quinta-feira, 20 de junho de 2013

Lista anotada e ilustrada das aves observadas no Estuário do Cávado e habitats envolventes em maio de 2013


[a seguir à designação da espécie em português (em maiúsculas) segue-se o nome em inglês e o científico (itálico)]
[seguem-se ao nome as ilustrações e as anotações a azul]
[as ocorrências mais relevantes serão assinaladas a negrito]
[para ver a foto com um pouco mais de detalhe clique em cima da imagem]


ESPÉCIES COM POPULAÇÕES EM ESTADO SELVAGEM

Ordem Podicipediformes

Família Podicipedidae

MERGULHÃO-PEQUENO
Little Grebe
Tachybaptus ruficollis

no dia 15 registei vocalizações no charco junto ao ‘caminho do meio’ que atravessa a mata de pinheiro e folhosas entre Fão e Apúlia (onde já tinham sido localizados no mês anterior)

Ordem Pelecaniformes

Família Sulidae

ALCATRAZ-COMUM (Ganso-patola)
Northern Gannet
Morus bassanus

apesar do grande frenesim de andorinhas-do-mar (sternidae) que se verificou no início do mês (ver abaixo), a passagem destas aves não foi particularmente notada

Família Phalacrocoracidae

CORVO-MARINHO(-DE-FACES-BRANCAS)
Great Cormorant
Phalacrocorax carbo

no dia 2 já só se contavam 12 indivíduos no banco de areia no extremo do juncal; no final do mês ainda foi confirmada a presença de 2

Ordem Ciconiiformes

Família Ardeidae

GARÇA-BRANCA-PEQUENA
Little Egret
Egretta garzetta

no dia 2 ainda foram observados 6 indivíduos, mas desde então não se viam mais do que 3; procuravam alimento sobretudo junto à ETAR

GARÇA-REAL
Grey Heron
Ardea cinerea

apenas foram observados indivíduos isolados, inclusive num charco da mata de pinheiro e folhosas

Família Ciconiidae

CEGONHA-BRANCA
White Stork
Ciconia ciconia




 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
no dia 24 pousou um indivíduo (das fotos) num campo de cultivo da margem direita imediatamente a jusante da ponte da autoestrada

Ordem Accipitriformes

Família Accipitridae

AÇOR
Northern Goshawk
Accipiter gentilis

no dia 15 foi observado um indivíduo com um pombo nas garras a sobrevoar a mata de pinheiro e folhosas entre Fão e Apúlia; ver também a nota na espécie seguinte

GAVIÃO
Eurasian Sparrowhawk
Accipiter nisus

 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
no dia 25 uma fêmea (na foto) foi observada a sobrevoar a zona envolvente ao charco junto ao ‘caminho do meio’ da mata de pinheiro e folhosas entre Fão e Apúlia, território habitualmente ocupado por um Açor macho que pareceu não ter gostado daquela “invasão”

ÁGUIA-D’ASA-REDONDA
Common Buzzard
Buteo buteo

tanto na mata com na zona nascente do estuário foram vistos várias vezes até quatro indivíduos a pairarem e a vocalizarem em conjunto (seriam progenitores com juvenis recentemente saídos do ninho?)

Ordem Falconiformes

Família Falconidae

PENEIREIRO-DE-DORSO-MALHADO (Peneireiro-vulgar)
Common Kestrel
Falco tinnunculus

Ordem Charadriiformes

Família Haematopodidae

OSTRACEIRO
Eurasian Oystercatcher
Haematopus ostralegus

no dia 2 passaram para norte indivíduos isolados em frente à foz

Família Charadriidae

BORRELHO-PEQUENO-DE-COLEIRA
Little Ringed Plover
Charadrius dubius

no dia 6 foram observados dois indivíduos em frente à marginal de Fão

BORRELHO-GRANDE-DE-COLEIRA
Common Ringed Plover
Charadrius hiaticula

BORRELHO-DE-COLEIRA-INTERROMPIDA
Kentish Plover
Charadrius alexandrinus

nidificação confirmada

TARAMBOLA-CINZENTA
Grey Plover
Pluvialis squatarola

dificilmente se via mais do que um par (uma das aves em plumagem estival)

Família Scolopacidae

SEIXOEIRA
Red Knot
Calidris canutus






 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
o bando chegado à marginal de Esposende no final do mês anterior ainda por ali exibiu as suas belas plumagens estivais durante vários dias; no máximo contaram-se quinze indivíduos que se misturaram com os fuselos; alguns estavam marcados conforme se pode verificar na última imagem; no dia 13 ainda foram observados naqueles lodaçais dois indivíduos e no dia 24 três no lodaçal sob o miradouro da restinga

PILRITO-DAS-PRAIAS (Pilrito-d’areia)
Sanderling
Calidris alba



 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
grande parte em plumagem nupcial praticamente completa

PILRITO-DE-PEITO-PRETO (Pilrito-comum)
Dunlin
Calidris alpina

FUSELO
Bar-tailed Godwit
Limosa lapponica






















 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
até ao dia 4, enquanto muitas centenas repousavam e alimentavam-se por praticamente todo o estuário, sobretudo a jusante da ponte velha até à foz, muitas dezenas eram avistadas a passarem sobre o mar para norte em bandos mistos com os congéneres seguintes; a partir do dia 6 e até ao final do mês restaram-se por cá poucas dezenas de indivíduos

MAÇARICO-GALEGO
Whimbrel
Numenius phaeopus




 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ao contrário dos fuselos, este ano surgiram em números notoriamente mais reduzidos do que em anos anteriores (poucas dezenas); apesar disso distribuíram-se um pouco por todo o estuário; eram vistos sobretudo a passarem no mar para norte e pontualmente nas praias

MAÇARICO-DAS-ROCHAS
Common Sandpiper
Actitis hypoleucos

PERNA-VERDE(-COMUM)
Common Greenshank
Tringa nebularia

NÃO OBSERVEI sequer um indivíduo desta espécie durante todo o mês (não tenho memória desta ausência nos vários anos em que faço observação de aves neste estuário)

PERNA-VERMELHA(-COMUM)
Common Redshank
Tringa totanus

no dia 13 (1 indivíduo) e no dia 23 (4 indivíduos) foram observados na margem direita junto à ponte velha

ROLA-DO-MAR
Ruddy Turnstone
Arenaria interpres

Família Stercorariidae

MOLEIRO-PEQUENO (Moleiro-parasita)
Parasitic Jaeger
Stercorarius parasiticus




 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
no dia 4 um indivíduo (da foto) aproximou-se da foz onde se alimentavam andorinhas-do-mar (sternidae) em número muito elevado

Família Laridae

GAIVOTA-DE-CABEÇA-PRETA
Mediterranean Gull
Ichthyaetus melanocephalus

no dia 4 foram vistos dois indivíduos a passarem para norte em frente à foz

GAIVOTA-D’ASA-ESCURA
Lesser Black-backed Gull
Larus fuscus

GAIVOTA-DE-PATAS-AMARELAS
Yellow-legged Gull
Larus michahellis

Família Sternidae

GARAJAU-DE-BICO-PRETO (Garajau-comum)
Sandwich Tern
Sterna sandvicensis

nos primeiros dias do mês foram observadas várias centenas de indivíduos em frente à foz e ao largo juntamente com os congéneres seguintes; a partir do dia 14 praticamente “desapareceram” com as fortes nortadas

GAIVINA-COMUM (Andorinha-do-mar-comum)
Common Tern
Sterna hirundo







 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
nos dias 2 e 4 foram observadas às dezenas a alimentarem-se em frente à foz, ao largo pela zona dos recifes e ainda em passagem para norte; deixaram de ser vistas na mesma altura dos congéneres anteriores

CHILRETA (Andorinha-do-mar-anã)
Little Tern
Sternula albifrons

entre os dias 2 e 9 foram observadas algumas dezenas em frente à foz e a repousarem na restinga

Ordem Columbiformes

Família Columbidae

POMBO-TORCAZ
Common Wood Pigeon
Columba palumbus

ROLA-TURCA
Eurasian Collared Dove
Streptopelia decaocto

ROLA-BRAVA
European Turtle Dove
Streptopelia turtur

a primeira da época (única do mês) foi observada no dia 13 próximo do centro de compostagem do Caldeirão (ainda assim, a nascente, na quadrícula UTM NF 29, são vistas desde o mês anterior e, apesar de tudo, em maior número)

Ordem Strigiformes

Família Tytonidae

CORUJA-DAS-TORRES
Barn Owl
Tyto alba

na noite de 31 foi visto um par na orla da mata junto à escola primária de Fão (não foram percetíveis indícios de nidificação nos locais habituais)

Ordem Caprimulgiformes

Família Caprimulgidae

NOITIBÓ-CINZENTO (Noitibó-da-Europa)
European Nightjar
Caprimulgus europaeus

primeiro registo da época no dia 21 na orla da mata; ainda assim, no final do mês confirmei que já estavam bem disseminados por todo o pinhal até à margem esquerda do estuário

Ordem Apodiformes

Família Apodidae

ANDORINHÃO-PRETO
Common Swift
Apus apus

muito abundantes sobre a zona urbana de Esposende e de Fão, onde não dediquei qualquer esforço de procura dos seus congéneres pallidus

Ordem Coraciiformes

Família Alcedinidae

GUARDA-RIOS
Common Kingfisher
Alcedo atthis

dada a habitual ausência nesta época do ano, no dia 6 procurei-os com demora (a partir da margem oposta e com recurso a binóculos) junto a um dos ninhos conhecidos, onde acabei por observar o único indivíduo do mês

Família Upupidae

POUPA
Hoopoe
Upupa epops

Ordem Piciformes

Família Picidae

PICA-PAU-MALHADO (Pica-pau-malhado-grande)
Great Spotted Woodpecker
Dendrocopos major

Ordem Passeriformes

Família Hirundinidae

ANDORINHA-DAS-BARREIRAS
Sand Martin
Riparia riparia

CORREÇÃO: por lapso, na lista do mês anterior mencionei a presença desta espécie no estuário quando pretendia referir-me às ANDORINHAS-DOS-BEIRAIS; assim, apesar da grande atividade nas colónias a nascente durante o mês de abril, os primeiros imaturos apenas surgiram no dia 6 de maio sobre as águas do estuário e logo em bom número, sobretudo a montante da ponte velha

ANDORINHA-DAS-CHAMINÉS
Barn Swallow
Hirundo rustica

ANDORINHA-DOS-BEIRAIS
Common House Martin
Delichon urbicum

CORREÇÃO: conforme o que acima referi, esta espécie não foi indicada na lista do mês anterior apenas por mero lapso, pois a sua presença na região já estava confirmada em 4 de abril

ANDORINHA-DÁURICA
Red-rumped Swallow
Cecropis daurica

depois de no mês anterior apenas terem sido vistos indivíduos na zona nascente do estuário, no dia 4 foi visto o casal (suponho que o mesmo) que nidifica num dos aldeamentos da foz a visitar regularmente o sapal junto ao Forte de São João Batista em busca de material para construir o ninho; apenas nos dias 6 e 7 se viram os primeiros ninhos concluídos

Família Motacillidae

ALVÉOLA-AMARELA
Yellow Wagtail
Motacilla flava

ALVÉOLA-BRANCA
White Wagtail
Motacilla alba

Família Troglodytidae

CARRIÇA
Winter Wren
Troglodytes troglodytes

Família Prunellidae

FERREIRINHA(-COMUM)
Dunnock
Prunella modularis

registado outro local para nidificação possível (macho a cantar ou chamamento de nidificante durante a época de nidificação) próximo do centro de compostagem do Cadeirão

Família Turdidae

PISCO-DE-PEITO-RUIVO
European Robin
Erithacus rubecula

RABIRRUIVO-PRETO
Black Redstart
Phoenicurus ochruros

CARTAXO-COMUM
European Stonechat
Saxicola rubicola

MELRO-PRETO
Common Blackbird
Turdus merula

TORDO-PINTO (Tordo-músico ou comum)
Song Thrush
Turdus philomelos

registadas vocalizações na orla da mata de folhosas

Família Sylviidae

FUINHA-DOS-JUNCOS
Zitting Cisticola
Cisticola juncidis

FELOSA-POLIGLOTA
Melodious Warbler
Hippolais polyglotta

primeiro registo da época no dia 13; nidificação possível (macho a cantar ou chamamento de nidificante durante a época de nidificação) próximo do centro de compostagem do Cadeirão

TOUTINEGRA-DOS-VALADOS (Toutinegra-de-cabeça-preta)
Sardinian Warbler
Sylvia melanocephala
 
TOUTINEGRA-DE-BARRETE(-PRETO)
Eurasian Blackcap
Sylvia atricapilla

Família Aegithalidae

CHAPIM-RABILONGO
Long-tailed Tit
Aegithalos caudatus

Família Paridae

CHAPIM-DE-POUPA
European Crested Tit
Parus cristatus

CHAPIM-CARVOEIRO (Chapim-preto)
Coal Tit
Parus ater

CHAPIM-REAL
Great Tit
Parus major

Família Corvidae

GAIO
Eurasian Jay
Garrulus glandarius

PEGA
Common Magpie
Pica pica

GRALHA-PRETA
Carrion Crow
Corvus corone

apenas foi visto um indivíduo de cativeiro pela zona do Ramalhão em Fão

Família Sturnidae

ESTORNINHO-PRETO
Spotless Starling
Sturnus unicolor

Família Passeridae

PARDAL-DO-TELHADO (Pardal-comum ou doméstico)
House Sparrow
Passer domesticus

PARDAL-MONTÊS
Eurasian Tree Sparrow
Passer montanus

Família Fringillidae

MILHEIRINHA-EUROPEIA (Chamariz ou Cerezino)
European Serin
Serinus serinus

VERDILHÃO
European Greenfinch
Carduelis chloris

PINTARROXO-DE-BICO-ESCURO (Pintarroxo)
Common Linnet
Carduelis cannabina


ESPÉCIES NATURALIZADAS COM POPULAÇÕES ESTABELECIDAS RESULTANTES DE INTRODUÇÕES, MAS QUE TAMBÉM OCORREM EM ESTADO SELVAGEM

Ordem Anseriformes

Família Anatidae

PATO-REAL
Mallard
Anas platyrhynchos

dada a notória redução destas aves na marginal de Fão, procurei perceber como se têm distribuído no estuário; assim, no dia 23 apenas contei aqui dez aves (todos machos) e outros oitenta indivíduos na margem do juncal orientada para a doca de pesca (60 dos quais machos); no dia seguinte este bando já se encontrava no banco de areia em frente ao clube náutico de Fão e então foram contadas noventas aves, entre as quais me pareceu identificar uma Frisada (sem confirmação)


ESPÉCIES DOMESTICADAS COM POPULAÇÕES ESTABELECIDAS EM ESTADO SELVAGEM

Ordem Columbiformes

Família Columbidae

POMBO-DA-ROCHA e POMBO-DOMÉSTICO
Rock Dove
Columba livia


ESPÉCIES NATURALIZADAS

Ordem Passeriformes

Família Estrildidae

BICO-DE-LACRE(-COMUM)
Common Waxbill
Estrilda astrild


ESPÉCIES QUE OCORREM APENAS COMO RESULTADO DE UMA INTRODUÇÃO, FUGA AO CATIVEIRO OU POSSIVELMENTE PROVENIENTES DE POPULAÇÕES SELVAGENS MAS COM A SITUAÇÃO NÃO AVALIADA PELO COMITÉ PORTUGUÊS DE RARIDADES

Ordem Anseriformes

Família Anatidae

GANSO-CHINÊS (Ganso-sinaleiro) Categoria E
Swan Goose
Anser cygnoides

continua na marginal de Fão o indivíduo que chegou ao estuário em dezembro de 2011

GANSO-DO-EGIPTO Categoria E
Egyptian Goose
Alopochen aegyptiaca

continuaram na região os seis indivíduos chegados no mês anterior; apesar de na marginal de Fão apenas se ter visto um ou dois, os restantes foram vistos várias vezes a sobrevoar a mata, onde deveriam pernoitar nalguns dos charcos ainda existentes

PATO-CASARCA (Pato-ferrugíneo) Requer homologação pelo CPR
Ruddy Shelduck
Tadorna ferruginea

muito provavelmente a mesma fêmea registada até março, foi relocalizada no dia 04 a jusante da ponte velha e desde então manteve-se sobretudo pela marginal de Fão

MARRECA-DE-COLEIRA Categoria E
Ringed Teal
Callonetta leucophrys

o macho que aqui chegou em agosto de 2012 apenas se manteve na marginal de Fão até aos primeiros dias deste mês

MARRECA-OVEIRA (Piadeira-do-chile) Categoria E
Chiloe Wigeon
Anas sibilatrix

continua na marginal de Fão o suposto híbrido desta espécie com Anas americana ou Anas flavirostris chegado em agosto de 2010

 

REFERÊNCIAS E NOTAS:

Foram adotadas as nomenclaturas científica e inglesa e a sequência taxonómica recomendadas pelo comité taxonómico da Association of European Records and Rarities Committees (AERC TAC 2003; 2010; 2011).

Nome vulgar das espécies em maiúsculas segundo Catry P., Costa H., Elias G. & Matias R. 2010. em AVES DE PORTUGAL – ORNITOLOGIA DO TERRITÓRIO CONTINENTAL. Assírio & Alvim, Lisboa (sinónimos em português surgem entre parênteses)

Categoria C - espécies naturalizadas (aquelas que tendo uma origem exótica, possuem populações reprodutoras, em estado selvagem, auto-suficientes, que se mantêm sem auxílio de novas introduções ou de alimentação artificial).

Categoria E - fugas de cativeiro e espécies introduzidas (não são consideradas como fazendo parte da Lista de Portugal Continental).

CPR – Comité Português de Raridades