palavras e imagens:


«O Pedro Ramalho fez o favor de me pôr às voltas com as fichas do Javier Blasco à conta de uma petinha que ontem, dia 20 de setembro, observei no estuário do Cávado.

A ave não foi muito amiga, pelo que o registo fotográfico só deu nisto:


















e, desdobrando a partir de outras fotos com ainda pior qualidade, também nisto:



























Sem querer influenciar-vos, anexo a imagem de uma pratensis que encontrei naquele preciso local em outubro de 2011:
 

















A ave das primeira e segunda imagens frequentava habitat típico onde as pratensis abundam por cá no inverno. Mas os detalhes da segunda imagem são demasiado coincidentes com a trivialis.

O que me dizem?


 
RESPOSTAS:

Bom, a minha opinião já é conhecida (é das arvores), … o habitat não é a meu ver determinante, durante a migração as aves podem parar em zonas atípicas. (Pedro Ramalho)

… das-árvores. Com as características apresentadas e aquela unha traseira penso que não pode haver confusão. (Carlos Pacheco)

Eu também vou pela das árvores.
Há uma característica que a meu ver ajuda muito que é a tonalidade amarelada (e não esverdeada), especialmente no peito. E subscrevo o que disse o Pedro: durante as migrações as aves podem aparecer em qualquer habitat... (Gonçalo Elias)

Pelas razões já apontadas (comprimento da unha, tonalidade mais "quente" da plumagem) também me inclino para uma Petinha-das-árvores (Anthus trivialis). (Pedro Cardia)»

 
Assim, fica registada pela primeira vez a passagem pelo estuário do Cávado da Petinha-das-árvores (Anthus trivialis).
 
















Catry P., Costa H., Elias G. & Matias R., em AVES DE PORTUGAL – ORNITOLOGIA DO TERRITÓRIO CONTINENTAL, referem-se a esta espécie como estival rara e migradora de passagem pouco comum e que, apesar de procurar quase exclusivamente as serras nortenhas do Corno do Bico, Peneda-Gerês, Barroso e Alvão para nidificar (Equipa Atlas 2008), “durante as migrações ocorre por todo o país, podendo surgir em vários tipos de habitats, florestados ou não, desde dunas, terrenos incultos, pastagens e campos agrícolas, a montados, pinhais com clareiras e, ocasionalmente, zonas urbanizadas”. Segundo o Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal, a população nidificante tem o estatuto de Quase Ameaçada. Note-se, porém, que a nível da Europa as suas populações, às quais o indivíduo aqui registado muito provavelmente pertencerá, são consideradas Não Ameaçadas.

 

NOTA: Todas as referências à fenologia das várias espécies aqui mencionadas conforme Catry P., Costa H., Elias G. & Matias R. 2010. em AVES DE PORTUGAL – ORNITOLOGIA DO TERRITÓRIO CONTINENTAL. Assírio & Alvim, Lisboa.

 

domingo, 21 de outubro de 2012

OBSERVAÇÃO DE AVES (SETEMBRO 2012)


Lista anotada e ilustrada das aves observadas no Estuário do Cávado e habitats envolventes

[a seguir à designação da espécie em português (em maiúsculas) segue-se o nome em inglês e o científico (itálico)]
[seguem-se ao nome as ilustrações e as anotações a azul]
[as ocorrências mais relevantes serão assinaladas a negrito]
[para ver a foto com um pouco mais de detalhe clique em cima da imagem]


ESPÉCIES COM POPULAÇÕES EM ESTADO SELVAGEM

Ordem Podicipediformes

Família Podicipedidae

MERGULHÃO-PEQUENO
Little Grebe
Tachybaptus ruficollis

no dia 30 foi registada a chegada de 2 indivíduos ao plano de água ao largo do clube náutico de Ofir

Ordem Pelecaniformes

Família Sulidae

GANSO-PATOLA
Northern Gannet
Morus bassanus

frequentemente avistados ao longo de todo o mês a menos de 1 milha da costa e com vários registos de aproximação à foz; no dia 24 foi assinalado um número elevado de indivíduos a caçarem

Família Phalacrocoracidae

CORVO-MARINHO-DE-FACES-BRANCAS
Great Cormorant
Phalacrocorax carbo

até ao final do mês ainda em número muito reduzido

Ordem Ciconiiformes

Família Ardeidae

GARÇA-BOIEIRA
Cattle Egret
Bubulcus ibis







 























no dia 18 foi registada a chegada dos primeiros 4 indivíduos (além do que passou todo o verão entre nós); no dia 20 já se contavam 17 aves a aguardarem a pernoita no juncal em frente ao garçário e o seu número foi aumentando até ao final do mês

GARÇA-BRANCA-PEQUENA
Little Egret
Egretta garzetta

notado aumentando à medida que o mês avançava

GARÇA-BRANCA-GRANDE
Great Egret
Casmerodius albus

na madrugada do dia 19 foi observado um pequeno bando de 4 indivíduos que sobrevoaram o ‘caniçal de Fão’ e acabaram por regressar ao estuário

GARÇA-REAL
Grey Heron
Ardea cinerea

número crescente ao longo do mês; no dia 14 foram observados 21 indivíduos no juncal e vários bandos em migração para sul ainda antes do nascer do dia

Família Ciconiidae

CEGONHA-BRANCA
White Stork
Ciconia ciconia




 
















no dia 3 foram observados 2 indivíduos com anilhas metálicas na tíbia direita a repousarem no cimo de um poste AT da margem direita (nas fotos); no dia 29 foi visto outro indivíduo pousado na ínsua sob a ponte de Fão sem qualquer anilha

Família Threskiornithidae

COLHEREIRO
Eurasian Spoonbill
Platalea leucorodia




 
















no dia 19 foi registado 1 indivíduo que, depois de se ter alimentado no lodaçal ao longo da marginal de Esposende (1ª foto), foi repousar no extremo norte do juncal; no dia 26, a partir da doca de pesca, voltou a ser visto 1 indivíduo neste ponto, outro (possivelmente o mesmo) a alimentar-se sempre acompanhado por uma garça-branca-pequena na zona nascente da marginal de Fão e novamente outro (também possivelmente a mesma ave) no sapal da margem oposta a montante da ponte de Fão (fotos restantes)

Ordem Accipitriformes

Família Accipitridae

TARTARANHÃO-DOS-PAUIS ou ÁGUIA-SAPEIRA
Western Marsh Harrier
Circus aeruginosus

no dia 7 foi observada 1 fêmea a caçar na margem direita entre as duas pontes

AÇOR
Northern Goshawk
Accipiter gentilis




 
















no dia 7 foi avistada 1 fêmea a sobrevoar a zona nascente do estuário próximo do molhe do Caldeirão (1ª e 2ª fotos); no dia 10 foi observado 1 juvenil que se encontrava abrigado na mata aluvial da margem direita junto à entrada sul de Esposende (3ª e 4ª fotos); no dia 14 foi feito o registo de 1 fêmea na mata de pinheiro e folhosas

ÁGUIA-DE-ASA-REDONDA
Common Buzzard
Buteo buteo

Família Pandionidae

ÁGUIA-PESQUEIRA
Osprey
Pandion haliaetus







 
















durante todo o mês de setembro foram registados pelo menos 4 indivíduos distintos e que eram vistos várias vezes ao dia e, em grande parte dos casos, a caçarem aos pares: - depois de diversos avistamentos sem qualquer referência a marcas identificativas, no dia 13 foi identificado o indivíduo de anilha preta no tarso esquerdo com a inscrição «3SP» (1ª foto); no dia 14 foi confirmada a presença de um segundo indivíduo sem qualquer anilha (2ª foto); na manhã do dia 25 foi observado o indivíduo sem anilhas juntamente com o de anilha preta a caçarem em conjunto entre o extremo norte do juncal e a restinga e ainda nesse mesmo dia, já ao início da tarde, apareceu a caçar junto à ETAR um 3º indivíduo, registado pela primeira vez entre nós, com anilha azul no tarso direito (5ª foto); entretanto foi identificado 1 indivíduo com anilha amarela no tarso esquerdo; nos dias 26, ao final da tarde, e 27, ao final da manhã, foi registado que o indivíduo sem qualquer anilha pousava nos postes das duas margens no extremo sul do estuário para se alimentar e que em repouso apresentava a asa direita descaída (6ª e 7ª fotos)

Ordem Falconiformes

Família Falconidae

PENEIREIRO-VULGAR
Common Kestrel
Falco tinnunculus

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 



espécie comum observada quase diariamente neste estuário a caçar pequenos roedores; no dia 27 fiz a minha primeira observação de uma destas aves a caçar grandes gafanhotos
 
Ordem Gruiformes
 
Família Rallidae
 
GALEIRÃO
Eurasian Coot
Fulica atra
 
depois do 1º invernante registado ainda no mês anterior, no dia 8 foi visto o 2º indivíduo na marginal de Fão que chegou com uma descida de grandes quantidades de jacintos-d’água exóticos
 
Ordem Charadriiformes
 
Família Haematopodidae
 
OSTRACEIRO
Eurasian Oystercatcher
Haematopus ostralegus
 
nos dias 25 e 26 foram observados a partir da doca de pesca 2 indivíduos que repousavam no juncal
 
Família Charadriidae
 
BORRELHO-GRANDE-DE-COLEIRA
Common Ringed Plover
Charadrius hiaticula
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 


BORRELHO-DE-COLEIRA-INTERROMPIDA
Kentish Plover
Charadrius alexandrinus
 
muito mais escassos do que em pleno estio, no dia 26 foi avistado um bando composto por 45 juvenis no sapal junto à foz
 
ABIBE
Northern Lapwing
Vanellus vanellus
 
sem excluir a possibilidade de ser a mesma ave registada no final de agosto, no dia 14 também foi visto 1 indivíduo próximo da restinga
 
Família Scolopacidae
 
SEIXOEIRA
Red Knot
Calidris canutus
 
 
















no dia 10 foi registado o 1º. indivíduo da época, a partir do dia 14 já se viam diariamente 2 até que no dia 25 se observaram 12 indivíduos nos lodaçais ao longo da marginal de Esposende, um dos quais (na foto) ainda com restos da plumagem estival

PILRITO-D’AREIA
Sanderling
Calidris alba


 
















PILRITO-DE-BICO-COMPRIDO
Curlew Sandpiper
Calidris ferruginea





 
















observados durante todo o mês até a um máximo de 4 indivíduos

PILRITO-COMUM
Dunlin
Calidris alpina

 
















na foto um juvenil

NARCEJA
Common Snipe
Gallinago gallinago






 
















a partir do dia 20 começaram a ser avistados alguns indivíduos isolados, sobretudo em passagem

MAÇARICO-DE-BICO-DIREITO
Black-tailed Godwit
Limosa limosa

FUSELO
Bar-tailed Godwit
Limosa lapponica

MAÇARICO-GALEGO
Whimbrel
Numenius phaeopus




 
















esta terá sido a passagem migratória pós-nupcial em que ocorreu o menor número de aves desta espécie em 15 anos

MAÇARICO-REAL
Eurasian Curlew
Numenius arquata

julgo que os 2 indivíduos registados em agosto permaneceram no estuário durante todo o mês

MAÇARICO-DAS-ROCHAS
Common Sandpiper
Actitis hypoleucos

PERNA-VERDE
Common Greenshank
Tringa nebularia

PERNA-VERMELHA
Common Redshank
Tringa totanus

no final do mês manteve-se 1 indivíduo pelo sapal junto à foz

ROLA-DO-MAR
Ruddy Turnstone
Arenaria interpres

Família Laridae

GUINCHO
Black-headed Gull
Chroicocephalus ridibundus

GAIVOTA-DE-ASA-ESCURA
Lesser Black-backed Gull
Larus fuscus

GAIVOTA-DE-PATAS-AMARELAS
Yellow-legged Gull
Larus michahellis

Família Sternidae

GARAJAU-COMUM
Sandwich Tern
Sterna sandvicensis

ANDORINHA-DO-MAR-ANÃ
Little Tern
Sternula albifrons

no dia 14 foi observado 1 indivíduo a alimentar-se ao longo da restinga; no dia encontravam-se 3 na foz e um número indeterminado ao largo no mar; e no dia 26 repetiu-se a observação de 2 indivíduos na foz

Ordem Columbiformes

Família Columbidae

POMBO-TORCAZ
Common Wood Pigeon
Columba palumbus

ROLA-TURCA
Eurasian Collared Dove
Streptopelia decaocto


 
















ROLA ou ROLA-BRAVA
European Turtle Dove
Streptopelia turtur

muito escassa

Ordem Cuculiformes

Família Cuculidae

CUCO
Common Cuckoo
Cuculus canorus

no início do mês manteve-se um juvenil na marginal de Fão entre o largo do Cortinhal e a Pousada de juventude; na margem oposta, foi observado durante todo o mês um ou outro imaturo a visitar os mesmos freixos infestados pelas lagartas de borboletas indicados em julho

Ordem Strigiformes

Família Tytonidae

CORUJA-DAS-TORRES
Barn Owl
Tyto alba

Ordem Caprimulgiformes

Família Caprimulgidae

NOITIBÓ
European Nightjar
Caprimulgus europaeus

últimas vocalizações registadas na noite de 6 para 7 de setembro

Ordem Apodiformes

Família Apodidae

ANDORINHÃO-PRETO
Common Swift
Apus apus

Ordem Coraciiformes

Família Alcedinidae

GUARDA-RIOS
Common Kingfisher
Alcedo atthis

Família Upupidae

POUPA
Hoopoe
Upupa epops

Ordem Piciformes

Família Picidae

TORCICOLO
Eurasian Wryneck
Jynx torquilla

1 indivíduo observado no dia 24 a montante da pousada de juventude na margem esquerda abrigado entre funchos

PETO-VERDE
European Green Woodpecker
Picus viridis

PICA-PAU-MALHADO-GRANDE
Great Spotted Woodpecker
Dendrocopus major

Ordem Passeriformes

Família Alaudidae

COTOVIA-DE-POUPA
Crested Lark
Galerida cristata

nos dias 3 e 5 manteve-se 1 indivíduo nos campos de cultivo de Gandra

Família Hirundinidae

ANDORINHA-DAS-BARREIRAS
Sand Martin
Riparia riparia




 
















vários bandos compostos por muitas dezenas de imaturos foram observados durante todo o mês sobre as águas fluviais e nos juncais

ANDORINHA-DAS-CHAMINÉS
Barn Swallow
Hirundo rustica

 























juvenil

ANDORINHA-DOS-BEIRAIS
Common House Martin
Delichon urbicum

tornou-se muito escassa no final do mês

ANDORINHA-DÁURICA
Red-rumped Swallow
Cecropis daurica

nos últimos dias do mês ainda foram observados alguns indivíduos na parte sul do estuário em ambas as margens

Família Motacillidae

ALVÉOLA-AMARELA
Yellow Wagtail
Motacilla flava



 
















ALVÉOLA-BRANCA
White Wagtail
Motacilla alba


 
















Género Anthus (Petinhas)

Será feita uma abordagem mais alongada em texto anexo que publicarei ainda este mês

Família Troglodytidae

CARRIÇA
Winter Wren
Troglodytes troglodytes
 
Família Turdidae

PISCO-DE-PEITO-RUIVO
European Robin
Erithacus rubecula

ROUXINOL-COMUM
Common Nightingale
Luscinia megarhynchos

no dia 7 foram registadas vocalizações de 2 indivíduos distintos nos silvados da margem esquerda junto aos campos das Pedreiras

PISCO-DE-PEITO-AZUL
Bluethroat
Luscinia svecica

 
















apenas registei o 1º. indivíduo no dia 9, mas o seu número cresceu de tal forma que no dia 27 contei 10 indivíduos em 30 minutos num curto percurso até ao extremo norte do juncal

RABIRRUIVO-PRETO
Black Redstart
Phoenicurus ochruros



 
















CARTAXO-DO-NORTE
Whinchat
Saxicola rubetra

 























ao terceiro dia do mês registei os 3 primeiros indivíduos da época e, desde então, tornou-se comum observá-los nos campos da margem direita a jusante da ponte velha e no juncal ao longo da marginal de Fão até ao Caldeirão

CARTAXO-COMUM
European Stonechat
Saxicola rubicola

 
















CHASCO-CINZENTO
Northern Wheatear
Oenanthe oenanthe



 
















ao terceiro dia do mês registei os 2 primeiros indivíduos da época e, desde então, tornou-se comum observá-los em vários habitats distintos, sobretudo nas dunas

MELRO-PRETO
Common Blackbird
Turdus merula

Família Sylviidae

FUINHA-DOS-JUNCOS
Zitting Cisticola
Cisticola juncidis


 
















FELOSA-DOS-JUNCOS
Sedge Warbler
Acrocephalus schoenobaenus

nos dias 7; 9 e 12 foi observado um indivíduo na margem do juncal junto aos campos das Pedreiras

ROUXINOL-PEQUENO-DOS-CANIÇOS
Eurasian Reed Warbler
Acrocephalus scirpaceus




 
















registado o primeiro da época no dia 10 nos funchos a montante da pousada de juventude, onde foram vistos 1 ou 2 indivíduos até ao final do mês

FELOSA-POLIGLOTA
Melodious Warbler
Hippolais polyglotta











 
















sobretudo juvenis foram comuns durante a primeira metade do mês a alimentarem-se nos funchos

TOUTINEGRA-DE-CABEÇA-PRETA ou T.-DOS-VALADOS
Sardinian Warbler
Sylvia melanocephala

 
















PAPA-AMORAS
Common Whitethroat
Sylvia communis








 
















presente durante todo o mês e relativamente conspícua nos silvados e funchos a montante da pousada de juventude até ao Caldeirão

TOUTINEGRA-DE-BARRETE-PRETO
Eurasian Blackcap
Sylvia atricapilla

FELOSA-MUSICAL
Willow Warbler
Phylloscopus trochilus

















 
















muito comum durante todo o mês, sendo facilmente encontrada a alimentar-se nos funchos

Família Muscicapidae

PAPA-MOSCAS-CINZENTO
Spotted Flycatcher
Muscicapa striata



 
















observados pela primeira vez no dia 1, logo se tornou uma ave muito comum nos silvados e nos funchos a montante da pousada de juventude, mas sobretudo na orla dos pinhais

PAPA-MOSCAS-PRETO
European Pied Flycatcher
Ficedula hypoleuca

 
















depois de ter sido assinalada a sua chagada no final do mês anterior, tornou-se, como é habitual, uma ave comum na orlas dos campos de cultivo, mas foi mais abundante nas clareiras do pinhal e nos jardins no núcleo turístico de Ofir

Família Aegithalidae

CHAPIM-RABILONGO
Long-tailed Tit
Aegithalos caudatus

Família Paridae

CHAPIM-DE-POUPA
European Crested Tit
Parus cristatus

CHAPIM-PRETO
Coal Tit
Parus ater

CHAPIM-REAL
Great Tit
Parus major

Família Oriolidae

PAPA-FIGOS
Eurasian Golden Oriole
Oriolus oriolus

no dia 9 foi observado um macho a alimentar-se nos sabugueiros junto à ribeira do Couto na margem esquerda

Família Corvidae

GAIO
Eurasian Jay
Garrulus glandarius

PEGA
Common Magpie
Pica pica

GRALHA-PRETA
Carrion Crow
Corvus corone

Família Sturnidae

ESTORNINHO-PRETO
Spotless Starling
Sturnus unicolor



 
















muito abundante, sobretudo juvenis; o bando que pernoitava nos salgueiros de uma propriedade na Alameda do Bom Jesus em Fão foi estimado em mais de 1000 (mil) indivíduos que de manhã cedo atravessavam o rio para os campos de Gandra

Família Passeridae

PARDAL-COMUM ou P.-DOMÉSTICO
House Sparrow
Passer domesticus

PARDAL-MONTÊS
Eurasian Tree Sparrow
Passer montanus

Família Fringillidae

CHAMARIZ
European Serin
Serinus serinus

VERDILHÃO
European Greenfinch
Carduelis chloris

PINTARROXO
Common Linnet
Carduelis cannabina


ESPÉCIES NATURALIZADAS COM POPULAÇÕES ESTABELECIDAS RESULTANTES DE INTRODUÇÕES, MAS QUE TAMBÉM OCORREM EM ESTADO SELVAGEM:

Ordem Anseriformes

Família Anatidae

PATO-REAL
Mallard
Anas platyrhynchos

no dia 10 foram contados 166 indivíduos na margem do juncal voltada para nascente sensivelmente em frente ao antigo cais da draga


ESPÉCIES DOMESTICADAS COM POPULAÇÕES ESTABELECIDAS EM ESTADO SELVAGEM:

Ordem Columbiformes

Família Columbidae

POMBO-DA-ROCHA e POMBO-DOMÉSTICO
Rock Dove
Columba livia


ESPÉCIES NATURALIZADAS:

Ordem Passeriformes

Família Estrildidae

BICO-DE-LACRE
Common Waxbill
Estrilda astrild


ESPÉCIES QUE OCORREM APENAS COMO RESULTADO DE UMA INTRODUÇÃO, FUGA AO CATIVEIRO OU POSSIVELMENTE PROVENIENTES DE POPULAÇÕES SELVAGENS MAS COM A SITUAÇÃO NÃO AVALIADA PELO COMITÉ PORTUGUÊS DE RARIDADES:

Ordem Anseriformes

Família Anatidae

GANSO-CHINÊS Categoria E
Swan Goose
Anser cygnoides

continua na marginal de Fão o indivíduo que chegou ao estuário em dezembro de 2011

PIADEIRA-DO-CHILE Categoria E
Chiloe Wigeon
Anas sibilatrix

o suposto híbrido desta espécie com Anas americana ou Anas flavirostris chegado em agosto de 2010 à marginal de Fão

MARREQUINHA-DE-COLEIRA Categoria E
Ringed Teal
Callonetta leucophrys

durante todo o mês manteve-se um macho desta espécie junto à ETAR

Ordem Passeriformes

Família Ploceidae

TECELÃO-DE-DORSO-MALHADO Categoria E
Village Weaver
Ploceus cucullatus

 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
no final da manhã do dia 15 observei uma fêmea desta espécie exótica, também conhecida por CACHO-CALDEIRÃO, pousada num sabugueiro junto à ribeira do Couto; através de uma foto obtida por Sérgio Esteves no dia 10 exatamente no mesmo local, foi possível confirmar a identificação da ave que muito provavelmente já tinha sido por mim observada no primeiro dia do mês sensivelmente na mesma zona, mas que, perante a ausência de registo fotográfico, me resultou em muitas dúvidas; esta ave, apesar de constar na «AERC Western Palearctic list», é nativa da África Subsariana, conforme ilustra a foto em anexo retirada do portal da IUCN e que coincide com a distribuição apresentada pela BirdLife International, e surge com a categoria de introduzida nas ilhas de Porto Rico, Martinica, República Dominicana e Haiti, nas Caraíbas, ainda na Maurícia e Reunião, no Índico, e também em Portugal no distrito de Setúbal, onde, felizmente, parece não ter muito sucesso enquanto reprodutora (Aves Exóticas em Portugal 2005-2008, Rafael Matias); é uma das muitas espécies de “tecelões” comercializadas no nosso país para fins ornamentais, pelo que é praticamente garantido que este indivíduo terá simplesmente escapado ao cativeiro ou sido deliberadamente introduzido na natureza