OBSERVAÇÃO DE AVES
Estuário do Cávado
Chegou a vez de abordar uma ordem das aves representada na nossa região por apenas duas espécies, muito apreciadas pelos caçadores, e cuja história de declínio acentuado nos seus habitats naturais, nos convoca para uma reflexão atenta sobre a (in)sustentabilidade da exploração dos recursos cinegéticos que por cá se pratica.
Ordem Galliformes
Família Phasianidae
(duas espécies)
Alectoris rufa (Perdiz-comum)
Estuário do Cávado
Chegou a vez de abordar uma ordem das aves representada na nossa região por apenas duas espécies, muito apreciadas pelos caçadores, e cuja história de declínio acentuado nos seus habitats naturais, nos convoca para uma reflexão atenta sobre a (in)sustentabilidade da exploração dos recursos cinegéticos que por cá se pratica.
Ordem Galliformes
Família Phasianidae
(duas espécies)
Alectoris rufa (Perdiz-comum)
1 – (Estatuto de conservação) Pouco preocupante; no último ano o seu período venatório decorreu entre 5 de Outubro e 28 de Dezembro;
2 – (Quando observar) Residente (?); considerando muitos testemunhos, outrora a espécie foi comum na nossa região, mas nas últimas décadas entrou em forte declínio até ao ponto de, durante anos, não ter sido observada por estas paragens; entretanto, em 2004 ou 2005, a partir de indivíduos provenientes de cativeiro, realizou-se um repovoamento para fins cinegéticos na zona de caça associativa localizada na área envolvente à denominada «Lagoa da Apúlia»;
3 – (Abundância) Nos anos em que aqueles efectivos foram reintroduzidos (cujo número total ignoro), tornou-se habitual vê-las a correrem pelos caminhos que atravessam a mancha florestal entre Fão e Apúlia, todavia, com o decorrer dos anos, o número terá decrescido substancialmente ou então, as sobreviventes, ter-se-ão tornado mais esquivas;
4 – (Espécies parecidas) São facilmente identificadas pois nenhuma outra se assemelha;
5 – (Habitat e circunstâncias em que se observam) Além da área referida, a espécie já se dispersou também pelos sistemas dunares, nomeadamente naquela estreita faixa compreendida entre a Sra. da Bonança e as Pedrinhas; se não se deixarem surpreender a caminhar em zonas mais abertas enquanto se alimentam, escondem-se sob a vegetação rasteira, aninhando-se, até que quando quase as calcamos à nossa passagem “disparam” numa rápida fuga num voo pesado e denunciado por uma vocalização característica;
6 – (Tolerância à nossa presença) Como já expus, à medida que os anos avançam, os efectivos que escaparam aos caçadores manifestam-se cada vez mais tímidos, mas ainda se vão deixando observar à distância enquanto percorrem os caminhos florestais;
7 – (Outros dados de interesse) Embora no nosso País já tivessem sido realizados inúmeros estudos sobre os potenciais impactes ecológicos das largadas desta e de outras espécies congéneres na natureza, ainda não estão plenamente avaliados os riscos que esse tipo de acções possam representar para a fauna e a flora silvestre.
Coturnix coturnix (Codorniz)
1 – Pouco preocupante; no último ano o seu período venatório iniciou-se em 7 de Setembro e prolongou-se até 30 de Novembro;
2 – Estival, observada esporadicamente na região entre Junho e Setembro, mas devo referir que em Fevereiro de 2005 observei um indivíduo no estuário;
3 – Rara;
4 – Embora as suas aparições sejam normalmente muito curtas, quase não permitindo uma observação atenta, é relativamente fácil de identificar; expondo uma opinião muito pessoal, naqueles episódios em que apenas presencio um breve voo, considero sempre a possibilidade de confusão com os “primos” Frangos-d’água (consultar bibliografia);
5 – Ainda que não seja o seu habitat favorito, também se esconde na erva alta que se desenvolve pelas margens do Cávado e só se lança como uma mola num voo rasteiro quando está na iminência de ser calcada, pousando de imediato a poucos metros de distância;
6 – Conforme o exposto, permite que nos aproximemos mas muito dificilmente se detecta a sua presença, pois nessas circunstâncias mantém-se camuflada rente ao solo;
7 – Considerar o que está mencionado em igual número da espécie anterior; acrescente-se também que no nosso País já se realizaram largadas para fins venatórios, ou inadvertidamente, de uma espécie exótica muito próxima – a Codorniz-japonesa (Coturnix japonica) – havendo por tal a possibilidade de daqui resultarem indivíduos híbridos com consequentes efeitos nefastos sobre o nosso património genético.
2 – (Quando observar) Residente (?); considerando muitos testemunhos, outrora a espécie foi comum na nossa região, mas nas últimas décadas entrou em forte declínio até ao ponto de, durante anos, não ter sido observada por estas paragens; entretanto, em 2004 ou 2005, a partir de indivíduos provenientes de cativeiro, realizou-se um repovoamento para fins cinegéticos na zona de caça associativa localizada na área envolvente à denominada «Lagoa da Apúlia»;
3 – (Abundância) Nos anos em que aqueles efectivos foram reintroduzidos (cujo número total ignoro), tornou-se habitual vê-las a correrem pelos caminhos que atravessam a mancha florestal entre Fão e Apúlia, todavia, com o decorrer dos anos, o número terá decrescido substancialmente ou então, as sobreviventes, ter-se-ão tornado mais esquivas;
4 – (Espécies parecidas) São facilmente identificadas pois nenhuma outra se assemelha;
5 – (Habitat e circunstâncias em que se observam) Além da área referida, a espécie já se dispersou também pelos sistemas dunares, nomeadamente naquela estreita faixa compreendida entre a Sra. da Bonança e as Pedrinhas; se não se deixarem surpreender a caminhar em zonas mais abertas enquanto se alimentam, escondem-se sob a vegetação rasteira, aninhando-se, até que quando quase as calcamos à nossa passagem “disparam” numa rápida fuga num voo pesado e denunciado por uma vocalização característica;
6 – (Tolerância à nossa presença) Como já expus, à medida que os anos avançam, os efectivos que escaparam aos caçadores manifestam-se cada vez mais tímidos, mas ainda se vão deixando observar à distância enquanto percorrem os caminhos florestais;
7 – (Outros dados de interesse) Embora no nosso País já tivessem sido realizados inúmeros estudos sobre os potenciais impactes ecológicos das largadas desta e de outras espécies congéneres na natureza, ainda não estão plenamente avaliados os riscos que esse tipo de acções possam representar para a fauna e a flora silvestre.
Coturnix coturnix (Codorniz)
1 – Pouco preocupante; no último ano o seu período venatório iniciou-se em 7 de Setembro e prolongou-se até 30 de Novembro;
2 – Estival, observada esporadicamente na região entre Junho e Setembro, mas devo referir que em Fevereiro de 2005 observei um indivíduo no estuário;
3 – Rara;
4 – Embora as suas aparições sejam normalmente muito curtas, quase não permitindo uma observação atenta, é relativamente fácil de identificar; expondo uma opinião muito pessoal, naqueles episódios em que apenas presencio um breve voo, considero sempre a possibilidade de confusão com os “primos” Frangos-d’água (consultar bibliografia);
5 – Ainda que não seja o seu habitat favorito, também se esconde na erva alta que se desenvolve pelas margens do Cávado e só se lança como uma mola num voo rasteiro quando está na iminência de ser calcada, pousando de imediato a poucos metros de distância;
6 – Conforme o exposto, permite que nos aproximemos mas muito dificilmente se detecta a sua presença, pois nessas circunstâncias mantém-se camuflada rente ao solo;
7 – Considerar o que está mencionado em igual número da espécie anterior; acrescente-se também que no nosso País já se realizaram largadas para fins venatórios, ou inadvertidamente, de uma espécie exótica muito próxima – a Codorniz-japonesa (Coturnix japonica) – havendo por tal a possibilidade de daqui resultarem indivíduos híbridos com consequentes efeitos nefastos sobre o nosso património genético.