sexta-feira, 29 de abril de 2011

“DIA DO ANJO 2011”


















A bem intencionada Junta de Freguesia de Fão quis promover o regresso das centenas de energúmenos que tinham o hábito de passarem a Segunda-feira de Páscoa a destruírem as dunas e as matas locais.

Terá sido piada de mau gosto?


 

quarta-feira, 27 de abril de 2011

EXPEDIÇÃO AOS ANFÍBIOS DO PNLN

Anfíbios dos charcos e das depressões húmidas dos sistemas dunares do Parque Natural do Litoral Norte (PNLN)


No âmbito do workshop «Anfíbios do Parque Natural do Litoral Norte» - mais uma excelente iniciativa do projecto “Litoral Norte Birds”, de Carlos Palma Rio (ver mais aqui) – no último mês tive o privilégio de acompanhar o investigador Vasco Flores Cruz (CIBIO, Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos da Universidade do Porto) numa visita nocturna às depressões húmidas interdunares do litoral de Esposende, designadamente as de Belinho e as de Fão.

Conforme faço nas minhas jornadas de observação de aves no estuário do Cávado, também durante esta actividade levei o meu caderno de campo, no qual registei:


«19 de Março de 2011,
20.00 – 22.00 horas,
tempo seco com céu limpo e Lua cheia,
dia com vento moderado que abrandou à noite,
temperaturas amenas mas com notado arrefecimento nocturno


Belinho – Depressão húmida junto ao caminho agrícola

ESPÉCIES IDENTIFICADAS

LARVAS
- Salamandra-de-costelas-salientes (Pleurodeles waltl)
- Sapo-parteiro (Alytes obstetricans)
- Sapo-de-unha-negra (Pelobates cultripes)

ADULTOS
- Rela-comum (Hyla arborea)



















 - Sapinho-de-verrugas-verdes (Pelodytes punctatus) 
  


















- Salamandra-de-costelas-salientes (Pleurodeles waltl)




























Belinho – Depressão húmida interdunar

ESPÉCIES IDENTIFICADAS

POSTURAS
- Salamandra-de-costelas-salientes (Pleurodeles waltl)

LARVAS
- Salamandra-de-costelas-salientes (Pleurodeles waltl)
- Sapo-de-unha-negra (Pelobates cultripes)




















Fão – Charco não natural na mata dunar do Fagil

ESPÉCIES IDENTIFICADAS

LARVAS e ADULTOS
- Salamandra-de-costelas-salientes (Pleurodeles waltl)
- Tritão-palmado (Triturus helveticus)






















Fão – Depressão húmida interdunar do Fagil

ESPÉCIES IDENTIFICADAS

LARVAS
- Salamandra-de-pintas-amarelas (Salamandra salamandra)

ADULTOS
- Salamandra-de-costelas-salientes (Pleurodeles waltl)



















- Tritão-marmorado (Triturus marmoratus)»











































Ora, estes registos, assim apresentados, nada revelam de surpreendente ao comum dos cidadãos que, tal como eu, está pouco familiarizado com a ecologia destas “estranhas” criaturas que a comunidade científica chama de herpetofauna. Assim, contagiado pelo entusiasmo bem evidenciado nos largos sorrisos do nosso “cicerone” (fotos 5 e 6), que apresentava aqueles resultados como muito relevantes, sobretudo no que se refere à distribuição territorial de algumas das espécies descobertas, prolonguei a pesquisa de campo à bibliografia disponível nas prateleiras cá de casa, a saber:


- ATLAS DOS ANFÍBIOS E RÉPTEIS DE PORTUGAL. Loureiro, A., Ferrand de Almeida, N., Carretero, M.A. & Paulo, O.S. (Coords.). Esfera do Caos Editores, Lisboa (2010); (a seguir apresentado simplesmente como “Atlas”)

- Guias Fapas ANFÍBIOS E RÉPTEIS DE PORTUGAL. Ferrand de Almeida, N., Ferrand de Almeida, P., Gonçalves, H., Sequeira, F., Teixeira, J. & Ferrand de Almeida, F. (autores). FAPAS, Porto (2001); (a seguir apresentado simplesmente como “Guia”)

- Guia Fotográfico Quercus ANFÍBIOS DE PORTUGAL. Caldas, A., Quercus ANCN (Outubro de 2010). (a seguir apresentado simplesmente como “Guia Fotográfico”)

- LIVRO VERMELHO DOS VERTEBRADOS DE PORTUGAL — Peixes Dulciaquícolas e Migradores, Anfíbios, Répteis, Aves e Mamíferos. Cabral MJ (Coord.), Almeida J, Almeida PR, Dellinger T, Ferrand de Almeida N, Oliveira ME, Palmeirim JM, Queiroz AI, Rogado L & Santos-Reis M (eds.) (2006). 2ª. ed. Instituto da Conservação da Natureza/Assírio & Alvim. (Lisboa) (a seguir apresentado simplesmente como “Livro Vermelho”)


Atentem, então, à síntese da informação até agora publicada sobre a distribuição global e nacional e estatuto de conservação das populações nacionais de cada uma das espécies identificadas nesta expedição:


Salamandra-de-costelas-salientes (Pleurodeles waltl)

DISTRIBUIÇÃO GLOBAL – “… dois terços meridionais da Península Ibérica e o Noroeste de Marrocos… o seu limite Norocidental situa-se na bacia do rio Ave …” (Atlas).

DISTRIBUIÇÃO NACIONAL – “Ocorre de forma quase contínua na metade meridional, onde é muito abundante, e estende para norte pelo litoral, e pelas zonas mais continentais do interior, … O seu limite Norocidental, indicado em estudos anteriores, correspondia ao rio Mondego (Godinho e tal., 1999, Montori & Herrero, 2004). No entanto, publicações recentes e prospecções realizadas no âmbito deste projecto, deslocaram aquele limite cerca 150 km para norte, até à região do Mindelo e Póvoa de Varzim, na bacia do rio Ave (Malkmus, 1999c)” (Atlas); “… Existem registos da sua ocorrência ao longo da costa até ao Mindelo, mas a forte pressão urbanística exercida nas últimas décadas no litoral parece ter extinguido as populações costeiras a norte do rio Douro.” (Guia). Durante a palestra, o próprio Vasco Flores Cruz referiu-se a uma recente pesquisa da sua colega bióloga Cátia Matos que surpreendentemente alegava ter localizado larvas desta espécie nos limites do PNLN (informação não publicada).

ESTATUTO DE CONSERVAÇÃO – “Pouco Preocupante” (Livro Vermelho); “… No entanto, nas últimas décadas, a perda de habitat, a introdução do lagostim-vermelho-do-Louisiana (Procambarus clarkii), o abandono das actividades tradicionais e a expansão urbanística têm vindo a causar a regressão das suas populações em muitas regiões. Cruz et al. (2006) referem que a presença de peixes exóticos e do lagostim-vermelho-do-Louisiana afectam negativamente a capacidade reprodutora de P. waltl em massas de água permanentes e temporárias por se alimentarem de ovos, larvas e adultos, chegando a causar extinções locais … a intensificação da frequência dos incêndios florestais nos últimos anos pode provocar uma redução substancial das populações…” (Atlas).


Salamandra-de-pintas-amarelas (Salamandra salamandra)

DISTRIBUIÇÃO GLOBAL – “… restrita ao território europeu. Ocorre nas regiões do Centro e Sul da Europa, rareando para Norte e para Leste …” (Atlas).

DISTRIBUIÇÃO NACIONAL – “… pode ser encontrada desde o nível do mar até ao planalto da Serra da Estrela. Atinge as maiores densidades nas zonas montanhosas a norte do rio Tejo … e só está ausente das zonas agrícolas do Baixo Alentejo…” (Atlas).

ESTATUTO DE CONSERVAÇÃO – “Pouco Preocupante” (Livro Vermelho).


Tritão-palmado (Triturus helveticus)

DISTRIBUIÇÃO GLOBAL – “… desde o oeste de Portugal até ao extremo ocidental da República Checa. As suas populações estão distribuídas na Alemanha Ocidental, Sul da Holanda, Norte de Espanha, Norte de Portugal, na maior parte de França, Bélgica, Suíça, Luxemburgo, Andorra e Reino Unido …” (Atlas).

DISTRIBUIÇÃO NACIONAL – “A sua distribuição está limitada ao quadrante Noroeste, onde apresenta populações dispersas e pouco abundantes… a menos de 100 km da linha de costa, embora mais de metade ocorra a menos de 40 km do mar … Estende-se ao longo da bacia do rio Minho, desde a costa até às Serras da Peneda-Gerês, e desse ponto para sul, sobretudo nas depressões costeiras até ao sul de Aveiro. Existem, ainda, populações nas Serras da Lousã e do Buçaco, e em Góis…” (Atlas).

ESTATUTO DE CONSERVAÇÃO – “Vulnerável. Admite-se que apresente fragmentação elevada e um declínio continuado da área de ocupação, da qualidade do habitat, do número de localizações e do número de indivíduos maduros … ocorre no Noroeste e Centro do País (Ferrand de Almeida et al. 2001), ocupando cerca de 3% do território nacional. As populações portuguesas de tritão-palmado encontram-se no limite sul da distribuição da espécie … julga-se que o número de indivíduos maduros se situará entre os 2000 e 4000 …” (Livro Vermelho). “… em Portugal, T. helveticus se encontra em clara regressão. … O problema mais importante é, sem dúvida, a destruição ou alteração de locais de reprodução, tanto por abandono de práticas agrícolas tradicionais como pelo uso continuado de produtos agro-químicos que alteram as condições do meio aquático. Outros factores importantes são o desenvolvimento urbanístico e industrial nas áreas costeiras, precisamente nos locais onde a espécie exibe as populações mais abundantes, e a alteração dos níveis freáticos devido à extracção de água … “ (Atlas).


Tritão-marmorado (Triturus marmoratus)

DISTRIBUIÇÃO GLOBAL – Não querendo, por agora, imiscuir-me na discussão sobre a existência de duas subespécies ou de duas espécies de tritões-marmorados, cito apenas o Guia “Distribui-se pela Península Ibérica e Sul de França. …”.

DISTRIBUIÇÃO NACIONAL – “… Em Portugal ocorre em todo o país” (Guia).

ESTATUTO DE CONSERVAÇÃO – “Pouco Preocupante” (Livro Vermelho), apesar do Atlas identificar alguns factores que estão a contribuir para o declínio das suas populações.


Sapo-parteiro (Alytes obstetricans)

DISTRIBUIÇÃO GLOBAL – “Espécie presente em Portugal, Espanha, França, Luxemburgo, Holanda, Bélgica, Alemanha e Suíça (Grossenbacher, 1997). Na Península Ibérica encontra-se em grande parte da metade setentrional…” (Atlas). “Presente no Norte de Marrocos, …” (Guia)

DISTRIBUIÇÃO NACIONAL – “Em Portugal, esta espécie apresenta uma distribuição praticamente contínua em toda a região norte e centro do país até ao rio Tejo, com excepção de uma pequena franja litoral, que se estende desde o Baixo Vouga até Sintra, onde apresenta uma distribuição pontual e fragmentada. A sul do rio Tejo, está presente apenas na Serra de S. Mamede. …” (Atlas).

ESTATUTO DE CONSERVAÇÃO – “Pouco Preocupante” (Livro Vermelho). “A crescente pressão urbanística, principalmente no litoral, e a poluição e destruição de charcos e ribeiros, tem vindo a reduzir e fragmentar as áreas de ocorrência desta espécie. …” (Atlas)


Sapinho-de-verrugas-verdes (Pelodytes punctatus)

DISTRIBUIÇÃO GLOBAL – Também neste género se discutiu até há bem pouco tempo a existência (ou não) de duas espécies distintas, mas neste caso a divisão em duas é bem mais pacífica e não restarão dúvidas de que as populações que ocorrem na nossa região pertencem a esta espécie. “… foi descrita no Norte de França, país onde está amplamente distribuída (Le Garff,1989). Encontra-se, ainda, no Noroeste de Itália (Sindaco & Andreone, 1988) e em largas áreas da Península Ibérica …” (Atlas).

DISTRIBUIÇÃO NACIONAL – “… Em Portugal ocorre principalmente no Sul, Centro e costa atlântica até Vila do Conde” (Guia). “… No país, o género Pelodytes distribui-se fragmentadamente por quase toda a área abaixo do rio Tejo e estende-se para o norte numa faixa larga que se vai estreitando até à região de Esposende” (Guia Fotográfico)

ESTATUTO DE CONSERVAÇÃO – Género Pelodytes “Não avaliado” (Livro Vermelho). “… as populações localizadas a norte do rio Tejo poderiam estar ameaçadas pela destruição dos habitats associada à crescente urbanização” (Atlas)


Sapo-de-unha-negra (Pelobates cultripes)

DISTRIBUIÇÃO GLOBAL – “… circunscrita à Península Ibérica, com excepção da Cordilheira Cantábrica e dos Pirinéus, e às regiões litorais mediterrânica e ocidental de França (García-Paris e tal., 2004). …” (Atlas)

DISTRIBUIÇÃO NACIONAL – “Em Portugal, esta espécie apresenta uma distribuição praticamente contínua a sul do rio Tejo. A norte deste rio, apresenta uma distribuição mais fragmentada, praticamente limitada a uma estreita faixa litoral ao longo do sistema dunar, e a outra, junto à fronteira com Espanha. As populações do Minho parecem apresentar maior fragmentação e isolamento em relação a outras populações portuguesas, e estão mais próximas das populações do Sul da Galiza. …” (Atlas). “… Encontra-se, também, ao longo da costa até Vila do Conde…” (Guia).

ESTATUTO DE CONSERVAÇÃO – “Pouco Preocupante” (Livro Vermelho). “… é uma espécie muito vulnerável a atropelamentos em estradas que interrompem rotas de migração em habitats favoráveis …” (Atlas). Na Caracterização Biológica do PNLN este é o segundo anfíbio com maior Valoração Ecológica das Espécies, logo a seguir à Rã-de-focinho-pontiagudo (não identificada nesta expedição).


Rela-comum (Hyla arborea)

DISTRIBUIÇÃO GLOBAL – “Encontra-se distribuída por toda a Europa (com excepção da Irlanda, Grã-Bretanha, Noruega, Finlândia e grande parte da Suécia), na zona compreendida entre os mares Negro e Cáspio, e na Ásia Menor. …” (Guia).

DISTRIBUIÇÃO NACIONAL – “… Em Portugal, distribui-se por quase todo o território em núcleos populacionais fragmentados, com excepção do sudoeste, onde é geralmente substituída pela sua congénere H. meridionalis.” (Guia)

ESTATUTO DE CONSERVAÇÃO – “Pouco Preocupante” (Livro Vermelho). “… a espécie foi classificada em Espanha com o estatuto de «Quase Ameaçada» (Marquez, 2002). Em Portugal… podem existir populações localmente em declínio … em particular nos isolados populacionais do Douro Litoral e do Minho, áreas de crescente urbanização. …” (Atlas)



AS ESPÉCIES ECOLOGICAMENTE MAIS VALIOSAS ESTÃO APRESENTADAS A VERMELHO



CONCLUSÃO

Presto aqui a minha homenagem ao exemplo do trabalho de campo e do projecto de divulgação da cultura científica do Vasco Flores Cruz que representa uma das ainda poucas mas felizes excepções entre os seus pares, muito confinados às cadeiras dos laboratórios e aos corredores das universidades.

Mas mais do que nos lamentarmos, pois apesar de tudo têm vindo a ser criados alguns projectos de excelência nesta área em Portugal, sobretudo para as comunidades juvenis ou escolares, compete-nos também a nós, público em geral ou simples “naturalistas amadores”, participarmos com maior frequência neste tipo de iniciativas e, assim, demonstrarmos à comunidade científica que estamos à sua espera e que queremos aprender com eles.

Espero, por fim, que este testemunho, onde se salienta a obtenção de novos e relevantes dados para a Ciência numa mera saída de campo recreativa – a saber, a deslocação do limite setentrional absoluto no território nacional para a espécie Pelodytes punctatus e do limite setentrional na faixa litoral para a Pleurodeles waltl – sirva de estímulo para que muitos outros investigadores ou instituições científicas desenvolvam mais projectos de educação ambiental junto das nossas populações.






sexta-feira, 22 de abril de 2011

OBSERVAÇÃO DE AVES (MARÇO 2011)

Lista anotada e ilustrada das aves observadas no Estuário do Cávado e habitats envolventes

(as ocorrências mais relevantes serão assinaladas a negrito)
(anotações a azul)
(as ilustrações seguem-se ao nome a que correspondem)
(para ver a foto com um pouco mais de detalhe clique em cima da imagem)


ESPÉCIES COM POPULAÇÕES EM ESTADO SELVAGEM


Ordem Anseriformes

Família Anatidae

Anas penelope (Piadeira)chegou um lindo macho no dia 16

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Anas crecca (Marrequinho) – notado decréscimo ao longo de todo o mês até que no dia 24 não foi avistado qualquer indivíduo

Anas platyrhynchos (Pato-real) – notado um acentuado decréscimo ao longo de todo o mês das populações genuinamente selvagens; entre as que se restaram por cá já se verificaram comportamentos próprios da época de reprodução; apesar de não parecer, apresenta-se aqui um macho feral com uma plumagem muito particular





 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Mergus merganser (Merganso-grande)observados pela última vez no dia 7




















Ordem Pelecaniformes

Família Phalacrocoracidae

Phalacrocorax carbo (Corvo-marinho-de-faces-brancas)



















Ordem Ciconiiformes

Família Ardeidae

Bubulcus ibis (Garça-boieira) – desde o dia 11 jamais foram observadas

Egretta garzetta (Garça-branca-pequena)






















Ardea cinerea (Garça-real ou G-cinzenta)



















Família Ciconiidae

Ciconia ciconia (Cegonha-branca)no dia 7 foi observado um indivíduo a sobrevoar o estuário ao longo da margem direita, de norte para sul na direcção da Apúlia (pairou com demora sobre os campos de cultivo em Gandra); o casal do ninho situado no limite entre o nosso concelho e o de Barcelos já cuida da descendência


Ordem Accipitriformes

Família Accipitridae

Circus aeruginosus (Tartaranhão-dos-pauis ou Águia-sapeira)no dia 24 foi observado um indivíduo a sobrevoar o Cávado (fêmea ou imaturo) que parecia não ser qualquer um dos que passaram por cá estes dois últimos Invernos

Buteo buteo (Águia-de-asa-redonda)


Ordem Falconiformes

Família Falconidae

Falco tinnunculus (Peneireiro-vulgar)


Ordem Gruiformes

Família Rallidae

Fulica atra (Galeirão) – no dia 15 já não foram observados os seis espécimes até então “estacionados” na marginal de Fão


Ordem Charadriiformes

Família Recurvirostridae

Recurvirostra avosetta (Alfaiate)27 de Março de 1998 (um indivíduo) e 5 e 6 de Fevereiro de 2003 (um indivíduo) – são estas as datas em que consegui observar a presença desta espécie no Cávado; a estes dados há ainda a acrescentar o testemunho de Carlos Rio, que registou a ocorrência de igualmente uma ave isolada a 4 de Agosto de 2008 e, pasmem-se, a informação de que na década de 60 do século passado estas limícolas também nidificavam nas dunas de Ofir (confidência insuspeita de Nuno Gomes Oliveira); perante isto, não restando dúvidas de que esta não é seguramente uma espécie vulgar no litoral norte, julgo que será fácil de perceber o entusiasmo que senti a 6 de Março de 2011 ao avistar 2 (duas) destas aves a “ceifarem” as águas rasas da margem direita deste estuário; entretanto, este par manteve-se a descansar pelo juncal até ao dia 10
























Família Charadriidae

Charadrius dubius (Borrelho-pequeno-de-coleira)observados dois indivíduos no dia 23 no “Poço do Duca”

Charadrius hiaticula (Borrelho-grande-de-coleira)

Charadrius alexandrinus (Borrelho-de-coleira-interrompida) – registo da chegada dos primeiros no dia 18

Pluvialis apricaria (Tarambola-dourada) – na última semana já não foram detectadas

Pluvialis squatarola (Tarambola-cinzenta)

Família Scolopacidae

Calidris alba (Pilrito-d’areia)

Calidris alpina (Pilrito-comum)

Gallinago gallinago (Narceja)

Limosa lapponica (Fuselo)

Numenius arquata (Maçarico-real)ainda foram vistos os dois indivíduos





Tringa nebularia (Perna-verde)



















Actitis hypoleucos (Maçarico-das-rochas)

Arenaria interpres (Rola-do-mar) – ainda em plumagem de Inverno
 

Família Laridae

Larus ridibundus (Guincho) – muitos indivíduos eram já encontrados na transição para a plumagem estival; não há dúvida de que o sentido oportunista das gaivotas (Larus spp) encontrou vários benefícios na proximidade ao Homem, mas esta adaptação também as expôs a muitos perigos























Larus fuscus (Gaivota-de-asa-escura)


















Larus michahellis (Gaivota-de-patas-amarelas)

Família Sternidae

Sterna sandvicensis (Garajau-comum)



















Ordem Columbiformes

Família Columbidae

Columba livia (Pombo-da-rocha e Pombo-doméstico)

Columba palumbus (Pombo-torcaz)

Streptopelia decaocto (Rola-turca)


Ordem Strigiformes

Família Tytonidae

Tyto alba (Coruja-das-torres)


Ordem Coraciiformes

Família Alcedinidae

Alcedo atthis (Guarda-rios) – durante este mês de Março ainda eram encontrados com relativa facilidade


Ordem Piciformes

Família Picidae

Dendrocopus major (Pica-pau-malhado-grande)


Ordem Passeriformes

Família Alaudidae

Alauda arvensis (Laverca) – apenas observadas nos campos de cultivo ao lado da ETAR

Família Hirundinidae

Hirundo rústica (Andorinha-das-chaminés)

Delichon urbicum (Andorinha-dos-beirais)a primeira foi avistada no dia 18

Família Motacillidae

Anthus pratensis (Petinha-dos-prados)
 

Motacilla flava (Alvéola-amarela)registo da primeira no dia 24

Motacilla alba (Alvéola-branca)

Família Troglodytidae

Troglodytes troglodytes (Carriça)

Família Prunellidae

Prunella modularis (Ferreirinha)

Família Turdidae

Erithacus rubecula (Pisco-de-peito-ruivo)

Phoenicurus ochruros (Rabirruivo-preto)

Saxicola torquata (Cartaxo-comum)

Oenanthe oenanthe (Chasco-cinzento)primeiro registo de um indivíduo no relvado junto à pousada de juventude no dia 22

Turdus merula (Melro-preto)

Turdus philomelos (Tordo-músico)

Família Sylviidae

Cisticola juncidis (Fuinha-dos-juncos)

Sylvia atricapilla (Toutinegra-de-barrete-preto)

Sylvia melanocephala (Toutinegra-de-cabeça-preta)

Phylloscopus collybita (Felosa-comum ou Felosinha) – menos comum no final do mês

Família Paridae

Parus ater (Chapim-preto)

Parus major (Chapim-real)

Família Corvidae

Garrulus glandarius (Gaio)

Pica pica (Pega)


 































Corvus corone (Gralha-preta)

Família Sturnidae

Sturnus unicolor (Estorninho-preto)

Família Passeridae

Passer domesticus (Pardal-comum ou Pardal-dos-telhados)

Família Estrildidae

Estrilda astrild (Bico-de-lacre)

Família Fringillidae

Fringilla coelebs (Tentilhão)

Serinus serinus (Chamariz)

Carduelis chloris (Verdilhão)

Carduelis cannabina (Pintarroxo)

Família Emberizidae

Emberiza cirlus (Escrevedeira-de-garganta-preta)





ESPÉCIES QUE OCORREM APENAS COMO RESULTADO DE UMA INTRODUÇÃO, FUGA AO CATIVEIRO OU POSSIVELMENTE PROVENIENTES DE POPULAÇÕES SELVAGENS MAS COM A SITUAÇÃO NÃO AVALIADA PELO COMITÉ PORTUGUÊS DE RARIDADES


Ordem Anseriformes

Família Anatidae

Cygnus olor (Cisne-mudo) – no dia 12 já não foi avistado o indivíduo que se manteve durante vários meses na marginal de Fão

Anser albifrons (Ganso-grande-de-testa-branca)a permanência desta ave, que se está a prolongar para lá do período de invernada, reforça a minha suspeita de que este indivíduo poderá não ter uma origem selvagem

Branta leucopsis (Ganso-de-faces-brancas)no dia 25 de Março dirigi-me ao Comité Português de Raridades para assinalar a presença de 3 (três) indivíduos desta espécie neste estuário, da seguinte forma “… Aves aparentemente cautelosas perante a aproximação de humanos. No dia da chegada (20 de Março) foram recebidas pelo bando de gaivotas estacionado na ponta norte do juncal em grande alvoroço e demorou até que fossem aceites. Desde então têm-se mantido naquele local (a 150 metros de distância em frente à doca de pesca de Esposende) e no prado salgado (interior do juncal) a alimentarem-se freneticamente e de modo demorado. Raramente se têm exposto como nas fotos.”; até ao dia 24 por ali se mantiveram as mesmas aves, contudo no dia 30 apenas restavam dois indivíduos no local; oportunamente serão apresentadas fotos com maior proximidade



















Tadorna ferruginea (Pato-ferrugíneo) – partiram no dia 12 juntamente com o Cisne-mudo, no entanto, no dia 24 foi visto um indivíduo isolado em frente ao cais da “Pedra Alta” em Fão e outro, juntamente com os Gansos-de-faces-brancas, no extremo norte do juncal; ambos ainda foram vistos nos mesmos locais no final do mês

Cairina moschata (Pato-mudo)

Anas sibilatrix (Piadeira-do-chile) – supostamente híbrido


Ordem Galliformes

Família Phasianidae

Phasianus colchicus (Faisão) – um macho fez dos campos de cultivo da margem direita entre a Solidal e a ponte metálica a sua casa e é encontrado com frequência a atravessar a estrada de madrugada