Advertências
«Para que no futuro não nos reste o conto da Galinha dos Ovos de Ouro».
«Para que no futuro não nos reste o conto da Galinha dos Ovos de Ouro».
Depois deste breve interregno que se justificou pelos muitos afazeres relacionados com a organização de alguns eventos relacionados com a micologia em que tive a honra e o imenso prazer de participar, volto a este tema, desta vez para entrar na fase das conclusões.
Assim.
Os Fungos, para além da sua reconhecida função ecológica, constituem um recurso com potencial gastronómico relevante. O sabor de algumas espécies atrai um crescente interesse na recolha de cogumelos silvestres comestíveis e muitas redes de comercialização, principalmente de origem estrangeira, já operam em Portugal escoando centenas de toneladas anuais de cogumelos para países como a nossa vizinha Espanha, França e Itália.
Face a esta nova realidade, que se faz notar de forma mais acentuada nas zonas raianas do País, adivinha-se que para breve o fenómeno se estenderá até ao litoral e, considerando o vazio legislativo neste domínio, torna-se imprescindível proceder a curto prazo à regulamentação da recolha e comercialização dos cogumelos silvestres, sob pena de não conseguirmos evitar a perda destas mais-valias. Se assim for, essa acção também promoverá a conservação e a sustentabilidade deste recurso.
Previamente ao desenvolvimento de qualquer projecto nesta área, além das exigências de cariz legal, é fundamental implementar também um conjunto de outras medidas com o objectivo da salvaguarda do nosso património e travar a procura desenfreada e a colheita intensiva.
SUGESTÕES:
- Realizar estudos de inventariação dos macrofungos, contribuindo para o crescimento do conhecimento relativo ao nosso património fúngico;
- Sistematizar a informação já existente sobre a ocorrência das espécies de cogumelos, de forma a simplificar a sua consulta;
- Planear a ocupação do território tendo em consideração a conservação dos habitats com manifesto interesse micológico;
- Investir na formação de técnicos especializados na área dos macrofungos;
- Realizar campanhas de sensibilização da população para a importância dos macrofungos no equilíbrio ecológico;
- Implementar medidas que permitam a criação de uma Lista Vermelha de Fungos para Portugal;
- Ponderar a criação de mecanismo de certificação dos cogumelos que crescem nos nossos Parques Naturais;
- Obrigar todos os colectores a frequentarem uma acção de formação, na qual seja demonstrada a importância dos cogumelos enquanto seres vivos de um ecossistema complexo, a identificação dos principais tipos de cogumelos e o modo de efectuar correctamente a sua apanha;
- Obrigar os colectores a obterem uma licença, tal como na caça, de âmbito concelhio, regional ou nacional, que os habilitaria para a actividade, instituindo-se o Cartão de Colector;
- Também à semelhança da prática venatória, ponderar a criação de coutadas e mesmo a determinação de dias destinados para a recolha de cogumelos;
- Respeitar a propriedade alheia;
- Definir um código de conduta (ver, como ponto de partida, por exemplo, o já adoptado pela Associação Assobio);
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Assim.
Os Fungos, para além da sua reconhecida função ecológica, constituem um recurso com potencial gastronómico relevante. O sabor de algumas espécies atrai um crescente interesse na recolha de cogumelos silvestres comestíveis e muitas redes de comercialização, principalmente de origem estrangeira, já operam em Portugal escoando centenas de toneladas anuais de cogumelos para países como a nossa vizinha Espanha, França e Itália.
Face a esta nova realidade, que se faz notar de forma mais acentuada nas zonas raianas do País, adivinha-se que para breve o fenómeno se estenderá até ao litoral e, considerando o vazio legislativo neste domínio, torna-se imprescindível proceder a curto prazo à regulamentação da recolha e comercialização dos cogumelos silvestres, sob pena de não conseguirmos evitar a perda destas mais-valias. Se assim for, essa acção também promoverá a conservação e a sustentabilidade deste recurso.
Previamente ao desenvolvimento de qualquer projecto nesta área, além das exigências de cariz legal, é fundamental implementar também um conjunto de outras medidas com o objectivo da salvaguarda do nosso património e travar a procura desenfreada e a colheita intensiva.
SUGESTÕES:
- Realizar estudos de inventariação dos macrofungos, contribuindo para o crescimento do conhecimento relativo ao nosso património fúngico;
- Sistematizar a informação já existente sobre a ocorrência das espécies de cogumelos, de forma a simplificar a sua consulta;
- Planear a ocupação do território tendo em consideração a conservação dos habitats com manifesto interesse micológico;
- Investir na formação de técnicos especializados na área dos macrofungos;
- Realizar campanhas de sensibilização da população para a importância dos macrofungos no equilíbrio ecológico;
- Implementar medidas que permitam a criação de uma Lista Vermelha de Fungos para Portugal;
- Ponderar a criação de mecanismo de certificação dos cogumelos que crescem nos nossos Parques Naturais;
- Obrigar todos os colectores a frequentarem uma acção de formação, na qual seja demonstrada a importância dos cogumelos enquanto seres vivos de um ecossistema complexo, a identificação dos principais tipos de cogumelos e o modo de efectuar correctamente a sua apanha;
- Obrigar os colectores a obterem uma licença, tal como na caça, de âmbito concelhio, regional ou nacional, que os habilitaria para a actividade, instituindo-se o Cartão de Colector;
- Também à semelhança da prática venatória, ponderar a criação de coutadas e mesmo a determinação de dias destinados para a recolha de cogumelos;
- Respeitar a propriedade alheia;
- Definir um código de conduta (ver, como ponto de partida, por exemplo, o já adoptado pela Associação Assobio);
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NOTA: A imagem que ilustra este texto corresponde ao cogumelo da espécie Boletus edulis – verdadeira delícia – ainda relativamente frequente nos pinhais do nosso concelho e que atinge preços verdadeiramente exorbitantes nos mercados daqueles países que acima me referi.