sábado, 31 de outubro de 2009

ORNITOLOGIA (Conclusão)

OBSERVAÇÃO DE AVES
Estuário do Cávado


Com a publicação da 30ª. parte deste ensaio subordinado ao tema da ornitologia do Estuário do Cávado e dos habitats envolventes mais importantes situados dentro dos limites do Parque Natural Litoral Norte, ficou concluída a apresentação das 170 espécies cuja ocorrência foi por mim confirmada desde o ano de 1997 até este momento (Outubro de 2009). Aqueles que me acompanharam desde o início sabem, porém, que aquele número (cento e setenta) não corresponde à totalidade das aves residentes ou de ocorrência regular na região, nem sequer são todas espécies autóctones ou provenientes de populações selvagens, pois, além de algumas observações meramente acidentais ou ocasionais, há ainda a considerar vários exotismos ou espécimes em liberdade oriundos de fugas ao cativeiro. Assim de modo a facilitar uma leitura mais global sobre a realidade da avifauna da área geográfica em estudo, apresenta-se a seguir um quadro com os números totais de espécies registadas, distribuídas de acordo com as diversas categorias adoptadas na Lista Sistemática das Aves de Portugal Continental (Anuário Ornitológico da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves) e conforme o calendário de ocorrência:





ESPÉCIES REGISTADAS EM ESTADO SELVAGEM: 149

Predominantemente Residentes: 38

Predominantemente Invernantes: 20

Predominantemente Estivais: 14

Predominantemente Migradoras de Passagem: 32

Raras, acidentais ou de difícil detecção: 45


ESPÉCIES NATURALIZADAS: 1 (Bico-de-lacre)


ESPÉCIES NATURALIZADAS QUE OCORREM OU OCORRERAM APENAS COMO RESULTADO DE UMA INTRODUÇÃO, FUGA AO CATIVEIRO OU POSSIVELMENTE PROVENIENTES DE POPULAÇÕES SELVAGENS MAS COM A SITUAÇÃO NÃO AVALIADA PELO COMITÉ PORTUGUÊS DE RARIDADES: 18

ESPÉCIES NATURALIZADAS COM POPULAÇÕES ESTABELECIDAS RESULTANTES DE INTRODUÇÕES, MAS QUE TAMBÉM OCORREM EM ESTADO SELVAGEM: 1 (Pato-real)


ESPÉCIES DOMESTICADAS COM POPULAÇÕES ESTABELECIDAS EM ESTADO SELVAGEM: 1 (Pombo-da-rocha)



É óbvio que esta lista nunca poderá ser considerada definitiva, pois será sempre de esperar a ocorrência ou a descoberta de novas espécies nesta região. Assim torna-se necessário que, perante o aparecimento de novas evidências ou de dados relevantes, os conteúdos até agora expostos sejam actualizados. Face a isso, à medida que as estações se alternem ou o calendário natural evolua, optei por, de ora em diante, resumir no primeiro post de cada mês as observações de maior destaque detectadas nesta curta faixa do litoral minhoto no decorrer do mês anterior e que serão ilustradas com alguns dos meus singelos registos fotográficos.
Ainda antes de fazer justiça às minhas fontes bibliográficas e aos meus portais de referência, gostaria de, mais uma vez, dirigir um apelo a todos quantos se dedicam ou pretendam iniciar-se na actividade lúdica da observação de aves ou da fotografia da natureza para que tenham sempre presentes pelo menos estas três regras básicas constantes no Código de Conduta para o Fotógrafo da Natureza da LPN – Liga para a Protecção da Natureza, que adoptei:
“- A actividade fotográfica deve implicar o mínimo de impactos no ambiente circundante aos seres vivos a fotografar, sendo necessário tomar precauções para que a sua protecção natural não seja danificada;
- A fotografia de aves no ninho encontra-se excluída do âmbito da Fotografia de Natureza, procurando assim evitar-se a indução de perturbações em ninhos de aves mais sensíveis;
- Bom senso
.”


(Intencionalmente reservei para a ilustração deste último texto a foto de uma cria nidifuga de Borrelho-de-coleira-interrompida, símbolo máximo do Parque Natural Litoral Norte, obviamente já longe do ninho e que depressa se manifestou muito apta para o vital “jogo das escondidas”. Porque, apesar de tudo, a capacidade da vida se renovar constantemente me inspira esperança num futuro ecologicamente mais sustentável).



REFERÊNCIAS

Principais referências bibliográficas:
Guia de Campo das Aves de Portugal e da Europa” (1996)
Edição ‘Temas e Debates’
De John Gooders
Ilustrações Alan Harris

Aves de Portugal e da Europa” (1995)
Edição ‘Guias Fapas’
De Bertel Bruun, Hakan Delin e Lars Svensson
Ilustrações Arthur Singer e Dan Zetterstrom

Photographic Guide to the Birds of Britain & Europe” (1996)
Edição ‘Chancellor Press’
De Hakan Delin e Lars Svensson

À Descoberta das Aves de Portugal” (1997)
Edição ‘Lello Editores’
De Kevin e Christine Carlson

Atlas das Aves Nidificantes em Portugal” (2008)
Edição ‘Assírio & Alvim’
Do ICNB

Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal” (2008)
Edição ‘Assírio & Alvim’
Do ICNB


Principais referências na web:

http://www.oiseaux.net/

http://www.birdguides.com/

http://avesdeportugal.info/

http://www.indeks.pt/cantodepassaros/indexpt.htm/

http://www.spea.pt/

http://portal.icnb.pt/

sábado, 24 de outubro de 2009

ORNITOLOGIA (parte XXX)

OBSERVAÇÃO DE AVES
Estuário do Cávado


Aves Limícolas (conclusão)

Ordem Charadriiformes

Família Scolopacidae
(quinze espécies)
NOTA: Conforme referi nas duas últimas séries publicadas, devido à extensão da lista de aves desta Família a ocorrerem na área em estudo, dividi a sua apresentação por três fases. Termino com a terceira, constituída por cinco espécies pertencentes a três Géneros, o Tringa, o Actitis e o Arenaria.


Tringa erythropus (Perna-vermelha-escuro)

1 – (Estatuto de conservação) Vulnerável;
2 – (Quando observar) Em Novembro de 1999 surgiram dois indivíduos desta espécie no estuário onde se mantiveram até ao mês de Janeiro seguinte; desde então apenas foram detectados alguns espécimes isolados em migração pós-nupcial, ou seja, em Agosto, Setembro e Outubro (até ao ano de 2003);
3 – (Abundância) Raro; a SPEA atribuiu-lhe o estatuto de Invernante pouco comum e Migrador de Passagem comum;
4 – (Espécies parecidas) O Perna-vermelha, de dorso acastanhado, é muito parecido mas não é tão esbelto e, apesar do nome, nos períodos em que se encontra entre nós a plumagem da parte superior é cinzenta mais clara; por comparação fotográfica percebe-se perfeitamente o bico mais comprido e fino do P.-v.-escuro apenas com a mandíbula inferior vermelha, ao passo que no outro se nota com nitidez a base vermelha e a ponta escura;
5 – (Habitat e circunstâncias em que se observam) Os poucos indivíduos assinalados foram sempre encontrados no canal que atravessa o estuário desde as traseiras do Hotel do Pinhal até à Estalagem do Parque do Rio, percorrendo as margens lodosas e fazendo incursões água adentro de modo semelhante ao Perna-verde (ver fotos deste);
6 – (Tolerância à nossa presença) Parecem muito tímidos e, caso não houvesse um esconderijo montado na zona que frequentavam, julgo que nem a 50 metros de distância os teria observado;
7 – (Outros dados de interesse) Talvez devido à escassez das duas “visitas” a este estuário, não consta na Lista de Aves referenciadas para o Parque Natural Litoral Norte publicada no âmbito do respectivo Plano de Ordenamento.


Tringa totanus (Perna-vermelha)






































1 – A população nidificante está Criticamente em Perigo, mas os visitantes têm o estatuto de Pouco Preocupante;
2 – Migradores de Passagem pré e pós-nupciais e Invernantes ocasionais; estranhamente, até ao ano de 2001, eram observados alguns indivíduos errantes durante o mês de Junho;
3 – Pouco comuns nesta zona húmida em particular; a nível nacional a SPEA considera-os Invernantes e Migradores de Passagem abundantes;
4 – Considerar o que está mencionado em igual número da congénere anterior;
5 – Coincidentes com os Pernas-vermelhas-escuros também nas áreas que frequentam mas mesmo quando são vistos a caminharem pela água, fazem-no sempre muito junto à margem; ainda é vulgar encontrá-los em areais húmidos onde também se alimentam;
6 – Igualmente tímidos;
7 – Nada a acrescentar.


Tringa nebularia (Perna-verde)










































































1 – Vulnerável; está definida como espécie de conservação prioritária para o PNLN;
2 – Presentes neste estuário durante todo o ano mas principalmente nos meses de Inverno;
3 – Comuns mas nunca numerosos; a SPEA também os considera Invernantes e Migradores de Passagem comuns;
4 – Nenhuma outra espécie dificulta particularmente a identificação desta, apesar da sua silhueta ser semelhante à dos dois Pernas-vermelhas acima apresentados;
5 – Pouco gregários; são quase sempre encontrados isolados de outros da própria espécie mas não é raro serem acompanhados por um Maçarico-das-rochas, uma Tarambola-cinzenta ou em redor de um Guincho, por exemplo; pontuam por todo o estuário, sobretudo onde hajam águas rasas nas quais parecem “bailar” com elegância para trás e para diante em perseguição das suas minúsculas presas, por vezes com as asas abertas como as Garças-brancas-pequenas;
6 – Todas as aves do género Tringa são muito vocais quando percebem a nossa aproximação, ou seja, não se limitam a fugir quando pressentem o perigo, afastam-se fazendo ecoar por todo o estuário um alerta muito sonoro que põe todas as restantes “em sentido”; apesar disso e sendo também uma espécie relativamente cautelosa, por vezes os Pernas-verdes concentra-se de tal modo na cata do alimento que, se formos pacientes e discretos, parecem ignorar-nos;
7 – Ao terminar a apresentação do género Tringa, entendo que será interessante fazer-vos acompanhar-me num raciocínio que tive de concretizar quando registei a presença de um bando constituído por mais de dez aves todas iguais que descansavam no areal da restinga do Cávado numa tarde de Setembro em 1999 e que então identifiquei com sendo da espécie Tringa glareola (Maçarico-bastardo); nessa altura coloquei a mim próprio algumas reservas naquele reconhecimento em virtude destas raras limícolas serem muito parecidas com a Tringa ochropus (Maçarico-bique-bique) e a minha inexperiência aliada à modesta qualidade do equipamento óptico ao meu dispor não me permitirem adiantar muitas certezas; alguns dos apontamentos que então registei com toda a segurança foram os de que aquelas aves tinham o corpo de tamanho exactamente igual ao do muito familiar entre nós Maçarico-das-rochas (ver abaixo) mas, além das penas do dorso apresentarem um raiado branco, as suas patas amareladas eram maiores do que as deste; com esta descrição em mente, comparei os guias de aves de que dispunha e restaram-me três hipóteses possíveis de confusão: - a Seixoeira (cujas patas são mais curtas), o juvenil do Combatente (apesar deste ter o corpo maior e os seus tons castanho-claro não serem notados nas aves em análise) e, finalmente, o já mencionado M.-bique-bique (cujas patas são esverdeadas e escuras); desde então, sempre inclinado a confirmar a presença daquela espécie, aguardei por outros períodos migratórios para perceber se se repetiria o episódio, mas jamais isso voltou a suceder, restando-me, deste modo, uma pequena dúvida que em rigor não me permite atestar em absoluto a ocorrência desta espécie na região; o Maçarico-bastardo não consta no Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal (LVVP) nem na Lista de Aves referenciadas para o Parque Natural Litoral Norte mas está confirmado pela SPEA como Migrador de Passagem pouco comum.


Actitis hypoleucos (Maçarico-das-rochas)























































1 – Tanto a população residente como a visitante são Vulneráveis;
2 – São principalmente Invernantes mas também residentes pois são observados pelas margens do Cávado ao logo de todo o ano, contudo, além de se notar uma óbvia diminuição na época nupcial, entre Junho e Julho, nunca foram detectados indícios claros de reprodução nesta região;
3 – Nunca abundam nem formam bandos mas, como são aves conspícuas, tornam-se aparentemente vulgares; a SPEA considera-os Residentes comuns e Migradores de Passagem abundantes;
4 – De entre as espécies de ocorrência confirmada neste estuário nenhuma se assemelha a esta mas, ainda assim, devem ser consideradas as que estão referidas no número 7 da ave anterior; ver também a seguinte;
5 – Observa-se frequentemente a caminhar pelas margens do rio ou ali parada em cima de um pequeno calhau ou tronco a balançar constantemente a cabeça e a cauda para cima e para baixo; por vezes são vistos nas praias nomeadamente onde hajam rochedos ou algum quebra-mar; também surgem com muita regularidade nos cais das faixas ribeirinhas de Fão e de Esposende; bem distribuídos por todas estes locais;
6 – Sobretudo naquelas zonas mais urbanizadas aproximam-se de nós sem grandes cautelas (mas qualquer ave aprecia que sejamos discretos);
7 – À semelhança do que já referi com o Pilrito-comum, também é muito útil ter memória das dimensões desta ave tão familiar que assim pode servir-nos de espécie padrão quando comparamos no meio natural outras menos habituais por estas paragens.


Arenaria interpres (Rola-do-mar)













































































































1 – Pouco Preocupante;
2 – Sobretudo Migradora de Passagem pré-nupcial (Abril e Maio); apesar disso não deixa de ser vulgar o trânsito para sul de várias aves a partir de Agosto mas principalmente em Setembro; ainda há uma pequena população Invernante, pois, nos meses de Novembro até Janeiro, também é possível encontrarem-se alguns indivíduos no estuário mas nesta altura distribuem-se mais pelas praias marítimas;
3 – Comuns mas já houve anos (o Inverno de 2001, por exemplo) em que os seus bandos foram abundantes; a SPEA define-as como Invernantes comuns e Migradores de Passagem abundantes;
4 – Se as patas estiverem “mergulhadas” na água ou ocultadas por um qualquer obstáculo, poderá ocorrer a muito remota possibilidade do juvenil ou do adulto em plumagem de Inverno ser confundido com o Maçarico-das-rochas com o qual partilha um característico “babete” bem desenhado mas, com um mínimo de experiência, logo se dissiparão quaisquer dúvidas; para lá disso, e sobretudo em plumagem de Verão, é inconfundível;
5 – Incansável a percorrer as margens do Cávado, em particular a direita, onde não pára de revolver habilmente pedras, paus e algas acumuladas na linha das marés sob as quais cata pequenas presas; comporta-se de igual modo nas praias e não é raro ser encontrada nas marginais artificializadas de Fão e Esposende;
6 – Relativamente tolerantes à nossa aproximação e muito fotogénica em plumagem estival; é costume vê-las a menos de meia dúzia de metros de distância em perseguição dos “apanhadores de isca” a bisbilhotarem as covas deixadas abertas por estes (quase como as Garças-boieiras fazem em relação à passagem do gado ou dos tractores agrícolas);
7 – As duas últimas fotos correspondem a indivíduos em “traje” nupcial.


domingo, 18 de outubro de 2009

ORNITOLOGIA (parte XXIX)

OBSERVAÇÃO DE AVES
Estuário do Cávado


Aves Limícolas (continuação)


Ordem Charadriiformes

Família Scolopacidae
(quinze espécies)
NOTA: Conforme referi na última série publicada, devido à extensão da lista de aves desta Família a ocorrerem na área em estudo, dividi a sua apresentação por três fases. Segue-se a segunda com seis espécies pertencentes a quatro Géneros, o Philomachus, o Gallinago, o Limosa e o Numenius.



Philomachus pugnax (Combatente)



















1 – (Estatuto de conservação) Em Perigo; consta no anexo A-I da Directiva Aves;
2 – (Quando observar) Nos meses de Setembro entre os anos de 1998 e 2000 surgia um indivíduo isolado no estuário e posteriormente só voltou a ser registada a ocorrência de um par que permaneceu por cá alguns dias em Setembro de 2008 (na foto);
3 – (Abundância) Nada a acrescentar; a SPEA considera-os Invernantes raros e Migradores de Passagem comuns;
4 – (Espécies parecidas) A silhueta dos juvenis apresenta algumas semelhanças com a dos também raros Pilritos-de-bico-comprido, dos quais se distinguem principalmente pelo tamanho (nota-se que o Combatente é maior), ainda pela cor das patas e pela dimensão do bico (características apenas observáveis a curta distância); de entre outras espécies de ocorrência regular nesta região, ainda devemos ter alguma atenção às possibilidades de confusão com o Perna-vermelha e o Perna-verde (a apresentar na próxima série), ambos de patas também compridas e o corpo com um aspecto geral e tamanho similares, apesar das diferenças na postura; apenas nesta espécie se podem ver as penas dorsais a levantarem-se como na foto;
5 – (Habitat e circunstâncias em que se observam) Nas poucas presenças registadas neste estuário foram sempre encontrados em lodaçais a descoberto durante a vazante, nos três primeiros anos eram vistos ao longo da marginal do núcleo turístico de Ofir e, no último, pela estreita zona de influência das marés ao longo da zona ribeirinha de Fão entre o Cortinhal e a pousada da juventude;
6 – (Tolerância à nossa presença) Aparentemente, quanto maior é o porte das limícolas mais tímidas se tornam, todavia, no caso particular dos espécimes fotografados, não percebi que manifestassem grande perturbação com a minha aproximação;
7 – (Outros dados de interesse) No mundo das aves grande parte dos machos alterna as cores da sua plumagem mediante a época do ano em que se encontram; o mesmo sucede com muitas limícolas cujas penas adquirem tonalidades mais vistosas conforme nos aproximamos da época nupcial; no caso dos Combatentes essas alterações ainda são mais evidentes, pois desenvolvem penachos de cores variadas na cabeça e pelo pescoço, contudo, infelizmente, esse “espectáculo” só pode ser presenciado nas latitudes onde se reproduzem, mais a norte (não será impossível que num qualquer mês de Março ou Abril passe por aí um macho atrasado mas já devidamente trajado); também de salientar que os machos são substancialmente maiores que as companheiras.


Gallinago gallinago (Narceja)





































1 – A população reprodutora está Criticamente em Perigo, contudo os visitantes têm o estatuto de Pouco Preocupante, constando, aliás, na lista de espécies cinegéticas (caçadas entre 1 de Novembro e 21 de Fevereiro);
2 – Sobretudo Invernantes e Migradores de Passagem; um ou outro espécime pode ser encontrado pelas margens do Cávado ao longo de todo o ano, mas apenas começam a ser vistos em maior número a partir de finais de Agosto até Março ou Abril (raramente em Maio) até que quase deixam de ser avistados em Junho e Julho;
3 – Comuns, apesar de serem extremamente discretas; a SPEA atribui-lhes o estatuto de Invernantes e Migradores de Passagem abundantes e Residentes raros;
4 – Inconfundível com o seu bico desproporcionalmente comprido (ainda existe outra Narceja mais pequena que só muito raramente é encontrada no nosso País);
5 – Frequentam alguns terrenos agrícolas se estiverem alagados mas preferem o estuário que ocupam quase na totalidade; alimentam-se nos lodaçais e abrigam-se por toda a extensão das ervas altas do prado juncal onde são encontradas com maior regularidade; aqui só são detectadas quando, na iminência de serem calcadas, saltam como uma mola para um voo apressado em ziguezague como um míssil acompanhado de uma vocalização áspera e tão característica que facilmente identificamos a espécie sem ter necessidade de olharmos para a ave;
6 – Dificilmente se deixam avistar enquanto caminham ou se alimentam nas lamas do estuário ou nas terras de cultivo, pois têm o hábito de se esconderem quando pressentem o perigo e, além disso, a sua plumagem é muito eficaz a camuflá-las; nos raros encontros com a ave imóvel, esta mantém-se sempre aninhada junto ao solo não proporcionando boas condições para a fotografarmos com sucesso;
7 – Nada a acrescentar.


Limosa limosa (Maçarico-de-bico-direito)





























































1 – Pouco Preocupante;
2 – Migradores de Passagem; partem para norte desde Fevereiro até Abril e regressam em trânsito para o sul do nosso País em Setembro mantendo-se por cá alguns indivíduos até meados de Novembro;
3 – Geralmente comum; enquanto nalguns anos podem ser avistados bandos numerosos, noutros apenas são encontrados alguns espécimes isolados; a SPEA considera-os Invernantes e Migradores de Passagem abundantes;
4 – Em plumagem de Inverno são muito parecidos com os Fuselos dos quais se distinguem em vários aspectos mas, nos casos em que a ave permanece pousada, são quase imperceptíveis mesmo se analisados a uma distância de poucas dezenas de metros; de qualquer forma, em voo, o Maçarico-de-bico-direito exibe uma distintiva barra preta larga na ponta da cauda e barras alares brancas bem visíveis, emprestando-lhe um aspecto geral mais colorido; na plumagem nupcial, com a cabeça e o pescoço “tingidos” de ruivo e o ventre branco, detectável nalguns indivíduos mais atrasados em Abril, torna-se mais fácil diferenciá-los dos Fuselos que nessa altura já apresentam toda a parte inferior do corpo arruivada (ver nesta espécie, já a seguir, a 4ª. imagem);
5 – São incansáveis a perscrutarem os lodaçais do estuário com o bico “gigante” que fazem penetrar profundamente na lama à procura de alimento; as grandes dimensões do corpo e o bico e as pernas compridas fazem com que sejam encontrados sem dificuldade, nomeadamente na margem direita a jusante da ponte de ferro até aos antigos estaleiros, entre canais no sapal ou ainda no lodaçal sob o miradouro da restinga;
6 – Típica ave pernalta muito prudente e sempre alerta que quase nunca permite aproximações inferiores a 20 metros; as dimensões destas aves e o costume que têm de palmilharem as águas rasas junto à margem, favorece quem pretenda fotografá-las;
7 – Nada a acrescentar.


Limosa lapponica (Fuselo)









































































1 – Pouco Preocupante, mas consta no anexo A-I da Directiva Aves; está definida como espécie de conservação prioritária para o Parque Natural do Litoral Norte;
2 – Migradores de Passagem; as datas de ocorrência nesta região coincidem com as do congénere anterior; também pode ser encontrado neste estuário um ou outro indivíduo errante no decorrer dos meses de Inverno;
3 – Comum mas notoriamente mais abundante que o Maçarico-de-bico-direito; por sua vez a SPEA classifica-os como Invernantes e Migradores de Passagem (apenas) comuns (note-se que a outra Limosa é tida por esta organização como abundante, ou seja, numa primeira análise os dados nacionais parecem surgir invertidos em relação à realidade regional);
4 – Ver igual número da ave anterior; quando ambas as espécies se juntam pode notar-se que o Fuselo é ligeiramente mais pequeno;
5 – São avistados em circunstâncias idênticas às da mesma congénere com quem também partilha o habitat;
6 – Comportamento semelhante ao do Maçarico-de-bico-direito;
7 – Não é raro encontrar qualquer uma destas Limosas a formarem bandos mistos com outras limícolas mais pequenas.


Numenius phaeopus (Maçarico-galego)





































1 – Vulnerável;
2 – São principalmente Migradores de Passagem mas também Invernantes; os grandes bandos em trânsito para norte surgem em particular durante os meses de Abril e Maio e regressam para o sul no decorrer de Setembro, por vezes ainda antes em Agosto e mesmo em Julho; o número de indivíduos que se mantêm por esta zona húmida durante os meses de Inverno é muito reduzido;
3 – Comum nos dois períodos migratórios anuais; a SPEA considera-os Invernantes raros e Migradores de Passagem comuns;
4 – Nas observações de campo não é fácil distingui-los dos Maçaricos-reais que são maiores (para perceber esta diferença seria necessário que surgissem dois ou mais indivíduos de ambas as espécies lado a lado, o que nunca presenciei em mais de vinte épocas migratórias); ainda podem ser distinguidos analisando o tamanho do bico, contudo, é através da verificação da presença de listas ao longo da coroa, no M.-galego, ou a ausência dessa característica, no M.-real (ver as imagens) que se torna mais fácil a tarefa de identificar a espécie (nos casos em que for possível o registo fotográfico este método é quase infalível);
5 – Servem-se das margens, dos lodaçais e dos areais abundantes neste estuário para descansarem e restabelecerem forças nas suas longas odisseias entre o norte da Europa e o continente africano; aparentemente não se demoram muitos dias na região mas os seus bandos, por vezes bem compostos, sucedem-se uns após os outros durante várias semanas, anunciando a passagem com sonoras vocalizações características (trinados ou gorjeios) que emitem enquanto sobrevoam o rio e as praias à procura de pouso ou refúgio; apesar de também estarem “equipados” com grandes bicos, não sondam tão freneticamente as lamas mais profundas como as duas espécies anteriormente apresentadas, optando sobretudo por usufruírem do tempo para repousarem;
6 – Muito prudentes, raramente permitem aproximações inferiores a uns seguros 20 metros, mas são aves elegantes e de tamanho considerável que nos podem proporcionar alguns registos fotográficos interessantes;
7 – Relativamente à ave acima apresentada em grande plano, deve ser referido que nesta espécie é mais vulgar o bico ser mais comprido do que o deste exemplar, aliás, tal já se nota na imagem das duas silhuetas em voo.


Numenius arquata (Maçarico-real)





































1 – Pouco Preocupante;
2 – Migradores de Passagem e Invernantes ocasionais;
3 – Neste estuário é muito mais escasso que o M.-galego, apesar de serem considerados pela SPEA como Migradores de Passagem e Invernantes comuns; é possível que o número de registos da sua ocorrência nesta zona húmida esteja ligeiramente subestimado devido à possibilidade de serem confundidos com os congéneres anteriores;
4 – Ver igual número do M.-galego;
5 – Também são semelhantes ao outro Numenius no comportamento e na escolha do habitat, contudo, ao contrário dos M.-galegos, que são muitas vezes encontrados em bandos, os M.-reais tem sido sempre observados isolados ou aos pares;
6 – É claramente a ave limícola de compleição mais pesada, com o corpo a atingir quase o tamanho das vulgares gaivotas mas com as patas muito mais compridas; estas características, aliadas ao enorme bico, tornam-na uma ave distinta e fácil de notar; assim, apesar de serem pouco tolerantes à nossa presença, com maior ou menor aproximação, a grande dimensão da ave apresenta-se sempre como um factor favorável a quem pretenda fotografá-la;
7 – Nada a acrescentar.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

ORNITOLOGIA (2ª. Emenda)

OBSERVAÇÃO DE AVES
Estuário do Cávado



Com o registo de muitas “visitas” sempre aguardadas pelos observadores de aves, algumas habituais mas outras mais inesperadas, lá terminou mais um emocionante mês de Setembro que também já começou a trazer-nos de regresso a avifauna que encontra o necessário acolhimento na “mesa farta” deste estuário e na amenidade do nosso Inverno.

Desta vez, durante as muitas (e “obrigatórias”) saídas de campo pelas margens ou em pleno estuário para acompanhar os movimentos migratórios em curso, dirigi especial atenção para a recolha de imagens que ilustrassem os representantes das limícolas, mas também não pude deixar de aproveitar as circunstâncias para registar outros factos mais relevantes.

Apesar de não terem sido “descobertas” novas espécies desde a última emenda, em «Novos Dados», será feita referência ao reaparecimento de um dos maiores símbolos da nossa avifauna e também será salientada a primeira observação de outra ave, já registada nos limites do Parque Natural, mas nunca nas margens do estuário. Também serão agora publicadas imagens (muito modestas) de quatro espécies que já foram apresentadas mas sem qualquer fotografia a acompanhá-las, outras que apenas vêm melhorar a qualidade das anteriores ou mostrarem detalhes que importa evidenciar e, por fim, e mais uma vez, fotos de duas espécies com indícios de terem nidificado na região.



NOVOS DADOS


Pandion haliaetus (Águia-pesqueira)






































Aqui lembro que (em 15 de Março) quando apresentei esta ave, referi que neste estuário a espécie estava apenas representada, salvo duas excepções muito pontuais e datadas de 2001 e 2003, por apenas um indivíduo invernante que tinha deixado de ser observado no Cávado desde 2007, terminando o respectivo texto com uma advertência para a possibilidade de jamais voltarmos a vê-lo por cá. Nas últimas datas em que foi avistada anotei que, ao contrário do que se tinha verificado nos anos anteriores, a ave fracassava sucessivamente as suas tentativas para capturar as presas (peixe) e, não tendo conhecimento sobre a longevidade da espécie, coloquei a hipótese de tal facto poder estar relacionado com a idade adiantada do animal (já era visto na região, pelo menos, desde 1998) e que isso lhe estaria a diminuir as aptidões. Assim, com a própria sobrevivência em risco, admiti o seu desaparecimento.

Em 18 de Setembro último, como era habitual, pouco antes do final da manhã, eis que toda a avifauna do estuário levantou voo. Desde a margem esquerda, próximo da Pousada da Juventude em Fão, peguei nos binóculos e tentei perceber, por entre os milhares de pontinhos concentrados nas alturas, qual o motivo de tal agitação. Não havia como enganar: - a “nossa” Águia-pesqueira tinha regressado! Desde então, praticamente montei vigília ao estuário colocando-me diariamente próximo da ponte de ferro por onde a águia passava impreterivelmente quando voltava dos planos de água entre o sapal. Mas os dias passavam e aquela visão teimava em não repetir-se, até que no dia 24, pelas 11.30 horas, ali estava ela de novo, imponente e ao alcance da modesta lente da minha máquina fotográfica.
(Apresentação da espécie na Parte VIII.)


Cuculus canorus (Cuco)



















Embora esteja indicada em toda a literatura como uma ave eclética, frequentadora de vários tipos de habitats, no concelho de Esposende nunca tinha registado a sua presença fora dos perímetros florestais ou agro-florestais. Assim, entendo que deve ser assinalada a observação do indivíduo representado na foto (*) obtida na margem direita do estuário pousado numa estaca sobre as águas do Cávado.
( * Apesar da desastrosa qualidade do registo fotográfico, optei por fazê-lo acompanhar estas palavras em virtude da apresentação da espécie, na Parte XV, não ter sido ilustrada. Como quase se percebe, esta imagem foi colhida às 07.45 horas com os primeiros raios de sol a incidirem na face oposta desta ave “sui generis” – dia 21 de Setembro de 2009.)



OUTRAS ESPÉCIES JÁ ENUNCIADAS CUJA APRESENTAÇÃO NÃO FOI ILUSTRADA COM FOTOGRAFIAS


Tyto alba (Coruja-das-torres)



















A óbvia dificuldade em fotografar estas aves (e as suas congéneres nocturnas) justificou uma das duas excepções para que, na respectiva apresentação, esta espécie não fosse acompanhada por uma fotografia, mas antes por uma bela ilustração desenhada pela Sofia.
De qualquer modo, alguns espécimes (pelo menos dois) têm feito incursões diárias na malha urbana de Fão, nomeadamente num espaço arborizado que serve de dormitório a centenas de estorninhos e num campo agrícola adjacente que se estende até ao rio (em torno da Alameda do Bom Jesus). Assim, julgo que com alguma atenção, paciência, persistência e uma boa dose de sorte, serão possíveis muito melhores resultados do que aquele que aqui apresento.
Fica o desafio.
(Apresentação da espécie sem foto na Parte XIV.)


Jynx torquilla (Torcicolo)






































No dia anterior a estes dois míseros registos, supostamente esta mesma ave “posou” para mim a cerca de três metros de distância, bem exposta, demoradamente e com uma luz muito favorável, mas os meus binóculos, único equipamento óptico de que dispunha, ainda não estão equipados com obturador. Depois, no dia 13 de Setembro, já só foi possível encontrar o indivíduo numa atitude bastante mais prudente ao longo da ribeira entre o Cais do Caldeirão e a Pousada da Juventude em Fão.
Saliente-se ainda que não era por mim avistado no estuário qualquer representante desta espécie já desde o longínquo ano de 2003.
(Apresentação da espécie sem foto na Parte XVI.)


Saxicola rubetra (Cartaxo-do-norte)





































Apesar da SPEA a considerar uma ave estival rara em Portugal, aponta-a como migradora de passagem comum. Assim, e tendo sido muito escassos os registos da sua passagem pelo estuário propriamente dito, em Setembro deste ano optei por procurar estas aves em zonas mais próximas de terrenos de cultivo, nomeadamente pela vala que acompanha o Cávado ao longo dos campos das Pedreiras em Fão e na margem oposta pelos terrenos agrícolas a jusante da ponte de ferro até aos antigos estaleiros de Esposende. Tanto na primeira zona como na segunda, mas particularmente nesta, foi possível perceber que, de facto, os efectivos que por aqui passam nesta altura do ano não são tão reduzidos como referi no texto de apresentação desta espécie.
Aproveitei também para testar as indicações de que estas aves, à semelhança do Cartaxo-comum e de outros congéneres mais próximos, regressam repetidamente ao mesmo poleiro após as breves investidas na direcção do solo onde se alimentam de insectos. Além da confirmação, a experiência ainda resultou em várias fotografias de qualidade razoável, nas quais incluo estas duas e as do Chasco-cinzento (mais abaixo), obtidas praticamente no mesmo local a partir do interior do meu automóvel que coloquei estrategicamente a servir de esconderijo.
De referir ainda que vários “primos” destes, os Piscos-de-peitos-azul, também se demoraram por ali mas com muito menor ousadia.
(Apresentação da espécie sem foto na Parte XIX.)



ESPÉCIES JÁ ENUNCIADAS CUJA APRESENTAÇÃO FOI ILUSTRADA DEFICIENTEMENTE


Alcedo atthis (Guarda-rios)





























































Este tornou-se quase num ritual iniciático obrigatório no seio dos fotógrafos da natureza amadores. Atrevo-me a dizer que quase deixará de poder ser tratado como tal aquele que não tenha no mínimo um registo razoável desta a quem podemos chamar como a mais fotogénica e exuberante das aves e que na minha terra é mais conhecida pelo sugestivo nome de ‘Pica-peixe’.
Assim, com os primeiros dias de Setembro a trazê-los das zonas de reprodução mais recônditas, finalmente cedi. Fascinado pelos excelentes resultados obtidos por vários amigos destas coisas, segui-lhes os passos e lá aperfeiçoei o meu esconderijo de longa data onde me dispus a permanecer quase imóvel durante o tempo de espera que fosse preciso. E foram precisas quase três longas e pacientes horas para poder experimentar a inebriante sensação de fitar estas pérolas cintilantemente coloridas a menos de dois metros de distância durante mais do que um demorado e proveitoso minuto – inenarrável!
(Apresentação da espécie na Parte XV.)


Oenanthe oenanthe (Chasco-cinzento)























































Na minha humilde opinião as duas imagens (obtidas em Abril de 2009) que acompanham a apresentação desta espécie (em 27 de Junho) não estão mal conseguidas, aliás ambas exibem com relativa nitidez o “manto” acinzentado pelo dorso da ave, prenúncio da aproximação da época reprodutora. Com a exposição destas três fotos (de Setembro último), além de pretender ilustrar a particularidade a que me referi nesta emenda no Cartaxo-do-norte (acima), tenho a intenção de mostrar a ave noutras perspectivas e, acima de tudo, com outra “roupa”, ou seja, a parte superior com a cor arruivada própria da ave em plumagem de Inverno, bem distinta das primeiras. Deste modo, e dirigindo-me em especial aos menos familiarizados com a observação da avifauna, assinalo que, tanto nesta como em muitas outras espécies, as mesmas aves podem apresentar características diferentes conforme a época do ano em que são encontradas, pelo que na escolha de um bom guia de campo deveremos ter sempre este aspecto em consideração.
(Ver comparação na apresentação da espécie na Parte XIX.)


Phylloscopus trochilus (Felosa-musical)























































Além da fotografia que acompanhou a apresentação desta espécie (em 6 de Julho) não estar bem conseguida em termos estéticos, também não é reveladora de alguns detalhes importantes para a sua identificação que, como disse então, não é muito fácil de concretizar. Assim, depois de no passado mês de Setembro ter conseguido registar com muitas fotografias a passagem pelo Cávado de diversos bandos bem compostos destas aves, seleccionei estas três para, analisando as imagens, focar a atenção em alguns pormenores exclusivos e importantes na determinação da espécie, a saber: - logo na primeira foto que, pela intensidade da cor amarela no peito e no ventre, mostra-nos um juvenil, note-se a lista supraciliar (sobre o olho) tão evidente (enquanto na muito parecida Felosa-comum essa marca raramente passa para trás do olho e é, em regra, mais discreta); - depois, nas outras duas imagens, repare-se na tonalidade alaranjada das patas claras (ao passo que na outra congénere as patas são quase sempre negras ou mais escuras).
(Apresentação da espécie na Parte XX.)



ESPÉCIES COM FORTES INDÍCIOS DE TEREM NIDIFICADO NA REGIÃO NA ÚLTIMA ÉPOCA NESTA REGIÃO


Aix sponsa (Pato-carolino)





































Depois de no Verão de 2006 ter sido detectada a presença de um juvenil desta espécie exótica na estreita linha de água entre o Cais do Caldeirão e a Pousada da Juventude em Fão, assinalo desta vez com mais fotos a repetição da observação em Setembro de 2009.
(Não devem ser retiradas daqui conclusões precipitadas).
(Consultar o que está referido na apresentação da espécie em 7 de Março e considerar a hipótese de fuga ao cativeiro).
(Apresentação da espécie na Parte VII.)


Buteo buteo (Águia-de-asa-redonda)










































































Quando apresentei um outro estudo por mim desenvolvido sobre as aves desta região, subordinado ao tema da Nidificação (em 2008), referi que, pelos indícios detectados até então neste concelho, esta espécie seria apenas «provavelmente nidificante» nas encostas dos Montes de Faro e de S. Lourenço e também nalgumas áreas florestais de maior dimensão.
Se querer, por precaução, adiantar-me muito nesta matéria, posso acrescentar que, seguindo a mesma metodologia usada para a elaboração do último Atlas das Aves Nidificantes em Portugal, entretanto foram detectadas novas evidências da reprodução desta espécie num local muito próximo do estuário do Cávado.
(Parâmetro 15 – Ave adulta a sair de local onde existe um ninho (ninhos em sítios altos ou em buracos de conteúdo de difícil observação, ou a incubar).
(Apresentação da espécie na Parte VIII.)