Lista anotada e ilustrada das aves observadas no Estuário do Cávado e habitats envolventes
(as ocorrências mais relevantes serão assinaladas a negrito)
(anotações a azul)
(as ilustrações seguem-se ao nome a que correspondem)
(para ver a foto com um pouco mais de detalhe clique em cima da imagem)
ESPÉCIES COM POPULAÇÕES EM ESTADO SELVAGEM
Ordem Anseriformes
Família Anatidae
Anser albifrons (Ganso-grande-de-testa-branca) – chegada de 4 imaturos registada no dia 16; nos dois primeiros dias não se manifestavam perturbados com a minha aproximação, mas desde então têm preferido o recolhimento do juncal; também têm sido encontrados com frequência na margem direita a montante da doca de pesca, porém afastam-se logo que detectam alguém; registo submetido ao Comité Português de Raridades (código CPR J072)
Anas penelope (Piadeira) – no dia 19 foi observado um indivíduo entre o bando crescente de A. platyrhynchos invernantes “estacionados” em frente ao clube náutico de Ofir
Anas strepera (Frisada) – além do macho chegado à marginal de Fão no fim de outubro, registei outro indivíduo a partir do dia 16 nas margens do juncal; no dia 21 foram visto aqui dois casais
Anas crecca (Marrequinho) – no dia 08 contei 6 indivíduos próximo do sapal a montante da ETAR, mais 5 a jusante da ponte velha e 13 mais a norte no juncal, no entanto no dia 10 já só se viam os primeiros; até ao final do mês o aumento esperado aumento não foi tão acentuado com em anos anteriores
Anas platyrhynchos (Pato-real) – o frio e os ventos marítimos do dia 08 obrigaram diversas espécies a abrigarem-se no estuário; nestas circunstâncias notou-se um claro aumento na comunidade invernante destes anatídeos
Anas acuta (Arrábio) – no dia 16 foi avistada 1 fêmea no leito principal do rio atrás do Hotel do pinhal e no canal mais largo do juncal um bando composto por 2 machos e 4 fêmeas; este grupo ainda foi observado no dia 24 no plano de água entre o miradouro da restinga e as piscinas municipais
Anas clypeata (Pato-trombeteiro) – 2 machos e 3 fêmeas junto ao juncal em frente à doca de pesca
Ordem Podicipediformes
Família Podicipedidae
Será feita uma abordagem mais alongada em texto anexo que publicarei ainda este mês
Ordem Pelecaniformes
Família Sulidae
Morus bassanus (Ganso-patola) – indivíduos de várias idades avistados mais próximo da foz no dia 08 (agravamento das condições climatéricas)
Família Phalacrocoracidae
Phalacrocorax carbo (Corvo-marinho-de-faces-brancas)
Ordem Ciconiiformes
Família Ardeidae
Bubulcus ibis (Garça-boieira) – no dia 08 o bando que abandonava o garçário já contava com 20 indivíduos; a partir do dia seguinte percebi que 6 membros do bando se dirigiam para os campos de cultivo de Gandra para se alimentarem (atrás da Galp até à Solidal e desde um aterro na zona norte desta freguesia até às agras das Marinhas)
Egretta garzetta (Garça-branca-pequena)
Casmerodius albus (Garça-branca-grande) – no dia 09 observei um indivíduo a sobrevoar a ponte velha de montante para a foz através do juncal; depois, apenas no dia 19 o voltei a avistar na margem direita junto ao garçário; no dia 20 encontrei-o a alimentar-se nos campos de cultivo a norte de Gandra; no dia 24 repeti a observação junto ao mesmo freixo garçário
Ardea cinerea (Garça-real ou G-cinzenta)
Ardea purpurea (Garça-imperial ou G-vermelha) – no dia 27 avistei um indivíduo vindo de jusante a sobrevoar os campos de cultivo da margem direita junto à ponte da auto-estrada e daqui a seguir para nascente ao longo do rio; cerca de 30 minutos depois (talvez o mesmo indivíduo) foi observado a sobrevoar a zona urbana de Fão
Família Threskiornithidae
Platalea leucorodia (Colhereiro) – durante todo o mês foi observado um par de indivíduos no juncal; nos primeiros dias do mês ainda era encontrado outro, isolado, sobretudo a montante e junto à ponte velha
Ordem Accipitriformes
Família Accipitridae
Circus aeruginosus (Tartaranhão-dos-pauis ou Águia-sapeira) – 1 macho observado no dia 10 a caçar na restinga e no extremo norte do juncal, onde pouso; no dia 24 foi registado um macho e uma fêmea na zona nascente do estuário
Accipiter nisus (Gavião)
Buteo buteo (Águia-de-asa-redonda)
Família Pandionidae
Pandion haliaetus (Águia-pesqueira) – encontrado quase diariamente a caçar e em excelente forma um indivíduo sem qualquer marca e que presumo ser o mesmo que observo neste estuário desde 1998; no dia 24 fui contactado pelo Sérgio Esteves que, juntamente com o Carlos Rio, registaram a passagem quase em simultâneo da ave habitual e de outra com ambas as patas anilhadas (anilha amarela no tarso esquerdo e metálica no direito) – confirmei esta segunda presença a partir do dia 27
Ordem Falconiformes
Família Falconidae
Falco tinnunculus (Peneireiro-vulgar)
Falco peregrinus (Falcão-peregrino) – no dia 24 foi observado um indivíduo a caçar em frente ao miradouro da restinga
Ordem Gruiformes
Família Rallidae
Gallinula chloropus (Galinha-d’água) – observado um indivíduo a alimentar-se sobre o tapete de jacintos exóticos que se acumulou na zona onde desagua a Ribeira do Couto
Fulica atra (Galeirão) – um máximo de 7 indivíduos (dia 08) “estacionou” na marginal de Fão e mais pareciam aves de jardim; no fim do mês contavam-se 6
Ordem Charadriiformes
Família Haematopodidae
Haematopus ostralegus (Ostraceiro) – no dia 09, além do indivíduo que se mantinha no sapal junto ao Forte de S. João Batista desde 27 de setembro, foi visto outro no extremo da restinga na vertente voltada para o mar e desde essa data jamais registei a presença de qualquer uma destas aves
Família Charadriidae
Charadrius hiaticula (Borrelho-grande-de-coleira)
Charadrius alexandrinus (Borrelho-de-coleira-interrompida) – no final do mês ainda contei 4 espécimes no sapal junto à foz
Género Pluvialis (Tarambolas)
Será feita uma abordagem mais alongada em texto anexo que publicarei ainda este mês
Vanellus vanellus (Abibe) – no dia 08 registei a chegada de 3, no dia seguinte o número duplicou, mas nos últimos dias do mês não se via qualquer “ave-fria”
Família Scolopacidae
Calidris alba (Pilrito-d’areia)
Calidris alpina (Pilrito-comum)
Gallinago gallinago (Narceja) – desde o dia 03 começaram a ser notadas
Limosa limosa (Maçarico-de-bico-direito) – até um máximo de 5; no dia 14 registei a passagem do espécime anilhado das imagens, cuja proveniência (ou rota) espero brevemente desvendar
Limosa lapponica (Fuselo)
Numenius arquata (Maçarico-real) – registo da chegada de 1 no dia 24
Tringa totanus (Perna-vermelha) – apenas 1 indivíduo no dia 7
Tringa nebularia (Perna-verde)
Actitis hypoleucos (Maçarico-das-rochas)
Arenaria interpres (Rola-do-mar)
Família Laridae
Larus ridibundus (Guincho)
Larus fuscus (Gaivota-de-asa-escura)
Larus michahellis (Gaivota-de-patas-amarelas)
Família Sternidae
Sterna sandvicensis (Garajau-comum)
Sterna hirundo (Andorinha-do-mar-comum) – 1 imaturo anilhado repousou nos lodaçais no dia 9
Ordem Columbiformes
Família Columbidae
Columba livia (Pombo-da-rocha e Pombo-doméstico)
Columba palumbus (Pombo-torcaz) – a “colónia” com mais de 20 indivíduos mantém-se no pinhal da margem direita junto à ponte da auto-estrada
Streptopelia decaocto (Rola-turca)
Ordem Strigiformes
Família Tytonidae
Tyto alba (Coruja-das-torres)
Família Strigidae
Asio flammeus (Coruja-do-nabal) – no dia 27 o Carlos Rio e o Sérgio Esteves assinalaram a chegada de um indivíduo ao juncal que se estende das traseiras do Hotel do Pinhal até à Estalagem Parque do Rio – confirmei esta ocorrência no dia 30 junto ao miradouro
Ordem Apodiformes
Família Apodidae
Apus apus (Andorinhão-preto) – no dia 03 foi observado um indivíduo na margem direita a jusante da ponte velha
Ordem Coraciiformes
Família Alcedinidae
Alcedo atthis (Guarda-rios)
Ordem Piciformes
Família Picidae
Dendrocopus major (Pica-pau-malhado-grande)
Ordem Passeriformes
Família Alaudidae
Alauda arvensis (Laverca) – passagem em grande número durante quase todo o mês, mas no final tornaram-se escassas
Família Motacillidae
Anthus pratensis (Petinha-dos-prados)
Motacilla cinerea (Alvéola-cinzenta)
Motacilla alba (Alvéola-branca) – pelo menos uma “enlutada” (M. a. yarrellii) permanece nos campos de cultivo junto à ETAR desde o mês anterior; notou-se no início do mês um grande aumento de indivíduos da raça mais vulgar (M. a. alba), na foto
Família Troglodytidae
Troglodytes troglodytes (Carriça)
Família Prunellidae
Prunella modularis (Ferreirinha)
Família Turdidae
Erithacus rubecula (Pisco-de-peito-ruivo)
Phoenicurus ochruros (Rabirruivo-preto)
Saxicola torquata (Cartaxo-comum)
Oenanthe oenanthe (Chasco-cinzento) – os últimos a passarem foram registados no dia 03
Turdus merula (Melro-preto)
Turdus philomelos (Tordo-músico)
Família Sylviidae
Cettia cetti (Rouxinol-bravo) – pouco visto, mas muito notado pela vocalização durante todo o mês, tanto na orla dos campos de cultivo da margem direita, como no juncal a nascente ou ainda nas duas pequenas matas aluviais junto ao Caldeirão e aos antigos estaleiros de Esposende
Cisticola juncidis (Fuinha-dos-juncos)
Sylvia atricapilla (Toutinegra-de-barrete-preto)
Sylvia undata (Felosa-do-mato ou Toutinegra-do-mato)
Sylvia melanocephala (Toutinegra-de-cabeça-preta)
Phylloscopus collybita (Felosa-comum ou Felosinha)
Regulus ignicapillus (Estrelinha-real)
Família Paridae
Parus cristatus (Chapim-de-poupa)
Parus ater (Chapim-preto)
Parus caeruleus (Chapim-azul) – (pelo menos) dois indivíduos na orla de campos de cultivo de Gandra por onde passa o ribeiro que desagua no sapal junto aos estaleiros de Esposende
Parus major (Chapim-real)
Família Certhiidae
Certhia brachydactyla (Trepadeira-comum)
Família Corvidae
Garrulus glandarius (Gaio)
Pica pica (Pega)
Corvus corone (Gralha-preta) – continuavam na margem direita as duas chegadas no final de agosto
Família Sturnidae
Sturnus vulgaris (Estorninho-malhado)
Sturnus unicolor (Estorninho-preto)
Família Passeridae
Passer domesticus (Pardal-comum ou Pardal-dos-telhados)
Passer montanus (Pardal-montês)
Família Estrildidae
Estrilda astrild (Bico-de-lacre)
Família Fringillidae
Serinus serinus (Chamariz)
Carduelis chloris (Verdilhão)
Carduelis cannabina (Pintarroxo) – bem notada a passagem de, sobretudo, imaturos; em oposição, não avistei qualquer dos congéneres Carduelis carduelis (Pintassilgo) e Carduelis spinus (Lugre), apesar de me chegarem vários relatos da sua passagem e testemunhos da sua captura
ESPÉCIES QUE OCORREM APENAS COMO RESULTADO DE UMA INTRODUÇÃO, FUGA AO CATIVEIRO OU POSSIVELMENTE PROVENIENTES DE POPULAÇÕES SELVAGENS MAS COM A SITUAÇÃO NÃO AVALIADA PELO COMITÉ PORTUGUÊS DE RARIDADES
Ordem Anseriformes
Família Anatidae
Cygnus olor (Cisne-mudo) – deixou de ser observado na marginal de Fão no dia 20
Cairina moschata (Pato-mudo)
Anas sibilatrix (Piadeira-do-chile) – o mesmo indivíduo supostamente híbrido dos meses anteriores
Anas bahamensis (Pato-das-bahamas)