Lista anotada e ilustrada das aves observadas no Estuário do Cávado e habitats envolventes
(as ocorrências mais relevantes serão assinaladas a negrito)
(anotações a azul)
(as ilustrações seguem-se ao nome a que correspondem)
(para ver a foto com um pouco mais de detalhe clique em cima da imagem)
ESPÉCIES COM POPULAÇÕES EM ESTADO SELVAGEM
Ordem Anseriformes
Família Anatidae
Anser albifrons (Ganso-grande-de-testa-branca) – continuam no estuário os quatro juvenis mas agora muito mais cautelosos e quase nunca abandonam o refúgio do extremo norte do juncal
Anas penelope (Piadeira) – um macho em eclipse
Anas strepera (Frisada) – um macho na marginal de Fão e um casal entre o leito principal do rio, a zona ribeirinha de Esposende e a restinga, ao qual se juntou uma fêmea no dia 29
Anas crecca (Marrequinho)
Anas platyrhynchos (Pato-real)
Melanitta nigra (Pato-negro) – foi encontrado em frente à foz um juvenil ou fêmea no dia 20 e dois dias depois no mesmo local foi observado um bando com sete indivíduos (julgo que eram todos juvenis)
Mergus merganser (Merganso-grande) – na manhã do dia 21 avistei uma fêmea ou juvenil em frente ao edifício do ISN a meia distância entre a zona ribeirinha de Esposende e a restinga; registo submetido ao Comité Português de Raridades (código CPR J120)
Ordem Podicipediformes
Família Podicipedidae
Tachybaptus ruficollis (Mergulhão-pequeno) – até sete indivíduos entre o clube de pesca de Ofir e o juncal e até três ao largo do molhe do Caldeirão
Podiceps nigricollis (Mergulhão-de-pescoço-preto) – os dois indivíduos chegados em Novembro permaneceram até ao final do ano no plano de água entre a marginal de Esposende e a restinga; no dia 13 foi assinalado um terceiro indivíduo que jamais foi visto
Ordem Pelecaniformes
Família Sulidae
Morus bassanus (Ganso-patola) – muito notados durante todo o mês e agora com maior percentagem de adultos; no dia 23 quase todos seguiam para norte
Família Phalacrocoracidae
Phalacrocorax carbo (Corvo-marinho-de-faces-brancas)
Ordem Ciconiiformes
Família Ardeidae
Bubulcus ibis (Garça-boieira) – no dia 18 parte do bando que saiu cedo do freixo na margem direita totalizou os 30 indivíduos que pousaram no banco de areia em frente ao cais da Pedra Alta em Fão; neste inverno algumas habituaram-se a passar os dias nos campos de Gandra até às Marinhas
Egretta garzetta (Garça-branca-pequena)
Ardea cinerea (Garça-real ou G-cinzenta)
Família Threskiornithidae
Platalea leucorodia (Colhereiro) – os dois indivíduos que se restaram do mês anterior foram vistos pela última vez no dia 5
Ordem Accipitriformes
Família Accipitridae
Accipiter nisus (Gavião)
Buteo buteo (Águia-de-asa-redonda) – apenas registei a chegada da invernante da restinga no dia 20 (na foto)
Família Pandionidae
Pandion haliaetus (Águia-pesqueira) – somente posso confirmar a permanência da anilhada; no dia 29 pousou nas estacas junto ao clube de pesca de Ofir (na foto)
Ordem Falconiformes
Família Falconidae
Falco tinnunculus (Peneireiro-vulgar)
Falco peregrinus (Falcão-peregrino) – um indivíduo observado a partir do dia 21 desde a restinga até ao Caldeirão; foi encontrado várias vezes pousado no poste situado junto à ETAR (na foto)
Ordem Gruiformes
Família Rallidae
Fulica atra (Galeirão) – quatro indivíduos na marginal de Fão
Ordem Charadriiformes
Família Charadriidae
Charadrius hiaticula (Borrelho-grande-de-coleira)
Charadrius alexandrinus (Borrelho-de-coleira-interrompida) – até ao dia 13 ainda permaneciam no sapal junto ao Forte de São João Batista vários indivíduos (até 10)
Pluvialis squatarola (Tarambola-cinzenta)
Família Scolopacidae
Calidris alba (Pilrito-d’areia)
Calidris alpina (Pilrito-comum) – no início de dezembro o comportamento muito particular do espécime das fotos seguintes suscitou uma ampla discussão no Fórum Aves (ver aqui)
Gallinago gallinago (Narceja)
Limosa limosa (Maçarico-de-bico-direito)
Limosa lapponica (Fuselo)
Numenius arquata (Maçarico-real)
Tringa nebularia (Perna-verde)
Actitis hypoleucos (Maçarico-das-rochas)
Arenaria interpres (Rola-do-mar)
Família Laridae
Larus melanocephalus (Gaivota-de-cabeça-preta) – nos dias 12 e 13 foram avistados até três indivíduos em plumagem de 1º. inverno
Larus ridibundus (Guincho)
Larus canus (Gaivota-parda) – no dia 12 avistei um indivíduo no sapal próximo da foz e no dia 21 outro no extremo da restinga; a partir deste dia outro indivíduo inseriu-se num bando de guinchos que frequenta os campos de cultivo em torno da ETAR e ali permaneceu
Larus fuscus (Gaivota-de-asa-escura)
Larus michahellis (Gaivota-de-patas-amarelas)
Família Sternidae
Sterna sandvicensis (Garajau-comum)
Família Alcidae
Uria aalge (Airo ou Arau-comum) – no dia 26 o Carlos Rio assinalou-me a presença de um indivíduo debilitado no rego da margem esquerda junto aos campos das Pedreiras; apesar de me ter deslocado ao local e resgatado a ave, já não foi possível recuperá-la
Ordem Columbiformes
Família Columbidae
Columba livia (Pombo-da-rocha e Pombo-doméstico)
Columba palumbus (Pombo-torcaz)
Streptopelia decaocto (Rola-turca)
Ordem Strigiformes
Família Tytonidae
Tyto alba (Coruja-das-torres)
Ordem Coraciiformes
Família Alcedinidae
Alcedo atthis (Guarda-rios)
Ordem Piciformes
Família Picidae
Dendrocopus major (Pica-pau-malhado-grande)
Ordem Passeriformes
Família Alaudidae
Galerida cristata (Cotovia-de-poupa) – no dia 27 foram observados dois indivíduos num campo de cultivo a montante da ETAR na margem direita
Alauda arvensis (Laverca)
Família Motacillidae
Anthus pratensis (Petinha-dos-prados)
Anthus spinoletta (Petinha-ribeirinha) – o espécime das imagens, com a asa esquerda descaída, chegou à margem esquerda a montante da ETAR no dia 6; a partir do dia 12 passei a encontrar este indivíduo na marginal de Fão
Motacilla cinerea (Alvéola-cinzenta)
Motacilla alba (Alvéola-branca)
Família Troglodytidae
Troglodytes troglodytes (Carriça)
Família Prunellidae
Prunella modularis (Ferreirinha)
Família Turdidae
Erithacus rubecula (Pisco-de-peito-ruivo)
Phoenicurus ochruros (Rabirruivo-preto)
Saxicola rubicola (Cartaxo-comum) – a Association of European Records and Rarities Committees (AERC) acaba de publicar novas recomendações taxonómicas ainda não vertidas nesta lista (ver aqui); no caso desta espécie optei por seguir tais recomendações apenas para assinalar tais alterações que respeitarei na próxima lista a publicar ainda este mês (nome específico agora substituído S. torquatus o qual, por sua vez, já tinha vindo substituir o S. torquata)
Turdus merula (Melro-preto)
Turdus philomelos (Tordo-músico) – desde o início do mês um indivíduo instalou-se nos campos de cultivo da margem direita a jusante da ponte velha
Família Sylviidae
Cettia cetti (Rouxinol-bravo) – localizados vários indivíduos através das suas vocalizações caraterísticas durante todo o mês nas zonas de vegetação mais densa nas margens do estuário, sobretudo nas silvas e entre vegetação ripícola
Cisticola juncidis (Fuinha-dos-juncos)
Sylvia atricapilla (Toutinegra-de-barrete-preto)
Sylvia undata (Felosa-do-mato ou Toutinegra-do-mato)
Sylvia melanocephala (Toutinegra-de-cabeça-preta)
Phylloscopus collybita (Felosa-comum ou Felosinha)
Regulus ignicapillus (Estrelinha-real)
Família Paridae
Parus cristatus (Chapim-de-poupa)
Parus ater (Chapim-preto)
Parus major (Chapim-real)
Família Certhiidae
Certhia brachydactyla (Trepadeira-comum)
Família Corvidae
Garrulus glandarius (Gaio)
Pica pica (Pega)
Corvus corone (Gralha-preta) – a partir do dia 20 os dois indivíduos passaram a visitar quase diariamente na restinga envolvendo-se em disputas com as gaivotas, mas regressando sempre ao campos de cultivo da margem direita
Família Sturnidae
Sturnus vulgaris (Estorninho-malhado)
Sturnus unicolor (Estorninho-preto)
Família Passeridae
Passer domesticus (Pardal-comum ou Pardal-dos-telhados)
Passer montanus (Pardal-montês)
Família Estrildidae
Estrilda astrild (Bico-de-lacre)
Família Fringillidae
Fringilla coelebs (Tentilhão) – assinalada a presença de muitos imaturos e dos habituais invernantes
Serinus serinus (Chamariz)
Carduelis chloris (Verdilhão)
Carduelis cannabina (Pintarroxo)
Família Emberizidae
Emberiza cirlus (Escrevedeira-de-garganta-preta) – no dia 20 registei vários indivíduos nas dunas que suponho serem invernantes
ESPÉCIES QUE OCORREM APENAS COMO RESULTADO DE UMA INTRODUÇÃO, FUGA AO CATIVEIRO OU POSSIVELMENTE PROVENIENTES DE POPULAÇÕES SELVAGENS MAS COM A SITUAÇÃO NÃO AVALIADA PELO COMITÉ PORTUGUÊS DE RARIDADES
Ordem Anseriformes
Família Anatidae
Anser cygnoides (Ganso-chinês) – no dia 22 chegou um indivíduo desta espécie originária da Ásia Central e Oriental (daí o vernáculo usado) e desde então instalou-se na zona ribeirinha de Fão onde se aproxima sem receios da mão dos habituais alimentadores de patos; este é o primeiro registo da presença desta espécie exótica no estuário do Cávado e deve-se seguramente a mais uma evasão à condição de ave doméstica ou ornamental (não incluída na Lista Sistemática das Aves de Portugal Continental, pois está classificada na categoria E – fugas de cativeiro e espécies introduzidas); as populações genuinamente selvagens estão ameaçadas (estatuto UICN «Vulnerável»)
FONTE: Birdlife International e União Internacional para Conservação da Natureza (UICN)
Cairina moschata (Pato-mudo) – casal libertado na marginal de Fão há mais de uma década (julgo ainda que aqueles quatro grandes patos escuros que se mantêm nesta zona há vários anos deverão ser híbridos desta espécie com os Anas platyrhynchos ferais ou domesticados)
Alopochen aegyptiacus (Ganso-do-egipto) – quatro indivíduos sobrevoaram o estuário no dia 7 e seguiram para nascente; no dia 21 registei a chegada de um indivíduo que se isolou no pequeno banco de areia em frente ao cais da Pedra Alta na marginal de Fão
Anas sibilatrix (Piadeira-do-chile) – o suposto híbrido com Anas americana ou Anas flavirostris chegado em Agosto de 2010