Lista anotada e ilustrada das aves observadas no Estuário do Cávado e habitats envolventes
(as ocorrências mais relevantes serão assinaladas a negrito)
(anotações a azul)
(as ilustrações seguem-se ao nome a que correspondem)
(para ver a foto com um pouco mais de detalhe clique em cima da imagem)
ESPÉCIES COM POPULAÇÕES EM ESTADO SELVAGEM
Ordem Anseriformes
Família Anatidae
Anas penelope (Piadeira) – ainda o mesmo macho isolado do mês anterior que podia ser observado na margem direita a jusante da ponte metálica e igualmente entre os canais do juncal quando a maré subia
Anas crecca (Marrequinho) – no primeiro dia ainda foram detectados dois casais, mas desde então apenas foi observado 1 (um) macho no dia 12 entre o bando de patos-reais do juncal
Anas platyrhynchos (Pato-real) – tornou-se evidente o grande número de machos “solteiros”; no final do mês já se viam várias crias nos canais do juncal
Anas querquedula (Marreco) – no dia 13 foi observado na margem direita, a jusante da ponte metálica e a sobrevoar o juncal, um bando constituído por 10 indivíduos (precisamente 5 casais) que “acompanhavam” o bando de Pernas-longas a que me refiro mais abaixo – seguramente uma visão muito rara nestas latitudes nortenhas
Anas clypeata (Pato-trombeteiro) – no dia 14 foi observado um casal na margem direita, a jusante da ponte metálica – por cá esta ocorrência é incomum depois do inverno
Ordem Galliformes
Família Phasianidae
Alectoris rufa (Perdiz-comum) – foto obtida no dia 14 na margem esquerda do estuário junto aos campos agrícolas das Pedreiras em Fão
Ordem Pelecaniformes
Família Phalacrocoracidae
Phalacrocorax carbo (Corvo-marinho-de-faces-brancas) – ao longo de todo o mês notou-se, finalmente, uma acentuada diminuição; na primeira metade já não se contavam mais de 40 e nos últimos dias dificilmente ultrapassavam a dezena de indivíduos
Ordem Ciconiiformes
Família Ardeidae
Egretta garzetta (Garça-branca-pequena) – raramente se viam mais do que duas ou três, no entanto, no dia 23, encontrava-se na ínsua sob o lado nascente da ponte metálica um bando com quase duas dezenas de indivíduos
Ardea cinerea (Garça-real ou G-cinzenta) – com excepção da tarde do dia 1, quando foi observado um bando com 30 indivíduos muito agitados e da tarde do dia 6, data em que se contaram 10, jamais se avistou um total superior a 3 espécimes
Ardea purpurea (Garça-imperial ou G-vermelha) – um indivíduo frequentou a parte nascente do estuário (entre a ponte da autoestrada e a ponte velha) desde o primeiro até ao quinto dia do mês, abrigando-se com frequência nas galerias ripícolas da margem direita e na pequena mata aluvial residual junto ao cais do Caldeirão; na tarde do sexto dia um bando com 13 (treze) indivíduos descansou demoradamente no juncal, partindo para norte com a aproximação ao ocaso
Família Ciconiidae
Ciconia ciconia (Cegonha-branca) – 1 (uma) que sobrevoou o estuário demoradamente
Ordem Accipitriformes
Família Accipitridae
Accipiter nisus (Gavião) – um macho capturou uma presa na galeria de freixos da margem direita na parte nascente do estuário
Buteo buteo (Águia-de-asa-redonda)
Ordem Falconiformes
Família Falconidae
Falco tinnunculus (Peneireiro-vulgar)
Ordem Charadriiformes
Família Recurvirostridae
Himantopus himantopus (Perna-longa ou Pernilongo) – conforme já aqui indiquei, no dia no dia 13 foi observado na margem direita, a jusante da ponte metálica e a sobrevoar o juncal, um bando constituído por 14 indivíduos que “acompanhavam” o bando de Marrecos – até parecia que estávamos no sul do país
Família Charadriidae
Charadrius dubius (Borrelho-pequeno-de-coleira) – um par manteve-se no “poço do Duca” na margem esquerda desde 23 de Março (conforme assinalado então) até 28 de Abril
Charadrius alexandrinus (Borrelho-de-coleira-interrompida)
Pluvialis squatarola (Tarambola-cinzenta) – quase todas em plumagem estival
Família Scolopacidae
Calidris alba (Pilrito-d’areia)
Calidris alpina (Pilrito-comum)
Gallinago gallinago (Narceja) – surpreendentemente, no dia 6, ainda foram observadas duas no juncal
Limosa lapponica (Fuselo) – no dia 14 notou-se que o bando com cerca de duas dezenas de indivíduos que invernaram neste estuário já tinha partido; entretanto podia ser encontrado um ou outro nos sapais, até que no dia 26 foi observado um com a colorida plumagem estival completa
Numenius phaeopus (Maçarico-galego) – o 1º. do ano foi registado no dia 4 no sapal junto ao Forte de S. João Batista; no dia 12, um bando com cerca de 30 indivíduos descansou na língua de areia a norte do juncal, enquanto um permanecia isolado junto ao Forte; desde então podiam ser encontrados isolados ou aos pares por todo o estuário, verificando-se também a passagem de vários bandos, como no dia 14 em que chegou um com 77 aves, outro com 20 e mais de menores dimensões
Numenius arquata (Maçarico-real) – apenas foi observado um indivíduo até ao dia 4
Tringa totanus (Perna-vermelha) – no dia 6 foram registados os dois primeiros do ano e, entretanto, até ao final do mês, o bando atingiria o número de 6 elementos
Tringa nebularia (Perna-verde) – de salientar que no dia 6 foi observado um bando que contava com 13 indivíduos
Actitis hypoleucos (Maçarico-das-rochas)
Arenaria interpres (Rola-do-mar)
Família Laridae – acentuada redução nas três comunidades
Larus ridibundus (Guincho)
Larus fuscus (Gaivota-de-asa-escura)
Larus michahellis (Gaivota-de-patas-amarelas)
Família Sternidae
Sterna sandvicensis (Garajau-comum) – apenas no mar (é possível que outras aves deste género tivessem sido observadas na faixa marítima, contudo, nunca as consegui distinguir convenientemente)
Sterna albifrons (Andorinha-do-mar-anã) – no dia 23, com um garajau, foram avistadas 3 destas pequenas aves pousadas na restinga
Ordem Columbiformes
Família Columbidae
Columba livia (Pombo-da-rocha e Pombo-doméstico)
Columba palumbus (Pombo-torcaz) – ao contrário do que tem sido habitual nos últimos anos, não se notou um claro aumento dos efectivos desta espécie no pinhal do núcleo turístico de Ofir
Streptopelia decaocto (Rola-turca)
Streptopelia turtur (Rola ou Rola-brava) – observado e fotografado um indivíduo isolado no sapal contíguo à pequena mata aluvial residual que se desenvolve junto aos estaleiros de Esposende
Ordem Strigiformes
Família Tytonidae
Tyto alba (Coruja-das-torres)
Ordem Apodiformes
Família Apodidae
Apus apus (Andorinhão-preto) – no dia 5, coincidindo com a chegada de uma breve vaga de calor, foi registado o primeiro andorinhão do ano e rapidamente “invadiram” os nossos céus
Ordem Coraciiformes
Família Upupidae
Upupa epops (Poupa) – apenas observei a primeira do ano no dia 27, junto à pousada de juventude em Fão
Ordem Piciformes
Família Picidae
Dendrocopus major (Pica-pau-malhado-grande)
Ordem Passeriformes
Família Hirundinidae
Riparia riparia (Andorinha-das-barreiras) – no dia 14 foi registado, pela primeira vez neste ano, a passagem de vários indivíduos a atravessarem o leito do rio próximo da ponte metálica
Hirundo rústica (Andorinha-das-chaminés) – logo no início do mês verificou-se uma autêntica “invasão”
Delichon urbicum (Andorinha-dos-beirais) – aparentemente estão a surgir em maior número (facilmente observáveis a recolher lama para a construção do ninho em frente ao Curtinhal em Fão)
Família Motacillidae
Motacilla flava (Alvéola-amarela)
Motacilla alba (Alvéola-branca)
Família Troglodytidae
Troglodytes troglodytes (Carriça)
Família Prunellidae
Prunella modularis (Ferreirinha)
Família Turdidae
Erithacus rubecula (Pisco-de-peito-ruivo)
Phoenicurus ochruros (Rabirruivo-preto)
Saxicola torquata (Cartaxo-comum) – cedo e em grande número surgiram as primeiras crias
Oenanthe oenanthe (Chasco-cinzento) – até ao dia 6, data em que o casal das imagens surgiu no seio do juncal, ainda foi registada a passagem de alguns espécimes, mas desde então jamais foram observados
Turdus merula (Melro-preto)
Turdus philomelos (Tordo-músico) – observado um no núcleo turístico de Ofir que aparenta estar a reproduzir-se
Família Sylviidae
Cisticola juncidis (Fuinha-dos-juncos)
Sylvia atricapilla (Toutinegra-de-barrete-preto)
Sylvia melanocephala (Toutinegra-de-cabeça-preta)
Família Paridae
Parus ater (Chapim-preto)
Parus major (Chapim-real)
Família Corvidae
Garrulus glandarius (Gaio)
Pica pica (Pega)
Corvus corone (Gralha-preta) – nos dias 1 e 6 ainda foram detectadas duas
Família Sturnidae
Sturnus unicolor (Estorninho-preto)
Família Passeridae
Passer domesticus (Pardal-comum ou Pardal-dos-telhados)
Família Fringillidae
Serinus serinus (Chamariz)
Carduelis chloris (Verdilhão)
Carduelis cannabina (Pintarroxo) – notado aumento
ESPÉCIES QUE OCORREM APENAS COMO RESULTADO DE UMA INTRODUÇÃO, FUGA AO CATIVEIRO OU POSSIVELMENTE PROVENIENTES DE POPULAÇÕES SELVAGENS MAS COM A SITUAÇÃO NÃO AVALIADA PELO COMITÉ PORTUGUÊS DE RARIDADES
Ordem Anseriformes
Família Anatidae
Anser albifrons (Ganso-grande-de-testa-branca) – visto pela última vez no dia 26 (de salientar que, à semelhança do que se passou com o Cisne-mudo, também este ganso passou os últimos 15 dias da sua “estadia” na zona ribeirinha de Fão a praticar demoradamente o voo, sobretudo à noite e sempre perseguido por um híbrido de pato-mudo)
Branta leucopsis (Ganso-de-faces-brancas) – o par que se manteve no extremo norte do juncal desde 20 de Março, juntamente com outro que no dia 30 já não foi detectado, ainda foi ali observado no dia 15; entretanto, não fiz qualquer visita ao estuário até ao dia 23, data em que já não os vi
Tadorna ferruginea (Pato-ferrugíneo) – no primeiro dia do mês encontrava-se 1 próximo dos Gansos-de-faces-brancas e outro na marginal de Fão, mas desde então jamais foram observados
Cairina moschata (Pato-mudo)
Anas sibilatrix (Piadeira-do-chile) – supostamente híbrido
Ordem Galliformes
Família Phasianidae
Phasianus colchicus (Faisão) – no dia 1 foi observado nos campos de Gandra o mesmo macho dos meses anteriores