sábado, 13 de dezembro de 2008

MICOLOGIA (parte VIII)

Recolha de Cogumelos

«Código de Conduta»
(Associação Assobio)


Uma jornada de apanha de cogumelos comestíveis pode ser um modo muito agradável de desfrutarmos do são contacto com a natureza. Mas o exercício desta actividade requer que se observem alguns cuidados essenciais, quer sejam para prevenir alguns episódios pouco desejáveis como as intoxicações, ou para evitar que essa prática se torne lesiva para o meio ambiente por poder contribuir para a sua degradação ou perda da biodiversidade.


Com o objectivo de sensibilizar os "amantes" desta actividade para a recolha responsável e sustentável daquelas "iguarias", a ASSOBIO tem organizado muitas "expedições" pela floresta alertando para a importância do cumprimento de alguns comportamentos, conceitos e regras básicas, tais como:

- uma correcta colheita de cogumelos não danifica o fungo propriamente dito;

- ainda assim, um colector é sempre um elemento desestabilizador do normal curso da natureza, pelo que é conveniente exercer a actividade onde os cogumelos sejam mais abundantes;

- nunca colher cogumelos em áreas florestais protegidas;

- percorrer os espaços florestais com calma, para efectuar uma correcta identificação dos cogumelos e para não perturbar a fauna existente;

- ao colhê-los, cortar os cogumelos pelo "pé" sem os puxar e com auxílio de uma navalha que nunca deve passar abaixo do chão;

- depositar e transportar os cogumelos colhidos em cesto de vime;

- evitar colher cogumelos demasiado jovens ou muito velhos;

- se possível, limpar os cogumelos no local da colheita;

- recolher unicamente a quantidade necessária para se consumir no próprio dia, nos casos em que se pretende cozinhá-los frescos;

- evitar o pisoteio exagerado dos musgos ou da manta morta usando caminhos já estabelecidos, pois podemos estar a calcar cogumelos que estão prestes a "brotar" ou a provocar efeitos nefastos para a flora local.







NOTA
As fotos que acompanham o texto referem-se a duas espécies de cogumelos da família dos Agáricos (a mesma daqueles “branquinhos” que habitualmente vemos nas prateleiras dos supermercados) – respectivamente – Agaricus silvaticus e Agaricus augustus. Ambos são óptimos comestíveis mas difíceis de diagnosticar, sendo relativamente frequente vê-los surgir na nossa terra, em particular na “Mata Dunar de Pinheiro e Folhosas” também popularmente conhecida por zona dos Merouços.